São Paulo, quarta, 13 de janeiro de 1999

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Brasil derruba Bolsas no mundo; evasão de divisas chega a US$ 1 bi

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Operadores no pregão da Bovespa, cujo principal índice teve nova queda, agora de 7,61%


Bovespa cai 7,6% e acumula perda de 19,3% desde a moratória de Minas
Agravamento da crise deverá levar à revisão de meta acertada com FMI
da Redação

O Brasil voltou ontem ao epicentro da crise financeira internacional, uma semana após ter sua credibilidade comprometida pela moratória de Minas Gerais.
O colapso da Bolsa de Valores de São Paulo -que chegou a cair quase 10% e fechou em baixa de 7,61%- provocou ondas que atingiram os principais mercados do mundo.
Empurradas para baixo com ajuda do "efeito Itamar", a Bolsa de Nova York caiu 1,51%, e a de Londres, 0,84%.
O tombo da Bovespa -que já é de 19,30% desde o anúncio do governador mineiro- teve como causa imediata a fuga de dólares. Intranquilos, investidores estrangeiros tiraram cerca de US$ 1 bilhão do país, só ontem.
Nos primeiros dias deste ano, a sangria supera US$ 2 bilhões, o que coloca as reservas internacionais em menos de US$ 34 bilhões, metade do que chegaram a ser antes da crise.
Todos os mercados refletiram o clima de crescente preocupação. Os juros disparam no mercado futuro, os títulos da dívida externa voltaram a se desvalorizar substancialmente e o Banco Central não conseguiu colocar títulos em um leilão.
A rápida deterioração da situação deve levar a equipe econômica a rever algumas metas do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), assinado no final do ano passado.



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