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Força fecha acordo que dá até 10% para 12 mil
DA REPORTAGEM LOCAL
Após paralisar cerca de 10 mil
metalúrgicos de empresas do grupo 10 (reúne lâmpadas, estamparia, entre outras), a Força Sindical
fechou ontem acordo com 36 empresários do setor na capital, beneficiando 12 mil trabalhadores.
Uma empresa está em greve
desde ontem, e outras oito decidiram abrir negociação na tentativa
de evitar mais paralisações por
reajuste salarial. Hoje, 22 empresas da capital devem parar.
A estratégia da central foi buscar acordos por empresa, porque
houve impasse nas negociações
com representantes dos sindicatos patronais. A proposta dos empresários era conceder reajuste
salarial se os metalúrgicos aceitassem abrir mão da estabilidade no
emprego prevista na convenção
coletiva da categoria.
Pelo acordo de 2001, os portadores de doença profissional têm
garantia de emprego de 33 meses,
e os trabalhadores que sofreram
acidente de trabalho, estabilidade
até a aposentadoria.
Os reajustes concedidos variam
de 9,65% a 10% a partir de janeiro
-ou a reposição integral da inflação medida pelo INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor), caso o percentual acumulado nos últimos 12 meses fique acima dos 10%. Serão aplicados aos
salários de janeiro de 2003.
As 36 empresas que fecharam
acordo ontem empregam cerca
de 7% dos metalúrgicos do grupo
10 no Estado de São Paulo. Esse
grupo, formado por pequenas e
médias empresas, reúne 168 mil
trabalhadores paulistas. Entre as
empresas que fecharam acordo
estão Prada, Brasilata, Helfont,
Artok e Metalúrgica Matarazzo.
Além do reajuste, os acordos
prevêem, segundo informou o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, o pagamento de 30%
de abono salarial parcelado e a
manutenção de duas cláusulas
que garantem estabilidade aos
portadores de doença profissional e aos acidentados de trabalho.
"Pretendíamos parar 40 empresas. Mas 20 delas já informaram
que aceitavam negociar. A greve
atingiu de fato só 20 fábricas.
Amanhã [hoje] mais empresas
vão parar até concederem o reajuste", disse Eleno José Bezerra,
secretário-geral do sindicato.
"Na nossa empresa, a paralisação foi parcial e atingiu o primeiro
turno", disse o gerente de recursos humanos da Matarazzo, José
Nilson da Silva. A greve durou
cerca de seis horas, e a empresa se
comprometeu a repor a inflação.
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