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Só na China fortunas crescem mais rápido
Investimentos dos brasileiros com mais de US$ 1 mi aumentam a um ritmo anual médio de 22,4%, ante 23,4% dos chineses
Estabilidade da economia e
do real e juros elevados
incentivam boa parte dos milionários a investir
no mercado interno
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de ser um dos países em que o número de milionários mais cresce no mundo, o Brasil é o segundo na lista dos países onde as fortunas se multiplicam mais rapidamente.
De acordo com o levantamento do BCG, nos últimos seis anos, os investimentos dos brasileiros com mais de US$ 1 milhão aumentaram a um ritmo anual médio de 22,4%, índice que só perdeu para o da China, onde as riquezas inflaram 23,4% no mesmo período.
Os especialistas do BCG detectaram ainda uma mudança de comportamento dos milionários brasileiros. Boa parte deles já prefere investir no próprio país a procurar aplicações no exterior, como fundos "off- shore" e títulos do governo norte-americano.
Para Marcos Falcão, presidente da BRZ Investment -braço do grupo GP Investimentos-, a valorização do real e a estabilidade econômica diminuíram a insegurança em relação ao Brasil. Além disso, a recente insegurança quanto ao desempenho da economia norte-americana afugentou os investidores brasileiros dos Estados Unidos.
Mas não é só por isso que os milionários decidiram apostar no Brasil. Segundo Lywall Sal- les, diretor-executivo do "private" do Itaú, setor do banco que gerencia o patrimônio dos clientes mais abastados, a taxa de juro real no país, uma das mais altas do mundo, incentiva aplicações no Brasil. "Somos uma pseudo-Suíça com taxas de juros altas", afirma Salles.
Como a estabilidade ajudou a derrubar os juros, boa parte dos milionários passou a arriscar mais nos investimentos.
Segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), em 2007, do total de recursos aplicados, 34,7% foram direcionados aos fundos multimercado e de ações, que oferecem riscos mais elevados.
Em contrapartida, a rentabilidade é maior que a dos investimentos conservadores, como os de renda fixa, que acompanham a Selic, hoje em 11,25%.
"Não há mais taxas de 25% ao ano, que tornavam, no passado, a renda fixa e outros investimentos conservadores atraentes", diz Eduardo Oliveira, diretor do departamento de gestão de fortunas do UBS Pactual. "Agora, temos de buscar fundos agressivos, partir para a Bolsa", afirma.
(JW)
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