São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006

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Brasil bate Austrália na exportação de carne

KARLA DOMINGUES
DA REDAÇÃO

O Brasil se tornou líder mundial em receita de exportação de carne bovina, superando a Austrália. O país já era o primeiro colocado do mundo do ponto de vista de volume exportado. No período de janeiro a novembro deste ano, as exportações de carne bovina do Brasil foram de US$ 3,475 bilhões, enquanto as da Austrália foram de US$ 3,374 bilhões.
Em volume de exportação, o Brasil também confirmou a superioridade. Os brasileiros colocaram 2,11 milhões de toneladas no mercado externo, contra 1,34 milhão da Austrália. O Brasil deve encerrar o ano com exportações de aproximadamente US$ 4 bilhões, um recorde histórico para o setor.
Para o ex-ministro da Agricultura e presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, um dos fatores que contribuíram para o salto das receitas de exportação de carne bovina foram os novos mercados conquistados pelo Brasil, como o Oriente Médio.
Outros fatores que colaboraram para a liderança foram o aumento no preço e a incorporação de produtos com mais valor agregado (cortes embalados a vácuo, refrigerados) destinados à exportação.
O Irã foi o destaque como importador de carne "in natura" no período de janeiro a novembro com aumento de 507% em relação a igual período de 2005. Já na carne industrializada, o Iraque apresentou maior índice de crescimento. O Iraque comprou cerca de 10 mil toneladas, o que representa um aumento de 7.000% em relação ao ano passado.
Mesmo mostrando superioridade nos números, o Brasil poderia ter apresentado melhores resultados se não fosse a febre aftosa, afirmou Pratini. Para o presidente da Abiec, o problema da febre aftosa compromete a confiabilidade da carne brasileira lá fora.
Pensando em melhorar a imagem do país no exterior e ampliar o números de mercados consumidores, a Abiec está promovendo iniciativas em marketing internacional que considera importantes. Jornalistas de diversas partes do mundo são convidados a vir para o Brasil e conhecer o manuseio dos animais, bem como o estilo de preparar churrasco.
O Brazilian Beef Experience (estande de carne brasileira colocados em grandes feiras de alimentação pelo mundo) também tem ajudado a reestruturar a imagem da carne brasileira no exterior.
Para o próximo ano, as expectativas são bastante otimistas. O presidente da Abiec acredita que, após o término dos testes e a confirmação de que o rebanho do país está livre de febre aftosa, os exportadores poderão almejar e tentar conquistar novos mercados consumidores para a carne "in natura", como dois dos maiores compradores mundiais e ainda hoje fechados ao produto brasileiro: Estados Unidos e Japão.
Apostar em mercados emergentes também faz parte da estratégia brasileira. Segundo Pratini, uma das primeiras atitudes de países que estão em crescimento é incorporar carne ao consumo diário.
Com relação às exportações, a Abiec projeta um crescimento de 5% a 10% em volumes embarcados e de 10% a 15% em receita cambial.
Para Pratini, o Brasil tem de não apenas exportar mas vender mercadorias tipicamente brasileiras de qualidade, como guaraná, boa carne, farofa.


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