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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Derivativos minimizaram efeito da crise
Incluídos entre os vilões da
atual crise, os chamados derivativos de crédito foram injustamente "demonizados" por
aqueles que não se deram ao
trabalho de conhecê-los, mas
ajudaram a minimizar os efeitos das turbulências nos mercados, diz Eraj Shirvani, presidente-executivo da associação
mundial de derivativos e executivo do banco Credit Suisse.
"O aperto no crédito machucou todos os mercados, trouxe
uma volatilidade incrível e houve falta de liquidez. Em alguns
dias, ninguém queria negociar
nada com ninguém. Mesmo
nessas horas difíceis, se tinha
algo que era negociado era derivativo. Foi o único [mercado]
que funcionou todos os dias."
Quando falam que foi essa a peça que quebrou, digo que foi essa a que mais funcionou.
Shirvani percorre o mundo
para defender os derivativos e
não deixar que uma onda "super-reguladora" acabe com o
que chama de uma das principais inovações financeiras, que
possibilitou o desenvolvimento
dos mercados de crédito no
mundo rico. Nos EUA, discute-se limitar a emissão e a exposição de bancos e investidores
aos derivativos.
"Somos 100% favoráveis à
central de compensação, à padronização do mercado, queremos um arcabouço regulatório
claro. Mas precisamos ter certeza de que a nova regulação será eficiente, sustentável e queremos saber se pode ter consequências indesejadas. Agora,
estamos tentando aumentar os
níveis de liquidez e de crédito
para fazer o mundo voltar a
funcionar direito. Precisamos
ter certeza de que a regulação
não vai impedir a volta", disse.
O especialista afirma não ter
opinião formada sobre a crise
dos derivativos de câmbio de
exportadores brasileiros, que
fizeram hedge [proteção] acima de suas necessidades. Para
ele, apesar disso, o Brasil "navegou bem" e saiu antes da crise.
Ele afirma que várias das medidas de regulação que o mundo
financeiro discute atualmente,
como as centrais de compensação para derivativos, já são adotadas com sucesso no país.
ENTENDA: DERIVATIVOS "ISOLAM" RISCO DE
OSCILAÇÃO DE PREÇOS DE OUTROS ATIVOS
Derivativo quer dizer contrato que "deriva" de um ativo, como commodity, ação, juros, câmbio, financiamentos etc. Foca o principal risco que determina o preço desse ativo. Os
derivativos de crédito negociam só o risco de inadimplência,
permitindo a bancos e investidores comprarem esses papéis
sem essa preocupação. Já o risco é comprado por quem, em
tese, tem a melhor capacidade para administrá-lo.
DASLUZINHA
O recém-inaugurado departamento infantil da Daslu,
que conta com 13 lojas, foi palco de uma programação especial nas semanas que antecederam o 12 de outubro,
com show de mágicas e teatro de fantoches. Já os adultos
podiam encontrar um vestidinho como opção de presente
por R$ 80. O sucesso foi tão grande que muitas crianças
passaram a frequentar o espaço diariamente e sem os
pais, apenas na companhia das babás.
Pequeno varejo virtual aposta
na segmentação
Enquanto as gigantes do comércio eletrônico têm como
estratégia oferecer uma gama
cada vez mais ampla de produtos, os pequenos decidiram se
especializar ao máximo para
defender a sua participação no
mercado.
O nicho da PortCasa, que
nasceu há quase dois anos como loja virtual e real em São
Paulo, é o de produtos de cama,
mesa e banho. "Esse é um tipo
de mercadoria pouco explorado na internet. E grande parte
do nosso público é de clientes
do interior, porque no site é
possível encontrar uma variedade de itens que nos estabelecimentos dessas cidades não
há", diz Natan Sztamfater, diretor da empresa.
Clóvis Souza, fundador do
grupo Giuliana Flores, abriu
uma segunda loja online para
atender um público específico,
o da classe C. "Na primeira vez,
o cliente até adquire um item
mais barato, na casa dos R$ 16,
no site NovaFlor. Porém, depois passa para arranjos mais
sofisticados", explica ele. Suas
lojas também são o canal de
venda de flores de grandes portais, como o Americanas.com.
GÁS 1
As vendas totais de gás LP no
Brasil diminuíram 2,57% no
primeiro semestre em relação
ao mesmo período de 2008, segundo levantamento do Sindigás, que atribui a redução do
consumo à crise. As vendas do
gás a granel, consumido pela
indústria, caíram 7,15%, e as de
gás residencial, 0,9%.
GÁS 2
No 22º Fórum Mundial de
Gás LP, na semana passada, José Sergio Gabrielli (Petrobras)
descartou que o Brasil possa ser
autossuficiente na produção de
gás LP mesmo com o pré-sal. A
afirmação surpreendeu os participantes, já que a previsão do
governo é dobrar até 2020 a
oferta interna de gás.
CINEMA
A Rio Filme, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura
do Rio de Janeiro, investirá R$
8,7 milhões na produção de 15
filmes no segundo semestre de
2009, oito vezes mais do que o
aplicado no ano de 2008.
MICROFONE
Al Gore, ex-vice-presidente
dos EUA e Nobel da Paz de
2007, fará palestra amanhã sobre energia e mudanças climáticas para 450 empresários em
São Paulo. O evento é promovido pela Fiesp e pelo Santander.
BOLADA
Metade das pessoas de baixa
renda da América Latina tem
um poder aquisitivo total de
US$ 500 bilhões, segundo a
TNS, de pesquisas de mercado.
Estudos da consultoria apontam que metade do montante é
gasto com alimentação. O restante é destinado para roupas,
celular, lazer e itens para a casa.
PARCERIA
Na companhia de seguros
que estão criando juntos, o
Banco do Brasil deve ter uma
participação de 49% e a Mapfre, de 51%, diz Ordélio Azevedo Sette, sócio do escritório de
advocacia que leva seu sobrenome, o qual está assessorando
os espanhóis na operação. O
acordo final sai em dois meses.
com DENYSE GODOY, JOANA CUNHA, TONY SCIARRETTA e MARINA GAZZONI
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