|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
China reforça sinais de que vai controlar ritmo de expansão
BC eleva montante de dinheiro que bancos não podem emprestar e taxa de rendimento de títulos
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O banco Central da China
anunciou ontem o aumento de
meio ponto percentual na reserva bancária obrigatória, o
chamado compulsório, a partir
de segunda-feira. Os bancos
chineses terão que manter 15%
de reservas, o maior índice desde dezembro de 2008, o que
significa menos dinheiro disponível para empréstimos.
A medida indica que o governo começa a controlar a expansão do crédito que foi a tônica
do crescimento estimado em
8,3% do PIB chinês em 2009.
Em 2009, cerca de 10 trilhões
de yuans (R$ 2,5 trilhões, 90%
do PIB brasileiro) foram emprestados pelos bancos chineses. Na primeira semana de janeiro, 600 bilhões de yuans (R$
150 bilhões) foram concedidos.
O governo teme o surgimento
de bolhas no mercado imobiliário e o retorno da inflação.
O BC chinês ainda elevou a
taxa de retorno de seu título de
um ano, medida semelhante à
anunciada na semana passada,
quando alterou o rendimento
dos papéis de três meses. Esses
aumentos são vistos como um
sinal de que um aumento na taxa de juros está a caminho.
As medidas de ontem chegam após a divulgação, na segunda, da retomada do crescimento das exportações chinesas (17,7% em dezembro ante o
mesmo mês de 2008), depois
de 13 meses em queda.
A confiança na recuperação
permite o início da desaceleração nos pacotes de estímulo.
Com muito dinheiro à disposição, os preços de imóveis em
Pequim, Xangai e nas demais
dez maiores metrópoles do país
subiram de 5% a 10% o metro
quadrado. Por conta das nevascas constantes no campo chinês, preços de alimentos devem subir, um tema muito sensível em um país com 1,4 bilhão
de pessoas para alimentar.
Depois de nove meses de
queda, o índice de preços ao
consumidor aumentou 0,6%
em novembro ante o mesmo
mês do ano anterior. O dado de
dezembro ainda não saiu.
O economista-chefe do
Deutsche Bank para a China,
Ma Jun, disse na segunda-feira
em um seminário em Pequim
que a superpotência asiática
deve crescer 9% em 2010, com
maior peso das exportações.
Apesar do maior controle sobre o crédito, o ministro das Finanças, Xie Xuren, afirmou na
segunda que o país vai investir
todo o pacote de estímulo previsto em 2010. Segundo a agência estatal Xinhua, Xie disse
que o investimento público
atingirá 992,7 bilhões de yuans
(R$ 250 bilhões) em 2010.
Texto Anterior: Companhias aéreas dobram preço de bilhete Próximo Texto: Resultado: BC dos EUA tem ganho recorde em 2009 Índice
|