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ÚLTIMOS CARTUCHOS
Instituição diz que as medidas complementam anteriores
BC descarta demora na ação e nega viés eleitoral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, disse ontem, por
meio de sua assessoria de imprensa, que a instituição não está deixando de adotar medidas para
conter a alta do dólar por causa
das eleições. Segundo o BC, as
medidas anunciadas ontem complementam o que já vinha sendo
feito pela instituição para acalmar
o mercado.
"O BC já aumentou duas vezes o
compulsório neste ano. Você vai
calibrando as decisões diante de
como vai sendo analisado o quadro do mercado. Essa foi mais
uma decisão. Nem essa nem as
[decisões] que venham a ser tomadas têm viés político", disse
Armínio.
O Banco Central nega que estivesse havendo divergências dentro do governo sobre o melhor
momento para editar as medidas
de ontem, o que poderia estar
atrasando a sua implementação.
De acordo com a assessoria do
banco, a decisão foi tomada ontem à tarde, em reunião feita por
meio de teleconferência que ligou
Rio, São Paulo, Brasília, Minas
Gerais e Madri.
A reunião começou por volta
das 13h30. Armínio participou do
Rio, onde estava para um dia de
descanso, interrompido para participar da discussão sobre o que
fazer para conter a alta do dólar,
que no dia anterior havia batido
nos R$ 4,00.
Em Madri estava o diretor de
Política Econômica, Ilan Goldfajn. O diretor de Política Monetária, Luiz Fernando Figueiredo,
encarregado de anunciar a resolução, também por telefone, estava
em São Paulo. Tereza Grossi, diretora de Fiscalização, participou de
Belo Horizonte. Foi Grossi quem
assinou as medidas.
A nova elevação do compulsório que os bancos recolhem ao BC
vinha sendo discutida desde que
o Brasil fez um novo acordo com
o FMI (Fundo Monetário Internacional). Antes, o BC tentou
acalmar o mercado usando outros mecanismos.
Além de aumentar a venda de
dólares -foram cerca de US$ 700
milhões somente no final de setembro-, o BC também restringiu, no começo desta semana, as
aplicações dos bancos em dólar
com o objetivo de estimular a
venda da moeda americana.
Assim como o aumento do
compulsório, as restrições às aplicações dos bancos em dólar também vinham sendo discutidas há
algum tempo pela equipe econômica. A decisão sobre o momento
mais adequado para adotá-la, porém, foi da diretoria do BC.
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