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Reforma de tributos pode atrasar mais, diz Mantega
Envio da proposta ao Congresso depende de consenso, afirma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de uma reunião de
cerca de três horas com cinco
governadores do Nordeste, o
ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu um novo atraso
no envio do projeto de reforma
tributária ao Congresso Nacional por oposição dos Estados.
Inicialmente prevista para
agosto, a proposta deveria ser
encaminhada até o fim do mês,
mas o ministro disse que só será apresentada quando houver
"consenso" e estiver "madura".
"Se necessário for, teremos
mais algumas semanas. É perfeitamente razoável", disse ele.
A proposta do governo para o
fim da guerra fiscal -principal
entrave à reforma- foi criticada pelos governadores nordestinos. A idéia é eliminar a isenção de impostos que atrai investimentos para os Estados
mais pobres e criar um fundo
de desenvolvimento regional
por meio do qual o governo ofereceria créditos subsidiados e
recursos para infra-estrutura
nessas regiões.
"Isso [proposta do fundo de
desenvolvimento regional] não
nos atende", disse o governador
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). "O nosso diagnóstico é que
[as propostas] por si só não sustentam o investimento na região", disse o governador Marcelo Déda (PT-SE).
Outra reclamação é a falta de
definição clara sobre um período de transição para o fim da
guerra fiscal, sendo que os Estados têm contratos de longo
prazo garantindo isenções de
impostos às empresas dispostas a investir. O governador
Eduardo Campos (PSB-PE),
por exemplo, defende que os
incentivos sejam válidos, no
mínimo, até 2018.
Mantega reconheceu que
"existem custos para os Estados" e não há definição sobre
quem arcará com os custos do
fim da guerra fiscal.
Segundo o governador
Eduardo Campos, a proposta
de criação do fundo prevê inicialmente cerca de R$ 4 bilhões
-correspondente à soma de
fundos já existentes, mas contingenciados. A idéia é que o
fundo compense os Estados pelo fim da guerra fiscal atual. Os
recursos serão usados em setores como infra-estrutura, ciência e tecnologia.
Essa não é a primeira vez que
o governo Lula tenta fazer uma
reforma tributária. No primeiro mandato, o projeto enviado
ao Congresso não foi adiante
por falta de consenso.
Colaborou a Folha Online, em Brasília
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