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EXUBERÂNCIA NACIONAL
Banco Central realiza dois leilões para compra de moeda americana, que fecha cotada a R$ 2,79
Dólar volta para o menor valor desde 2002
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar registrou forte queda
com o anúncio do Banco Central
de que o governo fechou sua primeira captação do ano no mercado internacional. A queda da
moeda foi de 1,52%. Isso levou o
dólar a R$ 2,79, seu menor valor
desde junho de 2002.
A baixa do dólar levou o BC a
realizar dois leilões de compra de
moeda. Mas, como mostra o fechamento do mercado, o máximo
que a autoridade monetária conseguiu foi evitar que o dólar caísse
para níveis ainda menores.
No mercado, a principal dúvida
é se o BC tomará novas medidas
para tentar conter a desvalorização do dólar diante do real.
Na semana passada, o Banco
Central anunciou uma estratégia
de compra de moeda para recompor as reservas internacionais
-um ato interpretado como
uma espécie de intervenção na livre flutuação do dólar.
O movimento de baixa da moeda norte-americana pode ser pernicioso para a balança comercial
brasileira, encarecendo (e podendo prejudicar) as exportações do
país. Por outro lado, pode reduzir
o endividamento externo.
"Acredito que o dólar entre R$
2,80 e R$ 3,00 é cômodo para a balança comercial e as contas do
país. Fora dessa faixa, pode se tornar preocupante", afirma Luis
Henrique Didier, presidente da
Abracam (Associação Brasileira
das Corretoras de Câmbio).
Para Didier, o BC tem instrumentos para agir e não deve deixar o dólar permanecer em níveis
considerados muito baixos.
No ano, o dólar já acumula perda de 3,86%. Em 2003, o dólar havia caído outros 18,1% diante do
real. No início dos negócios de
ontem, a moeda norte-americana
chegou a registrar alta de 0,21%,
mas rapidamente perdeu forças
após o anúncio do BC.
Se depender das apostas feitas
no mercado futuro, o dólar não
vai ficar muito tempo no atual nível. O contrato de câmbio com
prazo de vencimento em outubro
fechou ontem na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros) com taxa de R$ 3,036. Para a virada do
ano, a cotação do contrato futuro
que indica as projeções para o período encerrou ontem a R$ 3,115.
A enxurrada de captações de recursos fechadas no mercado internacional por empresas brasileiras nas primeiras semanas deste ano tem feito com que o dólar
não tenha forças para reagir diante do real. Somada a captação
anunciada pelo governo brasileiro, o mercado tem tido mais vendedores que compradores de
moeda, o que tem feito a cotação
do dólar despencar.
Os juros futuros também recuaram com força pela tarde, após
oscilarem perto da estabilidade.
O contrato DI -que considera
as taxas das operações feitas entre
bancos- de prazo mais curto
caiu de 15,97% para 15,93%
anuais, mostrando o maior otimismo do mercado em relação ao
próximo encontro do Copom
(Comitê de Política Monetária). Já
há instituições financeiras apostando em um corte de até um
ponto percentual na atual taxa básica de juros da economia (Selic,
atualmente em 16,5%).
A Bovespa também reagiu com
entusiasmo e fechou pela primeira vez acima dos 24 mil pontos.
Com alta de 1,34%, o Ibovespa
(principal índice da Bolsa) alcançou os 24.236 pontos.
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