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análise
Para economista, pacote vai gerar efeito psicológico
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O pacote anunciado ontem pelo Planalto foi bem recebido pelos especialistas,
mas, como ultimamente todos têm evitado tecer projeções sobre o desempenho da
economia brasileira no primeiro trimestre do próximo
ano, eles também não arriscam dizer se as providências
serão suficientes para evitar
a retração do país.
"Ainda é cedo para avaliar
o impacto das medidas na
atividade do país nos próximos meses", diz Walter Machado de Barros, presidente
do Ibef (Instituto Brasileiro
de Executivos de Finanças).
Se ainda não dá para quantificar as conseqüências palpáveis, ao menos é possível
prever que o efeito psicológico será positivo, na sua opinião. "O governo quer passar
tanto para o consumidor
quanto para os empresários
a certeza de que está atento à
situação e tomando decisões
proativas", explica Barros.
"O poder público finalmente entendeu que a crise
está chegando ao Brasil, e
decisões mais diretas se fazem necessárias", afirma.
O fato de as mudanças no
Imposto de Renda terem
vindo junto com outras, e
não isoladamente, faz com
que seja mais provável que o
dinheiro que sobrar no salário seja efetivamente usado
em compras, e não guardado, como aconteceu nos Estados Unidos, em fevereiro,
inutilizando o esforço do governo do presidente George
W. Bush em tentar reanimar
a economia.
"Embora o Brasil tenha
realizado uma grande abertura nos últimos anos, ainda
depende bastante do mercado interno", frisa Paulo Romaro, professor da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
"A aposta do governo federal é em sustentar o gasto doméstico para compensar, em
parte, a redução das exportações", afirma.
Para Romaro, um corte da
taxa básica de juros por parte do Banco Central seria de
grande ajuda nessa estratégia. Além disso, defende ele,
os investimentos públicos
deveriam ser melhor direcionados neste momento, o
que significa dar impulso extra ao PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
e escolher novos projetos de
maior valor agregado -que
empregam muita mão-de-obra e possuem responsabilidade social e ambiental-
para colocar recursos.
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