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Lucro da Petrobras cresce 96% e atinge R$ 10,85 bi
Resultado recorde foi impulsionado pela alta do petróleo até setembro e pela produção maior
Para a empresa, desempenho no 4º trimestre não deve ser afetado significativamente, apesar da queda do preço
do barril e da alta do dólar
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionado pela alta do
preço do petróleo -vigente até
setembro- e pelo avanço da
produção, o lucro líquido da Petrobras bateu recorde no terceiro trimestre: alcançou R$
10,852 bilhões, com expansão
de 96% na comparação com o
mesmo período de 2007. A alta
ficou em 23,5% ante o resultado do segundo trimestre (R$
8,783 bilhões).
Nos nove primeiros meses do
ano, o lucro também foi o maior
da história: R$ 26,560 bilhões,
com alta de 61%.
Segundo o diretor-financeiro
da Petrobras, Almir Barbassa, o
"lucro recorde histórico foi fruto do aumento das vendas, de
preços mais altos e produção
maior". Teve ainda, segundo
ele, "a ajuda do câmbio" -que
gerou um efeito positivo de R$
3,5 bilhões no trimestre e de
mais de R$ 640 milhões no acumulado do ano.
Os efeitos determinantes no
acumulado do ano, disse, foram
preço maior e volume mais elevado de produção, que proporcionaram uma receita alta da
companhia. Nos nove primeiros meses, o faturamento cresceu 35% (para R$ 168,9 bilhões). No terceiro trimestre,
subiu 52% -R$ 67,5 bilhões.
Já no trimestre, a variação
cambial se destacou como fator
de engorda do lucro, segundo o
diretor. A alta do dólar elevou
os ativos da companhia investidos no exterior, aumentando os
ganhos financeiros.
Diante disso, a Petrobras
conseguiu ser mais lucrativa,
apesar do cenário de aumento
de custo e de importações, em
um cenário de preço de petróleo bem salgado.
Na média dos nove primeiros
meses do ano, a cotação do óleo
ficou em US$ 111 o barril, acima
dos US$ 67,13 registrados em
igual período do ano passado. O
aumento contribuiu para elevar a receita.
Alinhamento
No terceiro trimestre, a companhia foi beneficiada ainda
pelo reajuste dos combustíveis
em maio, o que aproximou os
preços aos do mercado internacional. Barbassa afirmou que
atualmente eles se "mantêm
alinhados no médio prazo",
apesar da queda do petróleo. Isto porque o câmbio subiu e
compensou essa redução.
Já a produção de óleo e gás
cresceu 5% no período. Apesar
da expansão, Barbassa disse
que a meta de extrair 1,950 milhão de barris/dia na média do
ano não será alcançada pelo
atraso de duas plataformas. A
cifra deve ficar em 1,9 milhão.
Todos esses fatores impulsionaram a geração de caixa da
companhia (o chamado Ebtida), que ficou em R$ 15,7 bilhões, com alta de 20%.
Perspectivas
Para Barbassa, o desempenho da Petrobras no quarto trimestre não deve ser afetado
significativamente, apesar da
queda do preço do barril e da alta do dólar. O executivo espera
que a cotação oscile entre US$
60 e US$ 80 o barril no curto
prazo.
"A Petrobras não terá uma
perda tão grande. Ela funciona
como uma empresa exportadora. Tem a maior parte de suas
receitas atreladas ao mercado
internacional, à variação do
câmbio e do petróleo", afirmou.
Barbassa disse ainda que a
empresa não vai postergar nenhum investimento nas descobertas do pré-sal, apesar da crise de crédito. Ressaltou, porém,
que a empresa vai ser mais seletiva e priorizará os empreendimentos que tenham capacidade de gerar caixa mais rapidamente.
Ele estima que os investimentos da estatal somem R$
50 bilhões ao final deste ano,
maior valor da história da companhia.
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