DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao anunciar a queda na alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem acreditar que os bancos privados terão de reduzir o custo dos empréstimos nos próximos dias. "Os bancos públicos vão reduzir, então acredito que eles vão acompanhar para não perder mercado", disse.
Questionado de onde vinha sua certeza, Mantega lembrou que os representantes dos bancos Itaú, Bradesco e Santander haviam participado de reunião pela manhã no Planalto, quando o presidente Lula reclamou do valor elevado dos "spreads"-diferença entre o que o banco paga quando capta dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos. "Eles ouviram e não reagiram. Tenho a impressão de que eles vão baixar [os juros] não só por conta do IOF", afirmou Mantega.
A redução do "spread" tornou-se uma cobrança do presidente Lula, que já pressionou diretamente as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Mantega chegou a dizer que os bancos públicos iriam "reduzir imediatamente seu spread" após a decisão do governo de cortar o IOF.
Após a primeira reclamação de Lula, no mês passado, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduziram juros. A pressão do governo é por uma nova queda para estimular a concorrência (bancos privados) a ir na mesma direção.


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