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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Petrobras atrasa criação da Cia Petroquímica do Sudeste
Dois meses depois de a Petrobras ter iniciado as conversas com a Unipar para a criação
da CPS (Companhia Petroquímica do Sudeste), as negociações avançaram pouco. A Petrobras já informou a pessoas que participam da negociação
que a operação deve atrasar. O
acerto era que o negócio fosse
fechado até novembro.
Para alguns interlocutores,
todas as indicações são que a
estatal empurra com a barriga o
máximo possível a criação da
CPS. A impressão é que a Petrobras dá tempo ao tempo para
que esfrie a repercussão negativa da compra dos ativos petroquímicos da Suzano.
No dia 3 de agosto, a Petrobras anunciou a compra da Suzano Petroquímica por R$ 2,7
bilhões. A operação pegou de
surpresa todas as empresas do
setor e foi muito mal recebida
pelo mercado.
O valor pago pelos ativos da
Suzano também foi considerado inflado por especialistas. A
estatal pagou mais de nove vezes o Ebitda -que reflete a geração de caixa da empresa-,
enquanto as transações no setor normalmente não saem por
mais de sete vezes.
Além disso, o negócio foi
muito criticado também por
ter sido considerado uma
ameaça de reestatização do setor petroquímico no Brasil. Na
época, a Braskem reagiu e
ameaçou apresentar uma representação ao Cade, caso a Petrobras insistisse em controlar
a petroquímica no Sudeste. O
Tribunal de Contas da União
também iniciou estudos para
investigar se o contribuinte foi
lesado no negócio.
Diante da pressão, a Petrobras assinou, com a Unipar, um
fato relevante no qual se comprometia a ser minoritária na
CPS. O controle ficaria com a
Unipar, que deteria 60% da
CPS. O que se teme agora é um
recuo da estatal e compre sozinha os 100% da Suzano.
Enquanto isso, a Unipar
mantém estudos para tentar
barrar a operação da compra da
Suzano Petroquímica pela Petrobras, caso o negócio com a
Petrobras emperre de vez. A
Unipar é sócia da Suzano em
várias empresas, entre elas a
Rio Polímeros e a Petroquímica
União, e pode alegar direito de
preferência para tentar melar o
negócio. Só na Rio Polímeros, o
mero exercício de direitos de
preferência pela Unipar reduzirá em R$ 200 milhões o valor
dos 33% que a Suzano detém
no bloco de controle.
UM LUGAR AO SOL
Surge um novo consórcio na disputa das usinas das hidrelétricas do rio Madeira. Ele é formado pela argentina Impsa,
a italiana Astaldi e empresas como a Lusa, a Schain, a UTC
Engenharia e o banco austríaco Meinl Bank. "Estamos
apreensivos com a demora da publicação do edital do leilão",
diz José Reis, presidente do conselho da Euro Ventures, que
coordena o grupo do consórcio de construtores e fornecedores de equipamento que estão de olho na disputa. Reis considera seu grupo forte, apesar da disputa com os consórcios
gigantes liderados por Odebrecht e Camargo Corrêa.
EXPRESSO ORIENTE
A empresária e designer de sapatos Paula Torres descobriu um mercado para seus produtos no Oriente Médio.
"Por causa das burcas, as mulheres árabes são apaixonadas
por acessórios e brilhos." Ela acaba de exportar seus modelos para Dubai e está em negociação com clientes no Líbano.
"Nesses países não há muita concorrência porque eles querem saber de produtos de valor agregado alto. Gostam de pedrarias, couro de cobra", diz Torres, que abre sua primeira
loja-showroom em São Paulo, no Itaim, no começo de novembro.
CAÇULA
As crianças têm se tornado um atraente público consumidor, com influência no
orçamento familiar. No Brasil, os gastos mensais com
brinquedos e jogos são de
cerca de R$ 239,7 milhões,
segundo a Fecomercio SP.
Comparando os gastos mensais com artigos escolares,
que no total nacional chegam a R$ 216 milhões, há
uma diferença de 11% entre
eles. A análise por faixa de
renda mostra que os consumidores que ganham de dez
a 30 salários mínimos correspondem a 32% desse
mercado, gastando mais de
R$ 77 milhões por mês em
brinquedos e jogos.
JET LEG
Natal (RN) saiu na frente
na disputa com Fortaleza
(CE) e Salvador (BA) por
vôos diretos dos EUA operados por companhias americanas. Em Nova York, a governadora do Estado, Wilma
de Faria, reúne-se hoje com
representantes da Delta e da
American Airlines.
MEIO-DE-CAMPO
A Companhia Müller de
Bebidas fará, pela primeira
vez, o marketing da Cachaça
51 em jogos da seleção brasileira nas eliminatórias da
Copa. Seus painéis estarão
nas 18 partidas, a partir do
jogo contra a Colômbia, domingo, em Bogotá.
LÍBANO
Carlos Ghosn, 53 anos, o
brasileiro que se tornou ícone do mundo empresarial ao
salvar a Nissan japonesa de
uma virtual quebra, foi
apontado ontem como o homem ideal para salvar também o Líbano. Em artigo para o jornal suíço "Le Temps",
escreve Antoine Basbous,
sociólogo e chefe do Observatório dos Países Árabes
(Paris): "Que outro libanês,
fora Carlos Ghosn, que deu
provas de competência em
três continentes, poderia
contribuir mais para superar os desafios da reconstrução da identidade de seu país
natal?". Na verdade, país natal de seus pais, porque ele
nasceu em Porto Velho.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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