São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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Companhias aéreas dobram preço de bilhete

DE CARACAS

Todas as empresas aéreas operando na Venezuela dobraram desde anteontem o preço das passagens internacionais por causa da desvalorização do bolívar forte.
Até sexta-feira, quando o presidente Hugo Chávez anunciou a desvalorização, o preço da passagem era calculado pela taxa de 2,15 bolívares por dólar. Com as mudanças, a taxa de câmbio usada passou a ser 4,30 bolívares. Assim, uma passagem aérea de US$ 1.000, por exemplo, saltou de 2.150 para 4.300 bolívares.
Os novos preços aumentam ainda mais o martírio dos venezuelanos que viajam ao exterior. Atualmente, cada cidadão pode comprar apenas US$ 3.000 por ano no câmbio oficial para esse tipo de gasto. Desses, só US$ 500 são em espécie -o resto é para gastos em cartão de crédito. A alternativa é adquirir no mercado paralelo, que ontem tinha ágio de 44%.
As passagens são o primeiro grande aumento em decorrência da desvalorização. O medo de uma inflação ainda maior do que a do ano passado, de 25%, tem levado milhares de venezuelanos às compras, principalmente eletrodomésticos, quase todos importados e, portanto, sujeitos a aumento.
Para tentar evitar a especulação, Chávez tem ameaçado expropriar estabelecimentos que aumentem os preços. Anteontem, 70 lojas foram fechadas temporariamente, segundo o governo.
Analistas têm afirmado que a pressão inflacionária dependerá muito da agilidade do governo em vender dólares nas novas faixas de câmbio -2,60 para itens essenciais, como alimentos, e 4,30 para os demais setores.
No ano passado, por causa do preço do petróleo, o governo reduziu bastante a venda de dólares. Com isso, a maior parte das importações de "bens supérfluos", como automóveis, era feita no câmbio paralelo -ilegal, mas amplamente usado. (FM)


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