São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agrofolha

Rebanho bovino tem alta, mas em ritmo menor

Após avanço de 4,6% em 2004, taxa foi de apenas 1,3% em 2005, a menor em 5 anos

Preços baixos e migração de investimentos para outros ramos do agronegócio explicam a freada no ano passado, segundo o IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A produção de bovinos, principal produto da pecuária nacional, sofreu uma freada em 2005 por conta do preço pouco atrativo da carne e dos investimentos em outros ramos do agronegócio. O rebanho cresceu apenas 1,3% em 2005, na menor taxa desde 2000. Em 2004, a expansão havia sido maior: 4,6%.
Existiam 207,2 milhões de bois e vacas no Brasil no ano passado, o que assegura ao país o posto de maior rebanho mundial. A cifra supera a população brasileira -180 milhões de pessoas. Os dados constam da pesquisa Produção da Pecuária Municipal, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do fraco crescimento em 2005, o Brasil manteve o maior rebanho do mundo, ficando à frente da Índia (cujo plantel não é destinado a fins comerciais, pois a religião hindu idolatra a vaca) e da China.
Segundo Octávio Costa de Oliveira, gerente de Pecuária do IBGE, preços deprimidos, câmbio desfavorável às exportações e a migração dos investimentos para outras áreas do agronegócio explicam a desaceleração do avanço do rebanho.
Diante do cenário de preços mais baixos, investir em gado tornou-se menos atrativo, o que levou os pecuaristas a migrar para a soja e cana-de-açúcar, de acordo com o IBGE.
Em 2005, o surgimento de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná levou vários países a decretar o embargo às importações de carne brasileira. O resultado foi a queda dos preços do produto com a maior oferta provocada pela crise.
Destinada prioritariamente ao mercado interno, a produção de leite, por sua vez, teve desempenho melhor. Cresceu 4,7% de 2004 para 2005, graças ao incremento de produtividade, que subiu de 1.172 litros por vaca por ano para 1.191 litros.
O IBGE identificou ainda as maiores cidades produtoras de gado no país. São elas Corumbá (MS), São Félix do Xingu (PA) e Ribas do Rio Pardo (MS). Entre os Estados, o maior rebanho estava, em 2005, em Mato Grosso -26,7 milhões de cabeças.
Já no caso do leite, os principais produtores eram Ibiá (MG), Marechal Cândido Rondon (PR) e Patos de Minas (MG). O Estado de Minas Gerais registrara a maior produção -28,1% do total.
Pelos dados do IBGE, a criação de suínos avançou 3% em 2005 e atingiu 34 milhões de animais. Santa Catarina e Paraná se mantiveram como os principais Estados produtores -18,5% e 13,4% do total. O município de Uberlândia concentrou o maior rebanho do país.

Aves
Apesar da crise detonada pela gripe asiática, que afetou os preços do frango em decorrência da redução do consumo mundial, o efetivo total de frangos aumentou 7% de 2004 para 2005. O de galinha subiu 1%.
O Brasil tinha, em 2005, 812,5 milhões de frangos -4,5 frangos para cada pessoa. No Paraná estava a maior criação de aves. Já Brasília tinha, individualmente, a mais expressiva produção de frangos.
No caso dos ovos, a produção atingiu 2,8 bilhões de dúzias -desse total, 45,2% estavam concentrados na região Sudeste. A cidade de Bastos (SP) era a maior produtora nacional.


Texto Anterior: Itamaraty acha o novo SGP melhor para o Brasil
Próximo Texto: Brasil bate Austrália na exportação de carne
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.