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ANIMAIS
Órgão quer controle populacional; Ibama é contra
Embrapa quer ver liberada a caça de jacaré e búfalo no Pantanal e em RO
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embrapa (Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária) quer
ver liberada em breve a caça em
duas regiões do país: o Pantanal e
uma reserva biológica em Rondônia. Os animais cujo abate seria
permitido são, respectivamente, o
jacaré-do-pantanal e o búfalo.
O Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), porém, é
contra as idéias da Embrapa. É
preciso o aval do instituto para
mudar a lei ambiental, que proíbe
a caça de animais silvestres.
De acordo com a Embrapa, a
população de jacarés-do-pantanal está grande, fruto do programa de preservação conduzido pelo Ibama na década de 80. Com a
caça, diz Guilherme Mourão, pesquisador da Embrapa Pantanal,
além de fazer o controle populacional do jacaré, haveria um incentivo ao desenvolvimento da
região, com o comércio de carne e
peles.
O caso do búfalo de Rondônia é
diferente. O animal não é original
da região da Reserva Nacional de
Guaporé: foi trazido da ilha de
Marajó na década de 50 pelo governo do Estado. O problema é
que o animal se reproduziu demais, espantando animais originários dali e compactando o solo
pobre da região.
Segundo o estudo do pesquisador Ricardo Gomes, da Embrapa
Rondônia, liberar a caça controlada do búfalo poderia servir para
incentivar o turismo no Estado.
A resistência do Ibama em aceitar a caça como manejo de populações nesses casos, segundo José
de Anchieta dos Santos, diretor de
fauna do instituto, é principalmente logística. Para ele, o controle, necessário à prática da caça,
é difícil de ser realizado.
"Por isso, a caça é, para nós, a
última opção", diz. Para ele, uma
alternativa à caça do jacaré é a
criação em cativeiro dos animais.
No caso dos búfalos, há a possibilidade de distribuição de animais
para complementar a agricultura
familiar na região e o abate sistemático dos animais restantes.
Onde se pode caçar
A caça no Brasil é liberada apenas no sul do Rio Grande do Sul.
Lá, universidades acompanham a
atividade ao estipular os períodos
abertos à caça e quais animais podem ser abatidos. Em geral, a liberação vale apenas para aves.
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