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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Alto crescimento da AL reflete avanço da democracia, diz Ibre
Apesar de as percepções internas e externas freqüentemente indicarem que a América Latina é quase um caso perdido em termos de desenvolvimento das instituições, uma rápida percorrida pelo mundo
atual mostra que não somos
piores do que nossos pares
emergentes em diversas questões importantes que muitas
vezes somos superiores à média. E em alguns pontos atingimos níveis equivalentes ao do
mundo desenvolvido.
O bom momento econômico
de que desfrutamos agora, portanto, não é apenas o resultado
fugaz de commodities em alta,
mas reflete o nosso amadurecimento institucional.
A América Latina vive, hoje,
o mais brilhante período democrático de toda a sua história.
Com a exceção de Cuba, todas
as nações do subcontinente são
atualmente democracias ou semidemocracias.
O texto acima poderia ser
muito bem de autoria de um
nacionalista empedernido, daqueles que apóiam governos
polêmicos como o de Hugo
Chávez, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador, mas não é.
Esses primeiros parágrafos
foram extraídos da Carta do
Ibre (Instituto Brasileiro de
Economia) que será publicada
na edição deste mês da "Conjuntura Econômica", da Fundação Getulio Vargas. Trata-se
de uma das mais conservadoras
publicações do país.
Segundo o texto, entre novembro de 2005 e dezembro de
2006, foram celebradas, na
América Latina, nada menos do
que 26 eleições presidenciais e
legislativas em 16 países, evidência eloquente de um vigor
sem precedentes das liberdades políticas na região.
A Carta do Ibre cita exemplos
de decisões ou promessas
anunciadas pelos governos do
Brasil, da Venezuela ou da Bolívia que foram encarados por
analistas de pendor mais liberais como sinais prematuros de
intervenções preocupantes do
Estado.
Já quando o governo Bush
congela por cinco anos as taxas
de juros flutuantes de parte das
hipotecas do segmento "subprime" -que é uma clara interferência governamental em
contratos do mercado-, a medida foi vista como uma iniciativa inteligente para mitigar as
perdas de crise no segmento
imobiliário. No Brasil, seria
uma imperdoável quebra de
contratos.
"Quando todos esses fatos
são levados em consideração, a
tese sobre o dramático subdesenvolvimento institucional da
América Latina começa a parecer exagerada. A atual maré de
esquerda na região, oportuno
lembrar, é normal e previsível
em vista da incapacidade dos
governos, ao longo da história,
de encaminhar soluções estruturais aos dramáticos problemas de desigualdade e de pobreza", diz a Carta do Ibre.
O documento conclui dizendo que "é importante ter em
mente que os índios e mestiços
que compõem a maior parte
das nossas populações não são,
definitivamente, nem um pouco mais suscetíveis a políticas
de quebra de contrato e ao autoritarismo político do que os
brancos, loiros e orientais que
povoam outros países desenvolvidos e emergentes -e para
os quais freqüentemente olhamos como modelos".
CARÊNCIA
O Brasil é um dos países mais carentes de auditoria. Em
relação ao número de habitantes, é um dos que têm a menor proporção de auditores por população, segundo estudo da RCS Brasil (veja quadro acima). "O Brasil precisa
entender a cultura preventiva da auditoria, em vez de limitá-la ao apontamento de fraudes e à avaliação de gastos de campanha", diz Julian Clemente, da RCS.
ÁREA NOBRE
A Canpuig Empreendimentos Imobiliários se prepara para
fazer um dos últimos loteamentos em área nobre de São
Paulo, a Chácara Santa Helena. A empresa está investindo
R$ 17 milhões na implantação integral do projeto. O terreno,
de 85 mil metros quadrados, é vizinho à Chácara Flora, no
Alto da Boa Vista, região sul da capital paulista. Membros da
família Esteve, que adquiriu a propriedade no final da década de 1930, moraram nela por mais de 50 anos. "Meus avós compraram o terreno quando se mudaram para o Brasil",
afirma Antonio Luiz Esteve, que dirige a empresa. No total,
serão comercializados 57 lotes. O projeto de arquitetura é
assinado por Isay Weinfeld.
LONGEVIDADE:
EM 2010, 19% DOS BRASILEIROS TERÃO MAIS DE 50
Em 2010, mais de 19% da
população brasileira terá
mais de 50 anos e, juntamente com a idade dos brasileiros, aumentará o índice
de doenças crônicas ou ligadas ao envelhecimento, como hipertensão, doenças
cardiovasculares, diabetes,
artrite e câncer.
Os dados fazem parte um
estudo da FIA (Fundação
Instituto de Administração),
da USP, encomendada pela
farmacêutica Roche.
A pesquisa constatou que,
entre Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela, apenas o México aumenta, a cada ano, o valor investido na saúde. Os demais mantêm o mesmo investimento há 15 anos.
A média do investimento
per capita da América Latina
é de US$ 261.
EM OBRAS
A Klabin Segall atingiu a
cifra de R$ 1,1 bilhão de VGV
(valor geral de vendas), em
2007, e a marca de 19 lançamentos. A expansão pelo interior paulista, o lançamento da marca popular Olá e a aquisição da construtora Setin impulsionaram o crescimento. Para 2008, a previsão é de 24 produtos e VGV de R$ 1,5 bilhão.
IPO
A Bovespa Holding recebe
amanhã, em Londres, o prêmio IFR's Latin American
Equity Issue. O IPO da Bovespa foi eleito a melhor
operação de emissão pública
de ações da América Latina
em 2007.
SALTO ALTO
A Corso Como fechou parceria com Lino Villaventura
para a São Paulo Fashion
Week. A aliança levará para
o evento os sapatos exclusivos assinados pelo estilista e
produzidos pela empresa
Strada Shoe.
ENVENENADO
A TIM, por meio da fornecedora de conteúdos Buongiorno, acaba de firmar parceria com a Ferrari. Os
clientes da operadora contam com uma loja da escuderia italiana no portal wap
da companhia telefônica.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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