São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

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Valor das Bolsas no mundo sobe US$ 12 tri em seis meses

Euforia e efeito cambial elevam em 43% o valor somado das ações de empresas

Bolsa chinesa de Shenzhen está 43,4% acima do nível de agosto de 2008, antes da quebra do Lehman Brothers, momento crucial da crise


MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mistura de euforia com efeito cambial fez com que o valor em dólar das principais Bolsas de Valores no mundo subisse US$ 12,4 trilhões entre fevereiro e agosto passados, valor equivalente ao PIB americano.
Apenas em agosto, o valor das Bolsas subiu US$ 1 trilhão, segundo dados divulgados pela World Federation of Exchanges, entidade que congrega 45.800 empresas nas 55 principais Bolsas de Valores.
O valor somado de todas as ações negociadas atingiu US$ 41 trilhões na média do mês passado. Ainda está abaixo dos US$ 48 trilhões verificados em agosto de 2008, pouco antes do epicentro da crise, com a quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers.
Mas já subiu 43% desde fevereiro, quando atingiu US$ 28 trilhões, patamar mais baixo desde o início da crise.

Efeito câmbio
Esses cálculos são feitos com a simples conversão do valor das ações, da moeda local para o dólar. Portanto, parte da valorização apontada decorre exclusivamente do chamado efeito cambial -isso porque a moeda norte-americana vem perdendo valor com relação a praticamente todos as outras.
Mas o câmbio não explica tudo, como mostra a variação da Bolsa que mais se valorizou -a de Shenzhen, na China.
Desde agosto, seu valor de mercado subiu 43,4% em moeda local, e 43,5% em dólar. Ou seja: ela está acima do patamar verificado antes mesmo da quebra do Lehman Brothers, ponto inicial da crise.
Não houve variação significativa entre as duas maneiras de cálculo porque a China mantém um controle de câmbio que visa a manter uma certa paridade entre a moeda local, o yuan, e o dólar norte-americano.
A Bolsa colombiana também teve um bom desempenho: 12% acima do valor de mercado em agosto de 2008, em moeda local. Em dólares, a valorização foi de 5,7%.
O valor de mercado da Bovespa ainda se encontra abaixo do verificado em agosto de 2008: 3% em reais, e 15,2% em dólar.
Desde fevereiro passado, o Ibovespa, principal indicador do desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo, ganhou 55,9% em reais, e 97,8% em dólar. O Ibovespa, no entanto, não se confunde com o valor de mercado da Bolsa.

Correção
A euforia das Bolsas já preocupa. Relatório confidencial distribuído pelo IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês) a seus 375 membros, a maioria grandes bancos, afirma que os mercados de ações globais estão à beira de uma nova "correção".
A possibilidade de queda seria mais forte para as ações do próprio setor financeiro.
Os papéis dos bancos têm sido os principais "puxadores" do índice da Bolsa de Valores de Nova York, a maior do mundo em valor de mercado.
"Tanto nos mercados avançados quanto nos emergentes, a relação entre o preço e o lucro (P/L) das ações já está muito acima da média dos últimos cinco anos", diz o IIF.


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