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BB paga R$ 81 mi por Banco do Piauí e defende expansão
Banco federal afirma que aquisição busca "defender sua posição competitiva'
BB perdeu liderança no ranking após fusão entre o Itaú e o Unibanco na semana passada e negocia outras aquisições
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil vai pagar
R$ 81,7 milhões para ficar com
o controle do Banco do Estado
do Piauí. Depois de dois anos de
negociações, o negócio foi
aprovado anteontem pelo conselho de administração do BB.
Ontem, um comunicado foi
enviado para a Bovespa e para a
CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) com os detalhes
do negócio.
Segundo esse comunicado, a
operação "possibilita um novo
caminho de crescimento para o
BB, como alternativa ao modelo de expansão orgânica, visando defender sua posição competitiva". Expansão orgânica é
o nome dado ao crescimento
que o banco consegue ter apenas com a expansão natural de
suas operações, sem adotar
uma estratégia de aquisições de
seus concorrentes.
No mês passado, o governo
editou uma medida provisória
que autoriza bancos públicos a
adquirir concorrentes do setor
privado. A MP está em vigor,
mas ainda não foi votada pelo
Congresso. Antes disso, o BB já
negociava a compra do BRB
(Banco de Brasília) e da Nossa
Caixa. Nenhum desses negócios foi fechado ainda.
A aquisição do BEP foi a primeira efetuada pelo BB após o
anúncio da fusão entre Itaú e
Unibanco, que tirou do banco
federal o posto de maior instituição financeira do país. Ainda
assim, a compra do BEP não vai
afetar a briga pela liderança
desse ranking, já que o banco
piauiense é de pequeno porte e
tem atuação restrita ao seu Estado de origem.
De acordo com o levantamento feito pelo Banco Central
a partir de demonstrações financeiras fechadas em junho, o
BEP era o 75º maior banco do
país, com ativos totais de R$
330 milhões, valor que equivale
a 0,08% dos ativos do BB, que
somavam R$ 403,5 bilhões há
pouco mais de quatro meses. O
grupo que surge com a união de
Itaú e Unibanco possuía ativos
de R$ 575 bilhões se considerada a posição do final de setembro.
O valor da compra do BEP foi
fixado a partir de avaliação feita
pelas empresas de auditoria
Deloitte Touche Tohmatsu e da
Global Auditores Independentes.
A transação vai ser concretizada por meio de uma troca de
ações entre os dois bancos. Para ser formalizado, o negócio
precisa também do aval dos
acionistas de ambas as instituições, que devem se reunir em
assembléia para debater o assunto. Como os dois bancos são
controlados pelo governo federal, não deve haver obstáculos
para que a operação ocorra.
Em 1999, o BEP passou para
o controle da União como parte
da renegociação da dívida do
Piauí com o governo federal. O
acordo previa que, para que
parte da dívida do Estado fosse
abatida, o banco deveria ser
privatizado. Foi o que aconteceu com outros Estados que renegociaram suas dívidas durante o governo FHC (1995-2002), como São Paulo, que
vendeu o Banespa, e o Rio de
Janeiro com o Banerj.
Nos últimos anos, porém, o
governo tem optado por transferir o controle de antigos bancos estaduais para o BB. Foi assim, por exemplo, com o Banco
do Estado de Santa Catarina,
que passou para as mãos do
banco federal em setembro por
R$ 685 milhões.
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