São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Lucro da Petrobras cresce 96% e atinge R$ 10,85 bi

Resultado recorde foi impulsionado pela alta do petróleo até setembro e pela produção maior

Para a empresa, desempenho no 4º trimestre não deve ser afetado significativamente, apesar da queda do preço do barril e da alta do dólar

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Impulsionado pela alta do preço do petróleo -vigente até setembro- e pelo avanço da produção, o lucro líquido da Petrobras bateu recorde no terceiro trimestre: alcançou R$ 10,852 bilhões, com expansão de 96% na comparação com o mesmo período de 2007. A alta ficou em 23,5% ante o resultado do segundo trimestre (R$ 8,783 bilhões).
Nos nove primeiros meses do ano, o lucro também foi o maior da história: R$ 26,560 bilhões, com alta de 61%.
Segundo o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o "lucro recorde histórico foi fruto do aumento das vendas, de preços mais altos e produção maior". Teve ainda, segundo ele, "a ajuda do câmbio" -que gerou um efeito positivo de R$ 3,5 bilhões no trimestre e de mais de R$ 640 milhões no acumulado do ano.
Os efeitos determinantes no acumulado do ano, disse, foram preço maior e volume mais elevado de produção, que proporcionaram uma receita alta da companhia. Nos nove primeiros meses, o faturamento cresceu 35% (para R$ 168,9 bilhões). No terceiro trimestre, subiu 52% -R$ 67,5 bilhões.
Já no trimestre, a variação cambial se destacou como fator de engorda do lucro, segundo o diretor. A alta do dólar elevou os ativos da companhia investidos no exterior, aumentando os ganhos financeiros.
Diante disso, a Petrobras conseguiu ser mais lucrativa, apesar do cenário de aumento de custo e de importações, em um cenário de preço de petróleo bem salgado.
Na média dos nove primeiros meses do ano, a cotação do óleo ficou em US$ 111 o barril, acima dos US$ 67,13 registrados em igual período do ano passado. O aumento contribuiu para elevar a receita.

Alinhamento
No terceiro trimestre, a companhia foi beneficiada ainda pelo reajuste dos combustíveis em maio, o que aproximou os preços aos do mercado internacional. Barbassa afirmou que atualmente eles se "mantêm alinhados no médio prazo", apesar da queda do petróleo. Isto porque o câmbio subiu e compensou essa redução.
Já a produção de óleo e gás cresceu 5% no período. Apesar da expansão, Barbassa disse que a meta de extrair 1,950 milhão de barris/dia na média do ano não será alcançada pelo atraso de duas plataformas. A cifra deve ficar em 1,9 milhão.
Todos esses fatores impulsionaram a geração de caixa da companhia (o chamado Ebtida), que ficou em R$ 15,7 bilhões, com alta de 20%.

Perspectivas
Para Barbassa, o desempenho da Petrobras no quarto trimestre não deve ser afetado significativamente, apesar da queda do preço do barril e da alta do dólar. O executivo espera que a cotação oscile entre US$ 60 e US$ 80 o barril no curto prazo.
"A Petrobras não terá uma perda tão grande. Ela funciona como uma empresa exportadora. Tem a maior parte de suas receitas atreladas ao mercado internacional, à variação do câmbio e do petróleo", afirmou.
Barbassa disse ainda que a empresa não vai postergar nenhum investimento nas descobertas do pré-sal, apesar da crise de crédito. Ressaltou, porém, que a empresa vai ser mais seletiva e priorizará os empreendimentos que tenham capacidade de gerar caixa mais rapidamente.
Ele estima que os investimentos da estatal somem R$ 50 bilhões ao final deste ano, maior valor da história da companhia.


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