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Argentina deve se tornar maior exportador de vinho ao Brasil
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
A Argentina, quinto maior
produtor mundial de vinhos,
deve ultrapassar o vizinho Chile e se tornar neste ano o principal país exportador da bebida
para o Brasil, segundo estimativa da União Argentina de Vitivinicultura. No ano passado, os
vinhos chilenos representaram
12,9% das importações brasileiras -os argentinos, em segundo lugar, ficaram 75 mil caixas atrás, com 12,7% do total.
Negociações entre produtores de Brasil e Argentina definiram que não podem ser exportadas caixas da bebida por menos de US$ 8. Apesar disso, os
argentinos contam com vantagens tarifárias ante os chilenos
por causa do Mercosul.
De 2000 a 2005, o número de
caixas enviadas ao Brasil cresceu 228% -no mesmo período,
as vendas do Chile subiram menos da metade, 110%. As exportações de vinhos na Argentina
crescem ao ritmo de 25% a 30%
ao ano e também aumentam
para a China e o México. Os
maiores importadores de vinhos argentinos são os Estados
Unidos, o Reino Unido e o Brasil, respectivamente.
Do que vai para o Brasil, a estimativa dos produtores é a de
que 60% são de vinhos de preço
baixo ou médio. Abrir mercado
ao consumo de paladar mais refinado ainda é um desafio.
Segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do
Vinho, que tem sede na França,
o brasileiro ainda bebe pouco
da bebida: são cerca de dois litros per capita por ano, contra
cerca de 50 litros/ habitante de
cerveja, por exemplo. Na Argentina, são consumidos 32 litros de vinho anuais per capita.
Luxemburgo é onde as pessoas
mais apreciam a bebida: 55 litros/habitante ao ano.
Previsões dos produtores
brasileiros dão conta de que o
mercado consumidor de vinhos no Brasil crescerá para
nove litros per capita até 2025.
Atualmente, os vinhos produzidos no Brasil dominam
67% do mercado consumidor,
que é estimado em um total de
2 milhões de pessoas. Mas, de
acordo com especialistas, cerca
de 120 milhões de brasileiros
nunca tiveram a oportunidade
de provar a bebida.
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