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SIDERURGIA
Fusão pode criar uma das maiores empresas do ramo no país e no mundo para "ganhar escala e competitividade"
Projeto da Vale pode unir CST e Usiminas
PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA
Os acionistas da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) e da
Usiminas estudam uma fusão entre elas, criando uma das maiores
empresas do setor no país e no
mundo.
O projeto é liderado pela Vale
do Rio Doce, que participa do capital das duas companhias, mas
tem o aval de outros sócios.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que a proposta já
está em discussão com os outros
acionistas -do lado da CST, a
francesa Arcelor e a japonesa Kawasaki; do lado da Usiminas, a
Nippon Stell, o Bradesco e a Votorantim.
Segundo Agnelli, o objetivo da
fusão é "ganhar escala e competitividade" num mercado que ainda é muito fragmentado.
Essa fragmentação, segundo especialistas, resulta na baixa rentabilidade do setor, que é pressionado por fornecedores (mineradoras) e compradores (indústria automobilística) muito mais concentrados e com ganhos maiores
de escala.
"A Vale tem incentivado processos como esse de fusão", disse
o executivo, acrescentando, porém, que não será um negócio de
fácil realização, pois existem interesses conflitantes dos acionistas
das companhias.
O presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, confirma
que há negociações. Para ele, a fusão é interessante do ponto de vista da competitividade, num setor
que ainda é muito disperso.
"É uma tendência. Há mais convergências do que divergências
[na proposta]. É sempre bom
uma fusão", disse.
Soares afirmou, no entanto, que
outras discussões estão em pauta.
É o caso de uma associação com a
CSN, que ocorreria caso a fusão
da companhia brasileira com a
anglo-holandesa Corus não seja
concretizada.
A idéia original do negócio partiu da Vale, que tem interesse em
colocar seu minério de ferro numa escala maior nas siderúrgicas
nacionais.
O presidente da Vale afirmou
que a empresa não seria controladora do novo grupo, caso haja a
fusão. Ele não descarta, porém,
adquirir uma parcela da nova
companhia.
Segundo Agnelli, a intenção da
Vale é continuar sendo acionista
minoritária. A Vale tem 22% do
capital total da CST. Na Usiminas,
a companhia tem cerca de 20% e
está fora do bloco de controle.
O jornalista Pedro Soares viajou a Vitória
a convite da CST
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