São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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Endividamento das classes C e D segue em alta

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise do crédito tem a particularidade de, ao contrário de outras, ferir bancos e empresas antes de significar recessão e desemprego. Essa benesse inicial, no entanto, poderá significar dores maiores no futuro, segundo especialistas.
Isso porque o endividamento das classes C e D continua aumentando. De acordo com a empresa de venda de imóveis Brasil Brokers, nas últimas semanas a venda de lançamentos mais caros foi suspensa. As habitações mais populares, porém, continuaram a ser vendidas na mesma velocidade.
O cenário repete-se na Rossi Residencial. A construtora informou, na semana passada, que não só os imóveis de baixo custo continuam em alta como também que planeja aumentar seus negócios nessa área.
"Sem informação, as classes de menor renda continuam tomando crédito e, num cenário pessimista, poderão não honrar os compromissos e o endividamento assumidos", afirma Fernando Blanco, presidente da seguradora Coface.
Segundo ele, essa perspectiva poderá ajudar a derrubar o crescimento do PIB no próximo ano. "Nos anos em que o país cresceu muito foi porque entrou capital externo", diz Blanco. "Somos uma população pobre, que não tem como poupar e, pelo contrário, se endivida. Sem os recursos estrangeiros que vieram recentemente atrás das aberturas de capital e por meio de investimento das empresas estrangeiras, não consigo ver boas notícias."
"Neste ano será estancada a sangria das empresas, mas os efeitos serão sentido nos próximos anos", diz Peter Ping Ho, da corretora Planner.
(CB)


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