São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Derivativos minimizaram efeito da crise

Incluídos entre os vilões da atual crise, os chamados derivativos de crédito foram injustamente "demonizados" por aqueles que não se deram ao trabalho de conhecê-los, mas ajudaram a minimizar os efeitos das turbulências nos mercados, diz Eraj Shirvani, presidente-executivo da associação mundial de derivativos e executivo do banco Credit Suisse.
"O aperto no crédito machucou todos os mercados, trouxe uma volatilidade incrível e houve falta de liquidez. Em alguns dias, ninguém queria negociar nada com ninguém. Mesmo nessas horas difíceis, se tinha algo que era negociado era derivativo. Foi o único [mercado] que funcionou todos os dias." Quando falam que foi essa a peça que quebrou, digo que foi essa a que mais funcionou.
Shirvani percorre o mundo para defender os derivativos e não deixar que uma onda "super-reguladora" acabe com o que chama de uma das principais inovações financeiras, que possibilitou o desenvolvimento dos mercados de crédito no mundo rico. Nos EUA, discute-se limitar a emissão e a exposição de bancos e investidores aos derivativos.
"Somos 100% favoráveis à central de compensação, à padronização do mercado, queremos um arcabouço regulatório claro. Mas precisamos ter certeza de que a nova regulação será eficiente, sustentável e queremos saber se pode ter consequências indesejadas. Agora, estamos tentando aumentar os níveis de liquidez e de crédito para fazer o mundo voltar a funcionar direito. Precisamos ter certeza de que a regulação não vai impedir a volta", disse.
O especialista afirma não ter opinião formada sobre a crise dos derivativos de câmbio de exportadores brasileiros, que fizeram hedge [proteção] acima de suas necessidades. Para ele, apesar disso, o Brasil "navegou bem" e saiu antes da crise. Ele afirma que várias das medidas de regulação que o mundo financeiro discute atualmente, como as centrais de compensação para derivativos, já são adotadas com sucesso no país.

ENTENDA:
DERIVATIVOS "ISOLAM" RISCO DE OSCILAÇÃO DE PREÇOS DE OUTROS ATIVOS
Derivativo quer dizer contrato que "deriva" de um ativo, como commodity, ação, juros, câmbio, financiamentos etc. Foca o principal risco que determina o preço desse ativo. Os derivativos de crédito negociam só o risco de inadimplência, permitindo a bancos e investidores comprarem esses papéis sem essa preocupação. Já o risco é comprado por quem, em tese, tem a melhor capacidade para administrá-lo.

DASLUZINHA

O recém-inaugurado departamento infantil da Daslu, que conta com 13 lojas, foi palco de uma programação especial nas semanas que antecederam o 12 de outubro, com show de mágicas e teatro de fantoches. Já os adultos podiam encontrar um vestidinho como opção de presente por R$ 80. O sucesso foi tão grande que muitas crianças passaram a frequentar o espaço diariamente e sem os pais, apenas na companhia das babás.

Pequeno varejo virtual aposta na segmentação

Enquanto as gigantes do comércio eletrônico têm como estratégia oferecer uma gama cada vez mais ampla de produtos, os pequenos decidiram se especializar ao máximo para defender a sua participação no mercado.
O nicho da PortCasa, que nasceu há quase dois anos como loja virtual e real em São Paulo, é o de produtos de cama, mesa e banho. "Esse é um tipo de mercadoria pouco explorado na internet. E grande parte do nosso público é de clientes do interior, porque no site é possível encontrar uma variedade de itens que nos estabelecimentos dessas cidades não há", diz Natan Sztamfater, diretor da empresa.
Clóvis Souza, fundador do grupo Giuliana Flores, abriu uma segunda loja online para atender um público específico, o da classe C. "Na primeira vez, o cliente até adquire um item mais barato, na casa dos R$ 16, no site NovaFlor. Porém, depois passa para arranjos mais sofisticados", explica ele. Suas lojas também são o canal de venda de flores de grandes portais, como o Americanas.com.

GÁS 1
As vendas totais de gás LP no Brasil diminuíram 2,57% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2008, segundo levantamento do Sindigás, que atribui a redução do consumo à crise. As vendas do gás a granel, consumido pela indústria, caíram 7,15%, e as de gás residencial, 0,9%.

GÁS 2
No 22º Fórum Mundial de Gás LP, na semana passada, José Sergio Gabrielli (Petrobras) descartou que o Brasil possa ser autossuficiente na produção de gás LP mesmo com o pré-sal. A afirmação surpreendeu os participantes, já que a previsão do governo é dobrar até 2020 a oferta interna de gás.

CINEMA
A Rio Filme, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, investirá R$ 8,7 milhões na produção de 15 filmes no segundo semestre de 2009, oito vezes mais do que o aplicado no ano de 2008.

MICROFONE
Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA e Nobel da Paz de 2007, fará palestra amanhã sobre energia e mudanças climáticas para 450 empresários em São Paulo. O evento é promovido pela Fiesp e pelo Santander.

BOLADA
Metade das pessoas de baixa renda da América Latina tem um poder aquisitivo total de US$ 500 bilhões, segundo a TNS, de pesquisas de mercado. Estudos da consultoria apontam que metade do montante é gasto com alimentação. O restante é destinado para roupas, celular, lazer e itens para a casa.

PARCERIA
Na companhia de seguros que estão criando juntos, o Banco do Brasil deve ter uma participação de 49% e a Mapfre, de 51%, diz Ordélio Azevedo Sette, sócio do escritório de advocacia que leva seu sobrenome, o qual está assessorando os espanhóis na operação. O acordo final sai em dois meses.


com DENYSE GODOY, JOANA CUNHA, TONY SCIARRETTA e MARINA GAZZONI


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