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Rodovias abrem nova frente de disputa entre PT e PSDB
Baixos pedágios em leilão de estradas federais puseram modelo tucano em xeque
Comparação de novas e
antigas concessões já está
na página eletrônica do PT;
secretário paulista defende
o modelo adotado em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O critério de concessão de rodovias se transformou no mais
novo ingrediente da corrida entre tucanos e petistas. A opção
do governo federal pelo modelo
de menor preço de pedágio e a
decisão do TCU (Tribunal de
Contas da União) de analisar as
concessões passadas ganharam
destaque do site do PT.
"Pedágio mais barato faz
TCU investigar contratos de
concessão da era FHC", dizia o
título de destaque do site.
Em resposta, o governo Serra
se mobilizou para mostrar as
vantagens do modelo adotado
pelo Estado desde 98. Listando
investimentos garantidos com
o programa de concessões, o secretário dos Transportes, Mauro Arce, repetiu que o modelo
aplicado pelo governo federal
não exige dos consórcios investimento em infra-estrutura.
"Se a estrada ao longo de 25
anos exigir ampliação, uma nova faixa, como fizemos com a
Bandeirantes, não cabe no processo. Vai acontecer um desequilíbrio econômico-financeiro. Ou não se faz ou se desequilibra o contrato. Quem vai pagar? A "viúva" paga ou o Zé Mané paga, elevando o pedágio."
A liderança do PT na Assembléia Legislativa rebate, afirmando que o modelo federal
prevê investimentos de R$ 19,5
bilhões em estradas.
Já o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, rechaçou
comparações e fez questão de
lembrar que o atual modelo foi
desenhado na década de 90,
quando as "condições econômicas eram diferentes".
Os novos contratos, diz, já estão sendo idealizados à luz de
um novo cenário, inclusive com
a redução da taxa de retorno
para as concessionárias.
Enquanto os petistas criticam o valor do pedágio aplicado
em São Paulo, Nunes Ferreira
diz que o PT derrubou "um dos
últimos tijolos do muro de ignorância que o separa do mundo" ao se render às privatizações. "São modelos diferentes.
O de São Paulo é um sucesso. E
torço para que o do governo federal também dê certo. Quem
deve ter ficado chateada é a militância do PT. Não foram eles
que aprovaram uma resolução
para a revisão da privatização
da Vale [do Rio Doce]?"
Tanto Nunes Ferreira como
Arce falam da boa qualidade
das estradas de São Paulo. A Secretaria dos Transportes enumerou investimentos na malha, incluídos 645 quilômetros de duplicação de estradas e 123
quilômetros de novas rodovias.
No contra-ataque, a liderança do PT apresenta uma análise
da execução orçamentária do
Estado segundo a qual, de 2003
para cá, o DER (Departamento
de Estradas de Rodagem) só teria gastado 22% do previsto em
obras com recursos próprios.
Até a paternidade do modelo
adotado pelo governo federal
entrou em disputa.
"Quem fez a concessão da
Dutra foi o [Alberto Goldman],
ministro dos Transportes no
governo Itamar", afirmou Arce.
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