São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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análise

Para economista, pacote vai gerar efeito psicológico

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O pacote anunciado ontem pelo Planalto foi bem recebido pelos especialistas, mas, como ultimamente todos têm evitado tecer projeções sobre o desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre do próximo ano, eles também não arriscam dizer se as providências serão suficientes para evitar a retração do país.
"Ainda é cedo para avaliar o impacto das medidas na atividade do país nos próximos meses", diz Walter Machado de Barros, presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças).
Se ainda não dá para quantificar as conseqüências palpáveis, ao menos é possível prever que o efeito psicológico será positivo, na sua opinião. "O governo quer passar tanto para o consumidor quanto para os empresários a certeza de que está atento à situação e tomando decisões proativas", explica Barros.
"O poder público finalmente entendeu que a crise está chegando ao Brasil, e decisões mais diretas se fazem necessárias", afirma.
O fato de as mudanças no Imposto de Renda terem vindo junto com outras, e não isoladamente, faz com que seja mais provável que o dinheiro que sobrar no salário seja efetivamente usado em compras, e não guardado, como aconteceu nos Estados Unidos, em fevereiro, inutilizando o esforço do governo do presidente George W. Bush em tentar reanimar a economia.
"Embora o Brasil tenha realizado uma grande abertura nos últimos anos, ainda depende bastante do mercado interno", frisa Paulo Romaro, professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
"A aposta do governo federal é em sustentar o gasto doméstico para compensar, em parte, a redução das exportações", afirma.
Para Romaro, um corte da taxa básica de juros por parte do Banco Central seria de grande ajuda nessa estratégia. Além disso, defende ele, os investimentos públicos deveriam ser melhor direcionados neste momento, o que significa dar impulso extra ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e escolher novos projetos de maior valor agregado -que empregam muita mão-de-obra e possuem responsabilidade social e ambiental- para colocar recursos.


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