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Para analistas, ação pode aliviar câmbio; dólar recua a R$ 2,345
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de câmbio viveu
um dia de forte alívio ontem. O
dólar recuou 3,54% e encerrou
as operações vendido a R$
2,345. E, com as medidas anunciadas pelo governo ontem, depois do fechamento do mercado de câmbio, a pressão sobre a
moeda tende a diminuir ainda
mais, na avaliação de analistas.
"Hoje [ontem] o dia já foi favorável no câmbio, e as medidas vão significar uma pressão
a menos sobre a moeda. As reservas devem ser utilizadas pelo governo para esse tipo de
ação, mesmo", afirma Newton
Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
O dólar ainda registra alta de
1,30% diante do real neste mês.
Em 2008, a apreciação acumulada está em 31,96%.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, anunciou ontem
uma resolução que permitirá o
financiamento, com recursos
das reservas do país, das empresas que têm dívida externa.
Com essas operações, a demanda por dólares e crédito por
parte das empresas deve ser
atendida, o que ajudará a desafogar o mercado.
"As medidas do BC ajudarão
a tirar a força da especulação,
pois vão desafogar um mercado
que anda sob muita pressão",
diz João Medeiros, diretor da
corretora de câmbio Pioneer.
Dependendo da resposta do
mercado às medidas nas operações de hoje, os bancos podem
revisar para baixo suas estimativas para o dólar no fim de
2008. Os vencimentos externos privados são um dos pontos
que vêm fortalecendo o dólar,
pois as empresas têm tido dificuldades para rolar seus débitos lá fora. Dessa forma, necessitam de recursos para quitar
essas dívidas. E o crescimento
da demanda acaba por pressionar a moeda.
Na pesquisa Focus feita na
semana passada pelo BC com o
mercado, foi projetado que o
dólar estaria em R$ 2,27 no fim
de 2008. Há um mês, estimava-se que a moeda ficaria em torno
de R$ 2,05.
"Não podemos esquecer que
o fortalecimento do real hoje
[ontem] ocorreu em um cenário de depreciação generalizada
do dólar no mercado internacional", diz Medeiros.
A moeda norte-americana
perdeu valor ontem em relação
às principais divisas do mundo.
Diante do euro, o dólar teve
baixa de 2,2%. Em relação à libra, caiu 1,34%.
Mesmo com o cenário externo favorável, o BC realizou leilão para vender dólares ao mercado. A autoridade monetária
também fez operação para
ofertar contratos de "swap
cambial" (que acompanham a
variação da moeda), na qual
vendeu US$ 1,2 bilhão.
Aposta menor
No mercado futuro, os investidores estrangeiros começaram a desmontar suas posições
compradas em dólar. Isso significa que esses investidores
têm diminuído suas apostas na
manutenção do dólar em patamares mais apreciados.
Quanto mais elevadas são as
posições compradas, maiores
são as apostas na alta do dólar.
Após o pico de quase US$ 13,5
bilhões que as posições líquidas
dos estrangeiros na BM&F
atingiram, houve um recuo para US$ 11,9 bilhões no último
dia 10. Esse movimento ajuda a
elevar a possibilidade de o real
voltar a se fortalecer.
Operadores afirmaram que
ontem o fluxo de dólares para o
país foi positivo, o que favoreceu o recuo da moeda estrangeira. Na primeira semana de
dezembro, o fluxo de recursos
para o país ficou positivo em
US$ 7 milhões. Em novembro,
houve saída líquida de US$
7,159 bilhões, o pior resultado
mensal desde janeiro de 1999.
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