São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Força fecha acordo que dá até 10% para 12 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

Após paralisar cerca de 10 mil metalúrgicos de empresas do grupo 10 (reúne lâmpadas, estamparia, entre outras), a Força Sindical fechou ontem acordo com 36 empresários do setor na capital, beneficiando 12 mil trabalhadores.
Uma empresa está em greve desde ontem, e outras oito decidiram abrir negociação na tentativa de evitar mais paralisações por reajuste salarial. Hoje, 22 empresas da capital devem parar.
A estratégia da central foi buscar acordos por empresa, porque houve impasse nas negociações com representantes dos sindicatos patronais. A proposta dos empresários era conceder reajuste salarial se os metalúrgicos aceitassem abrir mão da estabilidade no emprego prevista na convenção coletiva da categoria.
Pelo acordo de 2001, os portadores de doença profissional têm garantia de emprego de 33 meses, e os trabalhadores que sofreram acidente de trabalho, estabilidade até a aposentadoria.
Os reajustes concedidos variam de 9,65% a 10% a partir de janeiro -ou a reposição integral da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), caso o percentual acumulado nos últimos 12 meses fique acima dos 10%. Serão aplicados aos salários de janeiro de 2003.
As 36 empresas que fecharam acordo ontem empregam cerca de 7% dos metalúrgicos do grupo 10 no Estado de São Paulo. Esse grupo, formado por pequenas e médias empresas, reúne 168 mil trabalhadores paulistas. Entre as empresas que fecharam acordo estão Prada, Brasilata, Helfont, Artok e Metalúrgica Matarazzo.
Além do reajuste, os acordos prevêem, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o pagamento de 30% de abono salarial parcelado e a manutenção de duas cláusulas que garantem estabilidade aos portadores de doença profissional e aos acidentados de trabalho.
"Pretendíamos parar 40 empresas. Mas 20 delas já informaram que aceitavam negociar. A greve atingiu de fato só 20 fábricas. Amanhã [hoje] mais empresas vão parar até concederem o reajuste", disse Eleno José Bezerra, secretário-geral do sindicato.
"Na nossa empresa, a paralisação foi parcial e atingiu o primeiro turno", disse o gerente de recursos humanos da Matarazzo, José Nilson da Silva. A greve durou cerca de seis horas, e a empresa se comprometeu a repor a inflação.


Texto Anterior: Trabalho em xeque: Centrais apóiam reformas com ressalvas
Próximo Texto: Siderurgia: Projeto da Vale pode unir CST e Usiminas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.