São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Planalto adia, por ora, leilão de folha do INSS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cedendo à pressão dos bancos, o governo fechou ontem um acordo com as 23 instituições financeiras que realizam o pagamento dos aposentados e abriu mão, por ora, de leiloar ou vender a folha do INSS. Ficou acertado que, até 31 de agosto de 2008, a Previdência Social não pagará pelos serviços prestados pelos bancos, mas também não receberá nada.
O acordo prevê que um grupo de trabalho analisará a questão até 25 de março de 2008 -prazo prorrogável por mais 60 dias. Segundo o ministro da Previdência, Luiz Marinho, terminado esse prazo, ou os bancos passarão a pagar pela folha ou o governo fará o leilão.
No ano passado, a Fazenda estava prestes a leiloar a folha de pagamento quando os planos foram suspensos por insistência da Previdência. Para o ministério, o público previdenciário é muito "sensível" a mudanças, e um leilão da folha poderia gerar transtornos.
Marinho vinha negociando com os bancos e ameaçava levar a cabo o leilão, caso os bancos não fizessem uma oferta pela folha. Foram mais de 20 reuniões com o setor. Recentemente, o ministro cogitou criar uma "transição", ou seja, não pagar pelos serviços até a venda da folha de fato.
Desde setembro, a Previdência já não vinha pagando aos bancos. O contrato com as instituições acabou e não foi renovado. Anualmente, o gasto com serviços bancários era de R$ 250 milhões.
"Esse é um caminho sem volta [suspensão do pagamento], a não ser que os estudos apontem que há prejuízo para o banco. Mas de maneira nenhuma consideramos essa possibilidade", disse o ministro.
Para o presidente da Febraban, Fábio Barbosa, o grupo de trabalho deverá repensar o atual modelo de pagamento. "A preocupação é manter o mesmo nível dos serviços e pensar em novas formas de ganho de eficiência. Isso pode ser a abertura de uma conta corrente."
Em nenhum momento Barbosa admitiu a possibilidade de pagar, no futuro, pela folha dos aposentados. Ele evitou responder a perguntas dos jornalistas sobre o eventual prejuízo que os bancos terão até setembro de 2008 -período em que ficarão sem receber pela prestação do serviço de pagamento das aposentadorias.


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