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IR fica menor com novas alíquotas
Contribuintes de todas as faixas pagarão menos imposto; renúncia fiscal deve ficar em R$ 4,9 bi em um ano
Faixa de isentos prevista para 2009 não teve mudanças; rendimentos de até R$ 1.434 mensais estarão livres
da cobrança do imposto
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre as medidas anunciadas
pelo governo ontem, está a criação de duas alíquotas intermediárias na tabela do Imposto de
Renda das pessoas físicas.
A mudança vai proporcionar
redução do valor do tributo pago por todas as pessoas com
rendimentos acima da faixa de
isenção, ou seja, a classe média.
As novas alíquotas que passam a valer em 2009 são de
7,5% e de 22,5%. As alíquotas de
15% e 27,5% continuam valendo, mas as faixas de rendimento
para cada uma mudarão. Como
a tabela do IR é progressiva,
mesmo as pessoas que ganham
mais pagarão menos imposto.
A redução do IR para estimular o consumo e a economia em
2009 foi antecipada pela Folha
na edição de 25 de novembro. O
objetivo do governo é que os
trabalhadores tenham mais dinheiro para consumir.
"[A nova tabela do IR] alivia a
carga fiscal. Esses recursos serão injetados como consumo
na economia. É o que todo
mundo quer", disse o ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
ontem durante o anúncio do
pacote de redução de tributos e
uso das reservas internacionais
para ajudar empresas com dívidas no exterior.
O cálculo da Receita Federal
é que a renúncia fiscal dessa
medida será de R$ 4,9 bilhões
em um ano. O valor representa
menos de 10% do valor arrecadado de janeiro a outubro deste
ano com o imposto. Nesse período, as pessoas físicas pagaram R$ 55,7 bilhões de Imposto
de Renda.
Novas faixas
Ao definir as novas faixas de
renda em que o IR vai incidir, o
governo aplicou a correção de
4,5% (já anteriormente prevista), que reduz o impacto da inflação sobre o imposto devido.
Estão isentos do pagamento do
IR no ano que vem os rendimentos de até R$ 1.434 mensais. Esse é o mesmo valor de
isenção previsto na tabela de
2009 antes da medida. Por isso,
os isentos não terão mais dinheiro no bolso.
A alíquota de 7,5% vai incidir
sobre os rendimentos entre R$
1.434 e R$ 2.150 ao mês. A alíquota de 15% passará a ser paga
sobre os rendimentos entre R$
2.150 e R$ 2.866.
A penúltima faixa da tabela,
com imposto de 22,5%, será paga sobre o rendimento entre R$
2.866 e R$ 3.582. Acima desse
último valor, a alíquota será de
27,5%. Segundo o governo, as
novas alíquotas, que precisarão
ser aprovadas pelo Congresso
Nacional, são definitivas.
Uma simulação de impostos
apresentada pelo Ministério da
Fazenda mostrou que um trabalhador com renda tributável
de R$ 4.000 por mês, já descontada a contribuição previdenciária e dependentes, pagará R$
89,33 a menos de imposto mensalmente. Não entram na conta
outras deduções.
No mesmo exemplo, o trabalhador pagaria R$ 526,48 pela
tabela antiga do IR. Com a inserção de duas novas alíquotas
sobre faixas mais altas de rendimentos, esse trabalhador pagará R$ 437,15 por mês. Seu imposto terá queda de 16,97%.
Mantega esclareceu que a
criação das alíquotas será a única mudança feita no IR, pelo
menos por enquanto. Todas as
outras regras da declaração
anual de rendimentos serão
mantidas, como as deduções
com despesas médicas e dependentes. Também serão mantidas as regras para a declaração
simplificada.
A mudança na tabela do IR
estará em uma medida provisória. Mesmo que ela seja publicada no "Diário Oficial" da União
de hoje, como prometeu o ministro da Fazenda, a desoneração só entrará em vigor a partir
de 1º de janeiro de 2009.
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