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Companhias aéreas dobram preço de bilhete
DE CARACAS
Todas as empresas aéreas
operando na Venezuela dobraram desde anteontem o
preço das passagens internacionais por causa da desvalorização do bolívar forte.
Até sexta-feira, quando o
presidente Hugo Chávez
anunciou a desvalorização, o
preço da passagem era calculado pela taxa de 2,15 bolívares por dólar. Com as mudanças, a taxa de câmbio usada passou a ser 4,30 bolívares. Assim, uma passagem
aérea de US$ 1.000, por
exemplo, saltou de 2.150 para 4.300 bolívares.
Os novos preços aumentam ainda mais o martírio
dos venezuelanos que viajam
ao exterior. Atualmente, cada cidadão pode comprar
apenas US$ 3.000 por ano no
câmbio oficial para esse tipo
de gasto. Desses, só US$ 500
são em espécie -o resto é para gastos em cartão de crédito. A alternativa é adquirir no
mercado paralelo, que ontem tinha ágio de 44%.
As passagens são o primeiro grande aumento em decorrência da desvalorização.
O medo de uma inflação ainda maior do que a do ano passado, de 25%, tem levado milhares de venezuelanos às
compras, principalmente
eletrodomésticos, quase todos importados e, portanto,
sujeitos a aumento.
Para tentar evitar a especulação, Chávez tem ameaçado expropriar estabelecimentos que aumentem os
preços. Anteontem, 70 lojas
foram fechadas temporariamente, segundo o governo.
Analistas têm afirmado
que a pressão inflacionária
dependerá muito da agilidade do governo em vender dólares nas novas faixas de
câmbio -2,60 para itens essenciais, como alimentos, e
4,30 para os demais setores.
No ano passado, por causa
do preço do petróleo, o governo reduziu bastante a
venda de dólares. Com isso, a
maior parte das importações
de "bens supérfluos", como
automóveis, era feita no
câmbio paralelo -ilegal, mas
amplamente usado.
(FM)
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