São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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ITÁLIA

Reunião decidirá futuro do presidente do conselho

Fresco chama primeiro-ministro de "louco" e politiza crise da Fiat

DA REDAÇÃO

A crise pela qual passa a Fiat, maior grupo empresarial da Itália, vem adquirindo contornos políticos. Paolo Fresco, presidente do conselho da Fiat, e Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, trocaram farpas em público. Fresco disse ter pensado que Berlusconi havia ficado "louco".
Fresco disse, em entrevista ao jornal italiano "La Repubblica", ao ser questionado se achava que as críticas do primeiro-ministro haviam sido proféticas: "Não estava pensando em mim, mas nele. Achei que ele tinha ficado louco".
O conselho administrativo do grupo se reunirá amanhã e pode decidir o futuro de Fresco. Ele afirma que não pretende deixar a empresa agora e que sua intenção é permanecer no cargo até julho de 2003, quando se aposentaria.
Há dois dias, o então presidente da Fiat, Gabriele Galateri, renunciou após ocupar o cargo por apenas seis meses e enfrentar uma série de greves e protestos. Enrico Bondi, um especialista em reestruturação de empresas, é o nome mais cotado para substituí-lo. Bondi é ligado ao Mediobanca, banco de investimentos que tem boas relações com Berlusconi.
Há rumores de que o Mediobanca e a família Agnelli, que controla o grupo Fiat, têm planos para impedir que a Fiat Auto, responsável pela fabricação da maior parte das marcas de carro do grupo, vá parar nas mãos dos americanos. Isso porque a gigante americana General Motors possui 20% da Fiat Auto e teria prioridade para comprar o restante. A opção de venda para a GM poderá ser feita a partir de 2004, mas o governo quer mantê-la sob o controle de italianos.


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