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Brasil bate Austrália na exportação de carne
KARLA DOMINGUES
DA REDAÇÃO
O Brasil se tornou líder mundial em receita de exportação
de carne bovina, superando a
Austrália. O país já era o primeiro colocado do mundo do
ponto de vista de volume exportado. No período de janeiro
a novembro deste ano, as exportações de carne bovina do
Brasil foram de US$ 3,475 bilhões, enquanto as da Austrália
foram de US$ 3,374 bilhões.
Em volume de exportação, o
Brasil também confirmou a superioridade. Os brasileiros colocaram 2,11 milhões de toneladas no mercado externo, contra
1,34 milhão da Austrália. O Brasil deve encerrar o ano com exportações de aproximadamente US$ 4 bilhões, um recorde
histórico para o setor.
Para o ex-ministro da Agricultura e presidente da Abiec
(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Marcus Vinicius Pratini
de Moraes, um dos fatores que
contribuíram para o salto das
receitas de exportação de carne
bovina foram os novos mercados conquistados pelo Brasil,
como o Oriente Médio.
Outros fatores que colaboraram para a liderança foram o
aumento no preço e a incorporação de produtos com mais valor agregado (cortes embalados
a vácuo, refrigerados) destinados à exportação.
O Irã foi o destaque como importador de carne "in natura"
no período de janeiro a novembro com aumento de 507% em
relação a igual período de 2005.
Já na carne industrializada, o
Iraque apresentou maior índice de crescimento. O Iraque
comprou cerca de 10 mil toneladas, o que representa um aumento de 7.000% em relação
ao ano passado.
Mesmo mostrando superioridade nos números, o Brasil
poderia ter apresentado melhores resultados se não fosse a
febre aftosa, afirmou Pratini.
Para o presidente da Abiec, o
problema da febre aftosa compromete a confiabilidade da
carne brasileira lá fora.
Pensando em melhorar a
imagem do país no exterior e
ampliar o números de mercados consumidores, a Abiec está
promovendo iniciativas em
marketing internacional que
considera importantes. Jornalistas de diversas partes do
mundo são convidados a vir para o Brasil e conhecer o manuseio dos animais, bem como o
estilo de preparar churrasco.
O Brazilian Beef Experience
(estande de carne brasileira colocados em grandes feiras de
alimentação pelo mundo) também tem ajudado a reestruturar a imagem da carne brasileira no exterior.
Para o próximo ano, as expectativas são bastante otimistas. O presidente da Abiec acredita que, após o término dos
testes e a confirmação de que o
rebanho do país está livre de febre aftosa, os exportadores poderão almejar e tentar conquistar novos mercados consumidores para a carne "in natura",
como dois dos maiores compradores mundiais e ainda hoje
fechados ao produto brasileiro:
Estados Unidos e Japão.
Apostar em mercados emergentes também faz parte da estratégia brasileira. Segundo
Pratini, uma das primeiras atitudes de países que estão em
crescimento é incorporar carne ao consumo diário.
Com relação às exportações,
a Abiec projeta um crescimento de 5% a 10% em volumes
embarcados e de 10% a 15% em
receita cambial.
Para Pratini, o Brasil tem de
não apenas exportar mas vender mercadorias tipicamente
brasileiras de qualidade, como
guaraná, boa carne, farofa.
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