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Mercado está "à beira do derretimento", afirma FMI
Fundo diz que Bolsas podem cair mais 20% nos próximos dias; governo Bush cogita novo pacote
Casa Branca quer fim do recesso de congressistas para aprovar pacote superior a US$ 150 bilhões e estimular diretamente o consumo
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) vê o sistema financeiro global "à beira do derretimento" e afirma que os
mercados podem desabar mais
20% nos próximos dias.
Já o governo dos Estados
Unidos está cogitando propor
ao Congresso -que está em recesso- um novo pacote bilionário para estimular o consumo no país.
O colapso no sistema financeiro de crédito nos EUA está
derrubando rapidamente as
vendas no comércio, aumentando o risco de forte recessão.
"A preocupação com a solvência de um grande número
de instituições nos EUA e na
Europa empurrou o sistema financeiro global para a beira de
um derretimento sistêmico",
afirmou ontem Dominique
Strauss-Kahn, diretor-gerente
do FMI, na reunião anual do
órgão, em Washington.
Pela manhã, o presidente
norte-americano, George W.
Bush, reuniu-se com os ministros das Finanças do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha,
Reino Unido, França, Canadá e
Itália) na Casa Branca e pediu
urgência na aplicação das cinco
medidas aprovadas pelos países na sexta-feira para combater a crise financeira.
"Precisamos trabalhar de
maneira rápida, coordenada e
em colaboração. Nenhum país
vai ganhar nada ao prejudicar a
sorte de outro. Estamos nisso
juntos e vamos sair disso juntos", disse Bush em rápido pronunciamento na Casa Branca.
Entre as ações acordadas pelo G7, a principal é a compra pelo Estado de pedaços de bancos
em dificuldades e de títulos
dessas instituições, visando sua
capitalização e a reativação do
mercado de crédito a empresas
e consumidores.
Na semana passada, os mercados acionários mundiais perderam, em média, 20% (mais
de US$ 6 trilhões). Isso fez aumentar rapidamente o risco e o
temor de uma forte recessão
em nível global.
O economista-chefe do FMI,
Olivier Blanchard, estimou em
50% as chances de o mundo entrar em recessão.
"No pior cenário, os governos
ainda vão precisar de algumas
semanas para corrigir as medidas que estão sendo tomadas, e
os mercados podem cair outros
20% antes de se recuperarem",
disse Blanchard.
O governo Bush também cogita pedir o fim do atual recesso
aos congressistas para aprovar
um pacote superior a US$ 150
bilhões para estimular diretamente o consumo, especialmente em pequenas cidades,
onde a situação fiscal dos governos municipais está se deteriorando rapidamente.
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