São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Reforma de tributos pode atrasar mais, diz Mantega

Envio da proposta ao Congresso depende de consenso, afirma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de uma reunião de cerca de três horas com cinco governadores do Nordeste, o ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu um novo atraso no envio do projeto de reforma tributária ao Congresso Nacional por oposição dos Estados. Inicialmente prevista para agosto, a proposta deveria ser encaminhada até o fim do mês, mas o ministro disse que só será apresentada quando houver "consenso" e estiver "madura".
"Se necessário for, teremos mais algumas semanas. É perfeitamente razoável", disse ele. A proposta do governo para o fim da guerra fiscal -principal entrave à reforma- foi criticada pelos governadores nordestinos. A idéia é eliminar a isenção de impostos que atrai investimentos para os Estados mais pobres e criar um fundo de desenvolvimento regional por meio do qual o governo ofereceria créditos subsidiados e recursos para infra-estrutura nessas regiões.
"Isso [proposta do fundo de desenvolvimento regional] não nos atende", disse o governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). "O nosso diagnóstico é que [as propostas] por si só não sustentam o investimento na região", disse o governador Marcelo Déda (PT-SE).
Outra reclamação é a falta de definição clara sobre um período de transição para o fim da guerra fiscal, sendo que os Estados têm contratos de longo prazo garantindo isenções de impostos às empresas dispostas a investir. O governador Eduardo Campos (PSB-PE), por exemplo, defende que os incentivos sejam válidos, no mínimo, até 2018.
Mantega reconheceu que "existem custos para os Estados" e não há definição sobre quem arcará com os custos do fim da guerra fiscal.
Segundo o governador Eduardo Campos, a proposta de criação do fundo prevê inicialmente cerca de R$ 4 bilhões -correspondente à soma de fundos já existentes, mas contingenciados. A idéia é que o fundo compense os Estados pelo fim da guerra fiscal atual. Os recursos serão usados em setores como infra-estrutura, ciência e tecnologia.
Essa não é a primeira vez que o governo Lula tenta fazer uma reforma tributária. No primeiro mandato, o projeto enviado ao Congresso não foi adiante por falta de consenso.


Colaborou a Folha Online, em Brasília


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