São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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ÚLTIMOS CARTUCHOS

Instituição diz que as medidas complementam anteriores

BC descarta demora na ação e nega viés eleitoral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que a instituição não está deixando de adotar medidas para conter a alta do dólar por causa das eleições. Segundo o BC, as medidas anunciadas ontem complementam o que já vinha sendo feito pela instituição para acalmar o mercado.
"O BC já aumentou duas vezes o compulsório neste ano. Você vai calibrando as decisões diante de como vai sendo analisado o quadro do mercado. Essa foi mais uma decisão. Nem essa nem as [decisões] que venham a ser tomadas têm viés político", disse Armínio.
O Banco Central nega que estivesse havendo divergências dentro do governo sobre o melhor momento para editar as medidas de ontem, o que poderia estar atrasando a sua implementação. De acordo com a assessoria do banco, a decisão foi tomada ontem à tarde, em reunião feita por meio de teleconferência que ligou Rio, São Paulo, Brasília, Minas Gerais e Madri.
A reunião começou por volta das 13h30. Armínio participou do Rio, onde estava para um dia de descanso, interrompido para participar da discussão sobre o que fazer para conter a alta do dólar, que no dia anterior havia batido nos R$ 4,00.
Em Madri estava o diretor de Política Econômica, Ilan Goldfajn. O diretor de Política Monetária, Luiz Fernando Figueiredo, encarregado de anunciar a resolução, também por telefone, estava em São Paulo. Tereza Grossi, diretora de Fiscalização, participou de Belo Horizonte. Foi Grossi quem assinou as medidas.
A nova elevação do compulsório que os bancos recolhem ao BC vinha sendo discutida desde que o Brasil fez um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Antes, o BC tentou acalmar o mercado usando outros mecanismos.
Além de aumentar a venda de dólares -foram cerca de US$ 700 milhões somente no final de setembro-, o BC também restringiu, no começo desta semana, as aplicações dos bancos em dólar com o objetivo de estimular a venda da moeda americana.
Assim como o aumento do compulsório, as restrições às aplicações dos bancos em dólar também vinham sendo discutidas há algum tempo pela equipe econômica. A decisão sobre o momento mais adequado para adotá-la, porém, foi da diretoria do BC.


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