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entrevista
HSBC vê consolidação entre bancos
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsável pelas operações do HSBC em 14 países latino-americanos, o
brasileiro Emilson Alonso
afirma que a bancarização
veio para ficar na região.
Alonso não acredita que o
problema dos bancos pequenos seja tamanho, mas
a dificuldade de captação.
Ele vê a desaceleração do
crédito como resultado do
crescimento menor.
FOLHA - A expansão do crédito está ameaçadas na região?
EMILSON ALONSO - Não
acredito que os níveis de
crescimento da oferta de
crédito vistos nos últimos
cinco anos no Brasil se
sustentarão, pelo menos
em 2009. Deverá haver
uma acomodação em linha
com a redução do crescimento da economia e da
renda. A bancarização e o
acesso da baixa renda aos
produtos e serviços financeiros são processos irreversíveis, que vão continuar talvez com uma velocidade reduzida.
FOLHA - Esse mercado será
para poucos e grandes?
ALONSO - O problema não
está no tamanho, mas no
fato de esses bancos pequenos se financiarem no
mercado e não por meio de
depósitos. Os bancos médios e pequenos bem estabelecidos na relação empréstimo/depósito deverão continuar ativos.
FOLHA - Aumentará o conservadorismo no setor?
ALONSO - As instituições
brasileiras são conservadoras na concessão de crédito, fruto da experiência
nas crises passadas. Em
um cenário de redução de
crescimento, afetando a
renda das famílias e das
empresas, é natural que as
instituições sejam mais
cautelosas no crédito.
FOLHA - Aumentará a consolidação bancária na região?
ALONSO - A reprecificação
de ativos dará ensejo a
processos de consolidação, como já vem ocorrendo nos EUA e na Europa.
Na América Latina, algumas oportunidades poderão surgir em países em
que a indústria ainda não
está completamente consolidada, como na América Central e Andina, mas
em menor escala em países como Brasil, México e
Argentina. No caso do Brasil, em um primeiro momento, talvez haja alguma
venda dos pequenos e dos
médios bancos para instituições tradicionais.
FOLHA - Quais as lições aprendidas com essa crise?
ALONSO - O Brasil e a
América Latina aprenderam lições nas suas próprias crises no passado e
construíram sistemas sólidos e bem capitalizados.
Por terem diante de si um
mercado bastante atrativo, não participaram como
investidores nos instrumentos dessa crise. Uma
lição que devemos aprender, como diz Warren Buffett, é que não devemos
nos associar a negócios sobre os quais não temos
profundo conhecimento.
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