São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 2002

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SIDERURGIA

Fusão pode criar uma das maiores empresas do ramo no país e no mundo para "ganhar escala e competitividade"

Projeto da Vale pode unir CST e Usiminas

PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

Os acionistas da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) e da Usiminas estudam uma fusão entre elas, criando uma das maiores empresas do setor no país e no mundo.
O projeto é liderado pela Vale do Rio Doce, que participa do capital das duas companhias, mas tem o aval de outros sócios.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que a proposta já está em discussão com os outros acionistas -do lado da CST, a francesa Arcelor e a japonesa Kawasaki; do lado da Usiminas, a Nippon Stell, o Bradesco e a Votorantim.
Segundo Agnelli, o objetivo da fusão é "ganhar escala e competitividade" num mercado que ainda é muito fragmentado.
Essa fragmentação, segundo especialistas, resulta na baixa rentabilidade do setor, que é pressionado por fornecedores (mineradoras) e compradores (indústria automobilística) muito mais concentrados e com ganhos maiores de escala.
"A Vale tem incentivado processos como esse de fusão", disse o executivo, acrescentando, porém, que não será um negócio de fácil realização, pois existem interesses conflitantes dos acionistas das companhias.
O presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, confirma que há negociações. Para ele, a fusão é interessante do ponto de vista da competitividade, num setor que ainda é muito disperso.
"É uma tendência. Há mais convergências do que divergências [na proposta]. É sempre bom uma fusão", disse.
Soares afirmou, no entanto, que outras discussões estão em pauta. É o caso de uma associação com a CSN, que ocorreria caso a fusão da companhia brasileira com a anglo-holandesa Corus não seja concretizada.
A idéia original do negócio partiu da Vale, que tem interesse em colocar seu minério de ferro numa escala maior nas siderúrgicas nacionais.
O presidente da Vale afirmou que a empresa não seria controladora do novo grupo, caso haja a fusão. Ele não descarta, porém, adquirir uma parcela da nova companhia.
Segundo Agnelli, a intenção da Vale é continuar sendo acionista minoritária. A Vale tem 22% do capital total da CST. Na Usiminas, a companhia tem cerca de 20% e está fora do bloco de controle.


O jornalista Pedro Soares viajou a Vitória a convite da CST

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