São Paulo, quarta, 13 de janeiro de 1999

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Instabilidade no Brasil ajuda a derrubar Bolsa de Nova York

MARCELO DIEGO
de Nova York

A instabilidade na economia brasileira e o recuo nas ações de empresas ligadas à Internet (rede mundial de computadores) proporcionaram uma queda da Bolsa de Nova York, ontem.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais negociadas, fechou o dia em baixa de 145,21 pontos, um recuo de 1,51%.
A Yahoo, uma das páginas mais visitadas da Internet, e a Intel, empresa de computadores, divulgariam à noite sua avaliação do último trimestre de 98. Com medo de queda nos papéis, os investidores adotaram uma postura de cautela e as ações de empresas do ramo tiveram baixa no volume de negócios.
Mas o principal motivo para a queda, segundo analistas, foram os sinais de instabilidade emitidos pelo Brasil.
"Num cenário extremamente nervoso, você tem uma queda de 7% na Bolsa brasileira, governadores ameaçando moratória e um ministro ameaçado de demissão. São sinais evidentes de que há crise, e o mercado reage a ela", disse Henry Millmore, economista-sênior da Barclays Capital.
Segundo ele, o pregão ontem recebeu notícias desencontradas sobre o Brasil. Até mesmo a de que o ministro Pedro Malan (Fazenda) estaria demissionário e o real sofreria uma maxidesvalorização.
O analista de mercados emergentes da Brown Brothers (agência de seguros), Ron Hill, reafirmou o discurso: "O Brasil representa metade da América Latina. O que acontece lá, acontecerá a todos os seus vizinhos".
Para estancar a queda na Bolsa, até o secretário do Tesouro norte-americano, Robert Rubin, reafirmou sua confiança no Brasil. "Os investidores apostam na capacidade de o presidente Fernando Henrique contornar a situação", disse Peter Coolidge, investidor-sênior da Brian, Murray & Co.



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