São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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China reforça sinais de que vai controlar ritmo de expansão

BC eleva montante de dinheiro que bancos não podem emprestar e taxa de rendimento de títulos

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

O banco Central da China anunciou ontem o aumento de meio ponto percentual na reserva bancária obrigatória, o chamado compulsório, a partir de segunda-feira. Os bancos chineses terão que manter 15% de reservas, o maior índice desde dezembro de 2008, o que significa menos dinheiro disponível para empréstimos.
A medida indica que o governo começa a controlar a expansão do crédito que foi a tônica do crescimento estimado em 8,3% do PIB chinês em 2009.
Em 2009, cerca de 10 trilhões de yuans (R$ 2,5 trilhões, 90% do PIB brasileiro) foram emprestados pelos bancos chineses. Na primeira semana de janeiro, 600 bilhões de yuans (R$ 150 bilhões) foram concedidos. O governo teme o surgimento de bolhas no mercado imobiliário e o retorno da inflação.
O BC chinês ainda elevou a taxa de retorno de seu título de um ano, medida semelhante à anunciada na semana passada, quando alterou o rendimento dos papéis de três meses. Esses aumentos são vistos como um sinal de que um aumento na taxa de juros está a caminho.
As medidas de ontem chegam após a divulgação, na segunda, da retomada do crescimento das exportações chinesas (17,7% em dezembro ante o mesmo mês de 2008), depois de 13 meses em queda.
A confiança na recuperação permite o início da desaceleração nos pacotes de estímulo.
Com muito dinheiro à disposição, os preços de imóveis em Pequim, Xangai e nas demais dez maiores metrópoles do país subiram de 5% a 10% o metro quadrado. Por conta das nevascas constantes no campo chinês, preços de alimentos devem subir, um tema muito sensível em um país com 1,4 bilhão de pessoas para alimentar.
Depois de nove meses de queda, o índice de preços ao consumidor aumentou 0,6% em novembro ante o mesmo mês do ano anterior. O dado de dezembro ainda não saiu.
O economista-chefe do Deutsche Bank para a China, Ma Jun, disse na segunda-feira em um seminário em Pequim que a superpotência asiática deve crescer 9% em 2010, com maior peso das exportações.
Apesar do maior controle sobre o crédito, o ministro das Finanças, Xie Xuren, afirmou na segunda que o país vai investir todo o pacote de estímulo previsto em 2010. Segundo a agência estatal Xinhua, Xie disse que o investimento público atingirá 992,7 bilhões de yuans (R$ 250 bilhões) em 2010.


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