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Agrofolha
Rebanho bovino tem alta, mas em ritmo menor
Após avanço de 4,6% em 2004, taxa foi de apenas 1,3% em 2005, a menor em 5 anos
Preços baixos e migração de investimentos para outros ramos do agronegócio explicam a freada no ano passado, segundo o IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A produção de bovinos, principal produto da pecuária nacional, sofreu uma freada em 2005 por conta do preço pouco
atrativo da carne e dos investimentos em outros ramos do
agronegócio. O rebanho cresceu apenas 1,3% em 2005, na
menor taxa desde 2000. Em
2004, a expansão havia sido
maior: 4,6%.
Existiam 207,2 milhões de
bois e vacas no Brasil no ano
passado, o que assegura ao país
o posto de maior rebanho mundial. A cifra supera a população
brasileira -180 milhões de pessoas. Os dados constam da pesquisa Produção da Pecuária
Municipal, divulgada ontem
pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
Apesar do fraco crescimento
em 2005, o Brasil manteve o
maior rebanho do mundo, ficando à frente da Índia (cujo
plantel não é destinado a fins
comerciais, pois a religião hindu idolatra a vaca) e da China.
Segundo Octávio Costa de
Oliveira, gerente de Pecuária
do IBGE, preços deprimidos,
câmbio desfavorável às exportações e a migração dos investimentos para outras áreas do
agronegócio explicam a desaceleração do avanço do rebanho.
Diante do cenário de preços
mais baixos, investir em gado
tornou-se menos atrativo, o
que levou os pecuaristas a migrar para a soja e cana-de-açúcar, de acordo com o IBGE.
Em 2005, o surgimento de
focos de febre aftosa em Mato
Grosso do Sul e no Paraná levou vários países a decretar o
embargo às importações de
carne brasileira. O resultado foi
a queda dos preços do produto
com a maior oferta provocada
pela crise.
Destinada prioritariamente
ao mercado interno, a produção de leite, por sua vez, teve
desempenho melhor. Cresceu
4,7% de 2004 para 2005, graças
ao incremento de produtividade, que subiu de 1.172 litros por
vaca por ano para 1.191 litros.
O IBGE identificou ainda as
maiores cidades produtoras de
gado no país. São elas Corumbá
(MS), São Félix do Xingu (PA) e
Ribas do Rio Pardo (MS). Entre
os Estados, o maior rebanho estava, em 2005, em Mato Grosso
-26,7 milhões de cabeças.
Já no caso do leite, os principais produtores eram Ibiá
(MG), Marechal Cândido Rondon (PR) e Patos de Minas
(MG). O Estado de Minas Gerais registrara a maior produção -28,1% do total.
Pelos dados do IBGE, a criação de suínos avançou 3% em
2005 e atingiu 34 milhões de
animais. Santa Catarina e Paraná se mantiveram como os
principais Estados produtores
-18,5% e 13,4% do total. O município de Uberlândia concentrou o maior rebanho do país.
Aves
Apesar da crise detonada pela gripe asiática, que afetou os
preços do frango em decorrência da redução do consumo
mundial, o efetivo total de frangos aumentou 7% de 2004 para
2005. O de galinha subiu 1%.
O Brasil tinha, em 2005,
812,5 milhões de frangos -4,5
frangos para cada pessoa. No
Paraná estava a maior criação
de aves. Já Brasília tinha, individualmente, a mais expressiva
produção de frangos.
No caso dos ovos, a produção
atingiu 2,8 bilhões de dúzias
-desse total, 45,2% estavam
concentrados na região Sudeste. A cidade de Bastos (SP) era a
maior produtora nacional.
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