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Economia do país deve receber R$ 78 bi com 13º, calcula Dieese
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento do 13º salário
deve injetar R$ 78 bilhões na
economia até dezembro e beneficiar 68,3 milhões de pessoas, segundo estimativa do
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
A maior parte desse dinheiro
-que representa 2,7% do PIB
(Produto Interno Bruto)- deve ser usada para o pagamento
de dívidas, segundo avaliam
economistas e especialistas em
mercado de trabalho.
Em tempo de crédito escasso
e consumidor mais cauteloso
para se endividar, devido à crise
financeira internacional que
traz reflexos à economia do
país, os recursos chegam "em
boa hora", segundo representantes do comércio paulista.
Dos R$ 78 bilhões que devem
ser pagos neste ano, 20,7% serão destinados aos beneficiários do INSS; 69% para os empregados com carteira assinada; 1,2% a empregados domésticos; 5,1% a aposentados e pensionistas da União; e 3,3% a
aposentados e pensionistas dos
Estados. A primeira parcela do
13º deste ano dever ser paga até
até o dia 28 deste mês; a segunda, até o dia 19 de dezembro.
O número de pessoas que receberão o 13º salário neste ano
é 6,9% superior ao do ano passado, quando o Dieese estimou
o pagamento de R$ 64 bilhões
para 63,8 milhões de pessoas.
"São 4,4 milhões de pessoas a
mais que terão o benefício neste ano e o montante pago também aumentou. Esse crescimento se explica em parte com
o aumento do emprego formal
neste ano e em parte pelo aumento real concedido ao salário mínimo", diz José Silvestre
Prado de Oliveira, coordenador
técnico do Dieese.
O valor médio pago neste ano
é de R$ 1.105 -14,2% maior do
que o pago no ano passado, ou
R$ 967,21 (valor de setembro
deste ano deflacionado pelo
INPC do IBGE).
Fábio Silveira, sócio-diretor
da RC Consultores, diz que a
tendência é que o dinheiro do
13º seja usado para quitar dívidas. "O consumidor deve ter
uma atitude mais defensiva por
causa das incertezas para 2009
e porque sabe que corre o risco
de perder o emprego. Se sobrar
uma parte do 13º, creio que irá
poupar. Se decidir comprar, será com mais parcimônia."
Fábio Romão, economista da
LCA, acredita que os trabalhadores vão evitar contrair novas
dívidas. "O consumidor está
com um pé atrás."
Para Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, os recursos do 13º são "determinantes" para o varejo.
"Esse montante chega em boa
hora". Segundo pesquisa da associação, 37% dos consumidores disseram que irão gastar o
benefício em compras, 35%
quitarão dívidas, 11% reformarão a casa e 9% irão guardá-lo.
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