|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Valor das Bolsas no mundo sobe US$ 12 tri em seis meses
Euforia e efeito cambial elevam em 43% o valor somado das ações de empresas
Bolsa chinesa de Shenzhen
está 43,4% acima do nível de agosto de 2008, antes da
quebra do Lehman Brothers, momento crucial da crise
MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma mistura de euforia com
efeito cambial fez com que o valor em dólar das principais Bolsas de Valores no mundo subisse US$ 12,4 trilhões entre fevereiro e agosto passados, valor
equivalente ao PIB americano.
Apenas em agosto, o valor
das Bolsas subiu US$ 1 trilhão,
segundo dados divulgados pela
World Federation of Exchanges, entidade que congrega
45.800 empresas nas 55 principais Bolsas de Valores.
O valor somado de todas as
ações negociadas atingiu US$
41 trilhões na média do mês
passado. Ainda está abaixo dos
US$ 48 trilhões verificados em
agosto de 2008, pouco antes do
epicentro da crise, com a quebra do banco de investimentos
americano Lehman Brothers.
Mas já subiu 43% desde fevereiro, quando atingiu US$ 28
trilhões, patamar mais baixo
desde o início da crise.
Efeito câmbio
Esses cálculos são feitos com
a simples conversão do valor
das ações, da moeda local para
o dólar. Portanto, parte da valorização apontada decorre exclusivamente do chamado efeito cambial -isso porque a moeda norte-americana vem perdendo valor com relação a praticamente todos as outras.
Mas o câmbio não explica tudo, como mostra a variação da
Bolsa que mais se valorizou -a
de Shenzhen, na China.
Desde agosto, seu valor de
mercado subiu 43,4% em moeda local, e 43,5% em dólar. Ou
seja: ela está acima do patamar
verificado antes mesmo da
quebra do Lehman Brothers,
ponto inicial da crise.
Não houve variação significativa entre as duas maneiras de
cálculo porque a China mantém um controle de câmbio que
visa a manter uma certa paridade entre a moeda local, o yuan,
e o dólar norte-americano.
A Bolsa colombiana também
teve um bom desempenho: 12%
acima do valor de mercado em
agosto de 2008, em moeda local. Em dólares, a valorização
foi de 5,7%.
O valor de mercado da Bovespa ainda se encontra abaixo do
verificado em agosto de 2008:
3% em reais, e 15,2% em dólar.
Desde fevereiro passado, o
Ibovespa, principal indicador
do desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo, ganhou
55,9% em reais, e 97,8% em dólar. O Ibovespa, no entanto, não
se confunde com o valor de
mercado da Bolsa.
Correção
A euforia das Bolsas já preocupa. Relatório confidencial
distribuído pelo IIF (Instituto
de Finanças Internacionais, na
sigla em inglês) a seus 375
membros, a maioria grandes
bancos, afirma que os mercados de ações globais estão à beira de uma nova "correção".
A possibilidade de queda seria mais forte para as ações do
próprio setor financeiro.
Os papéis dos bancos têm sido os principais "puxadores"
do índice da Bolsa de Valores de
Nova York, a maior do mundo
em valor de mercado.
"Tanto nos mercados avançados quanto nos emergentes,
a relação entre o preço e o lucro
(P/L) das ações já está muito
acima da média dos últimos
cinco anos", diz o IIF.
Texto Anterior: Bradesco negocia compra da SulAmérica Próximo Texto: Santander prioriza funcionário e cliente em oferta na Bolsa Índice
|