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Ganho mensal será de, no máximo, R$ 89,33
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta do governo, de
aumentar de duas para quatro
as alíquotas da tabela do IR,
trará ganho mensal máximo de
R$ 89,33 aos contribuintes, ou
R$ 1.161,29 por ano, incluindo o
13º salário.
O cálculo compara a tabela
que deverá entrar em vigor em
1º de janeiro de 2009, já corrigida em 4,5% em relação à deste
ano, com a nova tabela proposta pelo governo.
Pela proposta, todos os contribuintes serão beneficiados.
O ganho dependerá da renda
mensal, mas ninguém terá benefício maior do que R$ 89,33
mensais. Se todo o ganho salarial -devido à menor retenção
na fonte- for destinado ao consumo, como pede o presidente
Lula, ajudará a evitar que a crise afete mais a economia.
No quadro acima, o contribuinte tem uma noção dos efeitos da tabela proposta pelo governo em relação à que entrará
em vigor em janeiro. Há vários
exemplos de renda, com os respectivos valores de retenção na
fonte e o ganho mensal.
O ganho mensal de R$ 89,33
abrange todos os contribuintes
cuja renda tributável é de R$
3.582 ou mais. Para os que ganham menos, esse "ganho salarial" será variável.
A advogada Elisabeth Libertuci, do escritório Libertuci Advogados Associados, elogia a
proposta do governo, mas se diz
preocupada com o aumento do
número de alíquotas da tabela.
"É óbvio que a tabela proposta
é benéfica para os contribuintes. Ela vem ao encontro do que
o governo está propondo, de
aliviar a carga fiscal para aumentar o consumo."
Sua preocupação está no fato
de que o aumento do número
de alíquotas, hoje, pode ser um
passo para que, no futuro, novas alíquotas sejam criadas, em
percentual até mais elevado do
que os atuais 27,5%.
"Não era preciso mais alíquotas para deixar mais dinheiro
na mão do contribuinte. Bastava elevar um pouco o limite de
isenção -para R$ 1.500, por
exemplo- e ampliar o valor da
faixa tributada em 15%."
Hoje, essa faixa vai de R$
1.372,82 a R$ 2.743,25. A partir
de janeiro próximo, está previsto o aumento desse valor para
R$ 1.434,60 até R$ 2.866,70.
Se esse faixa fosse ampliada,
por exemplo para R$ 3.500, já
haveria uma menor tributação,
uma vez que a alíquota máxima, de 27,5%, seria cobrada
apenas a partir de R$ 3.500.
Para o advogado e economista Samir Choaib, "a correção da
tabela tem efeito maior que a
criação de mais alíquotas".
Para o professor financeiro
Mauro Calil, é preciso corrigir a
tabela. "A correção deveria
acompanhar, pelo menos, o índice oficial de inflação."
A tabela que está prevista para vigorar em janeiro terá correção de 4,5%, índice inferior à
inflação oficial pelo IPCA, que
deverá fechar 2008 em 6,20%.
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