São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Economia do país deve receber R$ 78 bi com 13º, calcula Dieese

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento do 13º salário deve injetar R$ 78 bilhões na economia até dezembro e beneficiar 68,3 milhões de pessoas, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
A maior parte desse dinheiro -que representa 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto)- deve ser usada para o pagamento de dívidas, segundo avaliam economistas e especialistas em mercado de trabalho.
Em tempo de crédito escasso e consumidor mais cauteloso para se endividar, devido à crise financeira internacional que traz reflexos à economia do país, os recursos chegam "em boa hora", segundo representantes do comércio paulista.
Dos R$ 78 bilhões que devem ser pagos neste ano, 20,7% serão destinados aos beneficiários do INSS; 69% para os empregados com carteira assinada; 1,2% a empregados domésticos; 5,1% a aposentados e pensionistas da União; e 3,3% a aposentados e pensionistas dos Estados. A primeira parcela do 13º deste ano dever ser paga até até o dia 28 deste mês; a segunda, até o dia 19 de dezembro.
O número de pessoas que receberão o 13º salário neste ano é 6,9% superior ao do ano passado, quando o Dieese estimou o pagamento de R$ 64 bilhões para 63,8 milhões de pessoas.
"São 4,4 milhões de pessoas a mais que terão o benefício neste ano e o montante pago também aumentou. Esse crescimento se explica em parte com o aumento do emprego formal neste ano e em parte pelo aumento real concedido ao salário mínimo", diz José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador técnico do Dieese.
O valor médio pago neste ano é de R$ 1.105 -14,2% maior do que o pago no ano passado, ou R$ 967,21 (valor de setembro deste ano deflacionado pelo INPC do IBGE).
Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, diz que a tendência é que o dinheiro do 13º seja usado para quitar dívidas. "O consumidor deve ter uma atitude mais defensiva por causa das incertezas para 2009 e porque sabe que corre o risco de perder o emprego. Se sobrar uma parte do 13º, creio que irá poupar. Se decidir comprar, será com mais parcimônia."
Fábio Romão, economista da LCA, acredita que os trabalhadores vão evitar contrair novas dívidas. "O consumidor está com um pé atrás."
Para Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, os recursos do 13º são "determinantes" para o varejo. "Esse montante chega em boa hora". Segundo pesquisa da associação, 37% dos consumidores disseram que irão gastar o benefício em compras, 35% quitarão dívidas, 11% reformarão a casa e 9% irão guardá-lo.


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