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Mercado vê alta de apenas 2% no PIB
Analistas reduzem projeção para o crescimento da economia neste ano, e Lula diz que especialistas vão errar
Diante das perspectivas cada vez menos otimistas, setor privado aposta em um corte agressivo nos juros
por parte do Banco Central
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco
Central voltaram a reduzir suas
projeções para o crescimento
da economia neste ano e, agora,
apostam em expansão de 2%.
Confirmada a estimativa, o
Brasil cresceria em 2009 menos da metade dos 5,6% previstos pelos mesmos analistas para 2008 -o resultado oficial de
2008 ainda não foi divulgado.
O levantamento, feito a cada
sexta-feira com cerca de 80
bancos e empresas de consultoria, mostra que a expectativa do
mercado é que a desaceleração
atinja todos os setores da economia, sendo mais pronunciada na agricultura e nos serviços.
Segundo a pesquisa, o PIB
(Produto Interno Bruto) do setor agropecuário deve ter expansão de 2%, contra 6,05%
projetados para 2008. A indústria, com crescimento estimado de 5,04% no ano passado,
deve crescer 2,15% em 2009.
Diante das perspectivas cada
vez menos otimistas para o
crescimento do PIB, os analistas do setor privado passam a
apostar num corte mais agressivo nos juros por parte do BC.
Até a sexta-feira retrasada, a
expectativa era a de uma redução de 0,5 ponto na reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária do BC) marcada para a semana que vem, o que levaria a Selic para 13,25% ao
ano. Nos outros encontros, as
apostas eram de vários cortes
de 0,25 ponto cada um, fazendo
com que os juros chegassem a
12% em julho e continuassem
nesse patamar até dezembro.
Na semana passada, porém,
as projeções mudaram, e agora
os analistas consultados pelo
BC dizem esperar três cortes de
0,5 ponto cada um nas próximas três reuniões do Copom, o
que reduziria a Selic para
11,75% já em junho.
O cenário traçado pela pesquisa mostra que, para o mercado financeiro, uma queda
gradual dos juros pode não ser
suficiente para reativar a economia, e uma ação mais agressiva do BC pode ser mais recomendável, especialmente porque não há sinais de que a inflação possa se descontrolar e sair
das metas fixadas pelo governo.
A meta do BC é manter o
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 4,5%, admitindo-se desvio de até dois
pontos percentuais. Em 2008, a
alta foi de 5,9%, e, para este ano,
a projeção média é de 5%.
No seu primeiro pronunciamento em 2009, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse,
em São Paulo, que os analistas
que projetam crescimento de
2% estão enganados.
"Os economistas que apostam em crescimento de 2% vão
errar. Podem ficar certos de
que vão errar. Mas, mesmo com
esse pessimismo, veja a diferença do Brasil para os outros
países. Os economistas que
apostam que a crise vai ser profunda dizem que a economia
vai crescer 2%. O problema é
que no mundo desenvolvido estão discutindo recessão. Vamos
trabalhar para crescermos o
máximo possível. E o governo
continua trabalhando com a
possibilidade de crescer 4%."
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