São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

Brasil não é mais a principal aposta do investidor, diz Leme

A inflação de apenas 3,14% em 2006 -o menor índice desde 1998- é fruto da gestão firme e da alta credibilidade do Banco Central, um dos maiores destaques do governo Lula.
A opinião é do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, que considera a inflação baixa e o superávit na balança de pagamentos os principais resultados da política econômica do governo.
Apesar desses indicadores favoráveis, os investidores internacionais, segundo Leme, não estão otimistas com as perspectivas para 2007, diante das primeiras decisões tomadas pelo governo no início deste ano.
O aumento do salário mínimo e a suspensão do processo de concessões de rodovias repercutiram de forma negativa no mercado externo.
Para Leme, o governo está demonstrando sinais contraditórios no início deste ano. Apesar da gestão excepcional do BC na política monetária -comparável, na opinião do economista, aos BCs dos EUA e da Europa-, há um descompasso em relação à política fiscal. "Há sinais de que o país está caminhando na direção contrária."
Leme diz que o Brasil deixou de ser a aposta preferencial dos investidores internacionais. Eles estão preferindo aplicar seus recursos em países emergentes como Argentina -hoje a principal opção-, México, Rússia e Turquia, entre outros.
Além dos passos contraditórios do governo, Leme diz que o pessimismo dos investidores se justifica também pela queda dos juros e pela previsão de redução de preço das commodities neste ano, o que ele acha que pode não se confirmar.
O fato, segundo Leme, é que, ao não priorizar as reformas, dar demonstrações claras de aumento de gastos correntes, manifestar pouco interesse com as concessões e preparar um pacote que perde parte da arrecadação, o governo abre espaço para um processo de desgaste de sua credibilidade.
O pior, na sua opinião, é que a inflação já começa a dar sinais de elevação, o que certamente poderá comprometer o processo de redução de juros. Ele acha mais provável uma queda de 0,25 ponto na próxima reunião do Copom do que uma de 0,5.

Agência aposta em novo sócio para crescer

Responsável por contas de empresas como a United Airlines e o Citybank, a Fallon São Paulo começa o ano com um novo nome em seu comando.
Eugênio Mohallem convidou Fico Meirelles, ex-AlmapBBDO, para ser seu sócio na agência, onde assume a vice-presidência de operações. Meirelles é responsável por "cases" como o reposicionamento das sandálias Havaianas e o lançamento da Audi no Brasil.
"No último ano, crescemos 74% e ganhamos novos clientes importantes. Era a hora de ter mais alguém no time para continuar a crescer", diz Eugênio Mohallem.
PRAFRENTEX
A MC2 Managing Ideas, do empresário especialista em entretenimento Marcos Campos, voltado ao público jovem, investe agora no mercado imobiliário. O objetivo é, segundo Campos, oferecer produtos e serviços inovadores para clientes jovens com alto poder aquisitivo. "É um nicho em que eu transito", diz. Sócio das casas Disco e Sirena, Campos pretende agora entrar em um negócio do mercado hoteleiro. Ele vai rodar o Nordeste em busca do local. Também há planos para Florianópolis. Inaugurada em 2006, a MC2 Managing Ideas já lançou um empreendimento do arquiteto Isay Weinfeld, um loft na Vila Nova Conceição, em São Paulo -o primeiro residencial do tipo assinado apenas por Weinfeld.

NO PÁREO
A Telemar irá apresentar à Telecom Italia, dentro de, no máximo, duas semanas, uma proposta agressiva para a compra da TIM. A tele está trabalhando 24 horas por dia para isso. O objetivo é fazer uma oferta superior à da Telmex (Carlos Slim).

À VENDA
A Merrill Lynch será a "adviser" do processo de venda da Telemig Celular. Espera-se que o processo esteja concluído em três meses. Os principais candidatos são a Vivo e a Claro, mas a Oi (leia-se Telemar) também pode se interessar.

RESSACA
Em dezembro, mês mais agitado para o segmento cervejeiro, as duas principais marcas da Femsa, Sol e Kaiser, não ganharam nem 1% de participação de mercado. A primeira, mesmo com investimento em publicidade, não alcançou 1% do segmento. A Kaiser continua, no terceiro mês seguido, com 4,9% de participação, o pior resultado já alcançado na história recente da marca.

BULA
O Aché lança, neste mês, o antiinflamatório Acheflan Aerosol. O Acheflan teve R$ 15 milhões de investimento.

BIG CAMPANHA
Pela quinta vez consecutiva, a Assolan aposta no "Big Brother Brasil", da TV Globo. No programa, a marca estréia nova campanha de sua lã de aço. A Assolan lançou recentemente o produto na versão perfumada e aproveita o horário nobre para difundir o mascote da marca. A companhia investiu mais de R$ 30 milhões em marketing no ano passado. Para 2007, a expectativa é ultrapassar a casa dos R$ 40 milhões.

BATE-BOLA
Pela primeira vez, o mercado imobiliário patrocina futebol na TV. A Cyrela exibirá sua marca nos jogos da rede Bandeirantes. O objetivo é inserir a propaganda de televisão na cultura do setor, segundo Bob Eugenio, da agência Eugenio. Foram compradas mais de 2.000 inserções. O preço de tabela para os patrocinadores do futebol na Bandeirantes é de cerca de R$ 28 milhões, para todos os campeonatos transmitidos no ano.

ACÚSTICA
O Programa Sua Orquesta, canal de contribuição financeira por pessoa física da Osesp, arrecadou R$ 107 mil em contribuições de 91 novos associados na campanha de final de ano. Houve também 30 renovações, que contribuíram com R$ 50 mil. Com isso, a Osesp fechou 2006 com 269 associados e arrecadação de R$ 294 mil. Em 2005 e 2004, as contribuições foram de R$ 125 mil e R$ 67 mil, respectivamente.

LUZ ACESA
Depois de Bahia, do Maranhão e de Minas Gerais, o Procel GEM (Gestão Energética Municipal), da Eletrobrás, chega ao Pará, em março. O programa ensina a técnicos de prefeituras de cidades de até 30 mil habitantes como usar de maneira eficiente a energia elétrica. Nos dois Estados em que o programa foi finalizado, foram economizados 2.243 MWh ao ano. Uma hidrelétrica para suprir a esse consumo custaria R$ 1,7 milhão.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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