|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
UE pressiona FMI por taxa sobre transações financeiras
Dinheiro iria para cobrir resgates de bancos; EUA e Fundo já disseram ser contra
Brown e Sarkozy afirmam que verba também poderia
ser usada no combate às
mudanças climáticas, com ênfase nos países pobres
Gerard Cerles/France Presse
|
|
Gordon Brown e Nicolas Sarkozy, que defendem tributo global
DA REDAÇÃO
Os líderes da União Europeia
instaram o FMI a estudar a implementação de uma taxa global sobre as transações financeiras (conhecida como taxa
Tobin). A ideia, no entanto, foi
criticada recentemente tanto
pelo governo dos EUA como
pelo próprio Fundo.
Com o francês Nicolas Sarkozy e o britânico Gordon
Brown na linha de frente, as lideranças do bloco pediram que
o Fundo analise uma série de
medidas para impedir que os
bancos voltem a tomar riscos
excessivos, o que poderia desencadear uma nova crise financeira global.
"O Conselho Europeu salienta a importância de renovar o
contrato econômico e social
entre as instituições financeiras e a sociedade à qual elas servem e de assegurar que o público em geral aproveite os benefícios nos tempos favoráveis e esteja protegido dos riscos", afirma a nota após reunião de dois
dias em Bruxelas (Bélgica).
Além da taxa global sobre as
transações financeiras, as autoridades europeias "encorajam"
o FMI a analisar taxas de seguro, fundos de resolução e mecanismos de capital contingente.
O FMI está estudando uma
série de opções de arrecadação
global sobre os bancos. Esse dinheiro seria usado para cobrir
os gastos com os recentes e os
futuros resgates do setor financeiro -que até hoje foram patrocinados pelos contribuintes.
O Fundo deve apresentar em
abril um relatório sobre as alternativas para os membros do
G20 (grupo que reúne as principais economias mundiais e a
União Europeia), a quem caberá a decisão final.
Porém o diretor-gerente do
Fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse, no mês passado,
durante reunião dos ministros
das Finanças do G20, que a taxa
global sobre transações financeiras "é uma ideia muito velha
que não é exequível hoje em
dia". A proposta foi criada em
1971 pelo economista americana James Tobin (1918-2002) e
visava originalmente levantar
fundos para os países em desenvolvimento.
Quem também já se opôs à
ideia foi o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner,
que afirmou, no mesmo encontro do G20, que "uma taxa sobre as transações financeiras
diárias não é algo que estamos
preparados para apoiar".
Brown e Sarkozy (que decidiram impor tributo de 50% sobre os bônus dos bancos) sugeriram ontem que as receitas obtidas com a taxa Tobin possam
ser usadas na luta contra as
mudanças climáticas, especialmente nos países pobres. Mas
as autoridades britânicas afirmaram posteriormente que o
principal ponto da medida seria garantir que os contribuintes não voltem a subsidiar resgates do setor financeiro.
Governos da Europa e dos
EUA já gastaram centenas de
bilhões de dólares para resgatar
e recapitalizar bancos.
Com agências internacionais e "Financial Times"
Texto Anterior: Leste europeu: Ucrânia quer ajuda de US$ 2 bi do FMI Próximo Texto: Trichet critica a "cultura de bônus" pagos por bancos Índice
|