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Endividamento das classes C e D segue em alta
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise do crédito tem a particularidade de, ao contrário de
outras, ferir bancos e empresas
antes de significar recessão e
desemprego. Essa benesse inicial, no entanto, poderá significar dores maiores no futuro, segundo especialistas.
Isso porque o endividamento
das classes C e D continua aumentando. De acordo com a
empresa de venda de imóveis
Brasil Brokers, nas últimas semanas a venda de lançamentos
mais caros foi suspensa. As habitações mais populares, porém, continuaram a ser vendidas na mesma velocidade.
O cenário repete-se na Rossi
Residencial. A construtora informou, na semana passada,
que não só os imóveis de baixo
custo continuam em alta como
também que planeja aumentar
seus negócios nessa área.
"Sem informação, as classes
de menor renda continuam tomando crédito e, num cenário
pessimista, poderão não honrar os compromissos e o endividamento assumidos", afirma
Fernando Blanco, presidente
da seguradora Coface.
Segundo ele, essa perspectiva
poderá ajudar a derrubar o
crescimento do PIB no próximo ano. "Nos anos em que o
país cresceu muito foi porque
entrou capital externo", diz
Blanco. "Somos uma população
pobre, que não tem como poupar e, pelo contrário, se endivida. Sem os recursos estrangeiros que vieram recentemente
atrás das aberturas de capital e
por meio de investimento das
empresas estrangeiras, não
consigo ver boas notícias."
"Neste ano será estancada a
sangria das empresas, mas os
efeitos serão sentido nos próximos anos", diz Peter Ping Ho,
da corretora Planner.
(CB)
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