São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Paulo Cunha deixa o comando executivo do grupo Ultra

Depois de 25 anos no cargo, o engenheiro carioca Paulo Cunha, 66, irá deixar a presidência executiva do grupo Ultra, a partir de janeiro de 2007. Será substituído por Pedro Wongtschowski, diretor do grupo. Cunha permanecerá na presidência do conselho de administração. O anúncio oficial ao mercado da troca de guarda será feito na próxima segunda-feira.
O nome de Paulo Cunha no mundo dos negócios se confunde com a origem da petroquímica no Brasil. Engenheiro formado pela PUC do Rio, antes de entrar no Ultra, ele trabalhou na Petrobras na década de 60, onde conheceu o ex-presidente Ernesto Geisel, de quem se tornou um amigo próximo.
Cunha entrou no Ultra em 1967, a convite de Pery Igel, dono do grupo e também muito próximo a Geisel. Sua missão foi a de tocar os novos negócios do grupo, entre eles os projetos na área de petroquímica.
A Oxiteno, o braço na petroquímica do grupo, foi fundada em 1969 por Cunha, sob o modelo tripartite, criado por Geisel para viabilizar investimentos no setor. Nesse tripé, o Estado entrava como sócio junto com grupos estrangeiro e nacional. Tempos depois, o modelo implodiu e o grupo Ultra comprou a participação dos sócios na Oxiteno.
A troca de guarda na presidência do Ultra, que já tinha sido decidida no início do ano, é mais um passo no processo de profissionalização do grupo conduzido por Paulo Cunha. De empresa familiar, da família Igel, o Ultra se transformou numa companhia de controle compartilhado entre os seus executivos. Cunha, hoje, é um dos seus principais acionistas.
Com faturamento de US$ 800 milhões, a Oxiteno, uma das maiores petroquímicas do país, investe atualmente US$ 350 milhões na modernização de novas unidades. Além disso, participa de projeto com a Petrobras de um investimento de US$ 4 bilhões para a construção de uma refinaria no Rio.
Na nova função, Cunha pretende se dedicar à estratégia. "Vou deixar o dia-a-dia para os moços", diz. Seu sucessor, conhecido no grupo como Pedro Wong, foi levado por Cunha em 1970, como estagiário.
Nos últimos anos, Cunha tem sido um crítico permanente da política econômica conservadora do governo, desde a época de Fernando Henrique Cardoso. Um dos criadores do Iedi, o empresário condena principalmente o modelo adotado para a estabilização da economia, baseado no binômio juros altos e câmbio baixo.
Para Cunha, é esse modelo que condena o país a ter taxas medíocres de crescimento. "A minha crítica principal é o modelo primitivo de estabilização econômica do país", afirma. "O Brasil cresce muito pouco, mas nós [o grupo] queremos crescer mais", afirma.

Farmaervas lança linha para homens até fim de 2007

A Farmaervas começou a apostar suas fichas em um mercado que tem, cada vez mais, "saído do armário": o de homens que se preocupam com a aparência. Para atingi-los, começa a planejar a linha Tracta Men, a ser lançada até o fim de 2007. A idéia foi impulsionada pelos resultados dos produtos femininos de tratamento facial e maquiagem, que vêm crescendo cerca de 10% ao ano desde o lançamento, em 1998. Neste ano, a Farmaervas já expandiu a linha, com o lançamento de cremes para o corpo e mãos, também sob a marca Tracta.

RESORT DE BONECA
Nos primeiros nove meses do ano, os resorts da Blue Tree Hotels hospedaram mais de 23 mil crianças. Para as férias, a rede terá novos "kid's clubs" com boliche, toboágua e minigolfe.

RELATÓRIO
O Ibmec SP vai sediar, segunda, a apresentação do relatório de investimentos mundiais da Unctad. Neste ano, o documento trata de investimentos em economias em desenvolvimento.

REALISMO
Para a Abdib, a criação e aprovação, no Congresso Nacional, de um marco regulatório específico para o setor de gás natural apenas em 2007 é uma situação realista. Para a entidade, a melhor solução é unir os projetos de lei existentes em um substitutivo em uma comissão mista. A intenção é estabelecer a comissão após o processo eleitoral.

NO TRÂMITE
Atualmente, há dois projetos de lei em tramitação. Na Câmara, a proposta do deputado federal Luciano Zica (PT-SP), e, no Senado, o projeto proposto por Rodolpho Tourinho (PFL-BA).

SUSPENSE
A HP promete "um anúncio relevante para o mercado brasileiro". Na próxima segunda, Rui da Costa, vice-presidente e diretor-geral da empresa na América Latina e Caribe estará no Brasil.

LANÇAMENTO
A abertura de capital das empresas em Bolsa continua em processo acelerado. Amanhã, na Bovespa, será a vez da Santos Brasil promover o lançamento de ações. A emissão será de R$ 843 milhões, mas, segundo especula-se no mercado, a procura foi seis vezes maior.

APLAUSO
Paulo Skaf (Fiesp) encaminhou carta para Guido Mantega o cumprimentando pelo trabalho das autoridades fiscais para conter as importações fraudulentas de trigo da Argentina. No texto, Skaf anexou carta encaminhada a ele por Francisco Samuel Hosken, da Abitrigo, no mesmo sentido.

EM WALL STREET
Roger Agnelli (Vale) se reúne segunda com analistas em Wall Street. Ele também vai tocar o sino de fechamento do pregão da Bolsa de Nova York.


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