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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Brasil não é mais a principal aposta do investidor, diz Leme
A inflação de apenas 3,14%
em 2006 -o menor índice desde 1998- é fruto da gestão firme e da alta credibilidade do
Banco Central, um dos maiores
destaques do governo Lula.
A opinião é do economista
Paulo Leme, da Goldman
Sachs, que considera a inflação
baixa e o superávit na balança
de pagamentos os principais
resultados da política econômica do governo.
Apesar desses indicadores favoráveis, os investidores internacionais, segundo Leme, não
estão otimistas com as perspectivas para 2007, diante das primeiras decisões tomadas pelo
governo no início deste ano.
O aumento do salário mínimo e a suspensão do processo
de concessões de rodovias repercutiram de forma negativa
no mercado externo.
Para Leme, o governo está
demonstrando sinais contraditórios no início deste ano. Apesar da gestão excepcional do BC
na política monetária -comparável, na opinião do economista, aos BCs dos EUA e da Europa-, há um descompasso em
relação à política fiscal. "Há sinais de que o país está caminhando na direção contrária."
Leme diz que o Brasil deixou
de ser a aposta preferencial dos
investidores internacionais.
Eles estão preferindo aplicar
seus recursos em países emergentes como Argentina -hoje a
principal opção-, México,
Rússia e Turquia, entre outros.
Além dos passos contraditórios do governo, Leme diz que o
pessimismo dos investidores se
justifica também pela queda
dos juros e pela previsão de redução de preço das commodities neste ano, o que ele acha
que pode não se confirmar.
O fato, segundo Leme, é que,
ao não priorizar as reformas,
dar demonstrações claras de
aumento de gastos correntes,
manifestar pouco interesse
com as concessões e preparar
um pacote que perde parte da
arrecadação, o governo abre espaço para um processo de desgaste de sua credibilidade.
O pior, na sua opinião, é que a
inflação já começa a dar sinais
de elevação, o que certamente
poderá comprometer o processo de redução de juros. Ele acha
mais provável uma queda de
0,25 ponto na próxima reunião
do Copom do que uma de 0,5.
Agência aposta em novo sócio para crescer
Responsável por contas de
empresas como a United
Airlines e o Citybank, a Fallon São Paulo começa o ano
com um novo nome em seu
comando.
Eugênio Mohallem convidou Fico Meirelles, ex-AlmapBBDO, para ser seu sócio na agência, onde assume
a vice-presidência de operações. Meirelles é responsável por "cases" como o reposicionamento das sandálias
Havaianas e o lançamento
da Audi no Brasil.
"No último ano, crescemos 74% e ganhamos novos
clientes importantes. Era a
hora de ter mais alguém no
time para continuar a crescer", diz Eugênio Mohallem.
PRAFRENTEX
A MC2 Managing Ideas, do empresário especialista em entretenimento Marcos Campos, voltado ao público jovem, investe agora no mercado imobiliário. O objetivo é, segundo
Campos, oferecer produtos e serviços inovadores para clientes jovens com alto poder aquisitivo. "É um nicho em que eu
transito", diz. Sócio das casas Disco e Sirena, Campos pretende agora entrar em um negócio do mercado hoteleiro. Ele
vai rodar o Nordeste em busca do local. Também há planos
para Florianópolis. Inaugurada em 2006, a MC2 Managing
Ideas já lançou um empreendimento do arquiteto Isay
Weinfeld, um loft na Vila Nova Conceição, em São Paulo -o
primeiro residencial do tipo assinado apenas por Weinfeld.
NO PÁREO
A Telemar irá apresentar
à Telecom Italia, dentro de,
no máximo, duas semanas,
uma proposta agressiva para
a compra da TIM. A tele está
trabalhando 24 horas por
dia para isso. O objetivo é fazer uma oferta superior à da
Telmex (Carlos Slim).
À VENDA
A Merrill Lynch será a
"adviser" do processo de
venda da Telemig Celular.
Espera-se que o processo esteja concluído em três meses. Os principais candidatos são a Vivo e a Claro, mas
a Oi (leia-se Telemar) também pode se interessar.
RESSACA
Em dezembro, mês mais
agitado para o segmento cervejeiro, as duas principais
marcas da Femsa, Sol e Kaiser, não ganharam nem 1%
de participação de mercado.
A primeira, mesmo com investimento em publicidade,
não alcançou 1% do segmento. A Kaiser continua, no terceiro mês seguido, com 4,9%
de participação, o pior resultado já alcançado na história
recente da marca.
BULA
O Aché lança, neste mês, o
antiinflamatório Acheflan
Aerosol. O Acheflan teve R$
15 milhões de investimento.
BIG CAMPANHA
Pela quinta vez consecutiva, a Assolan aposta no "Big
Brother Brasil", da TV Globo. No programa, a marca
estréia nova campanha de
sua lã de aço. A Assolan lançou recentemente o produto
na versão perfumada e aproveita o horário nobre para
difundir o mascote da marca. A companhia investiu
mais de R$ 30 milhões em
marketing no ano passado.
Para 2007, a expectativa é
ultrapassar a casa dos R$ 40
milhões.
BATE-BOLA
Pela primeira vez, o mercado imobiliário patrocina
futebol na TV. A Cyrela exibirá sua marca nos jogos da
rede Bandeirantes. O objetivo é inserir a propaganda de
televisão na cultura do setor,
segundo Bob Eugenio, da
agência Eugenio. Foram
compradas mais de 2.000
inserções. O preço de tabela
para os patrocinadores do
futebol na Bandeirantes é de
cerca de R$ 28 milhões, para
todos os campeonatos
transmitidos no ano.
ACÚSTICA
O Programa Sua Orquesta, canal de contribuição financeira por pessoa física da
Osesp, arrecadou R$ 107 mil
em contribuições de 91 novos associados na campanha
de final de ano. Houve também 30 renovações, que
contribuíram com R$ 50
mil. Com isso, a Osesp fechou 2006 com 269 associados e arrecadação de R$ 294
mil. Em 2005 e 2004, as contribuições foram de R$ 125
mil e R$ 67 mil, respectivamente.
LUZ ACESA
Depois de Bahia, do Maranhão e de Minas Gerais, o
Procel GEM (Gestão Energética Municipal), da Eletrobrás, chega ao Pará, em março. O programa ensina a técnicos de prefeituras de cidades de até 30 mil habitantes
como usar de maneira eficiente a energia elétrica. Nos
dois Estados em que o programa foi finalizado, foram
economizados 2.243 MWh
ao ano. Uma hidrelétrica para suprir a esse consumo
custaria R$ 1,7 milhão.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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