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Instabilidade no Brasil ajuda a derrubar Bolsa de Nova York
MARCELO DIEGO
de Nova York
A instabilidade na economia brasileira e o recuo nas ações de empresas ligadas à Internet (rede
mundial de computadores) proporcionaram uma queda da Bolsa
de Nova York, ontem.
O índice Dow Jones, que reúne as
30 ações mais negociadas, fechou o
dia em baixa de 145,21 pontos, um
recuo de 1,51%.
A Yahoo, uma das páginas mais
visitadas da Internet, e a Intel, empresa de computadores, divulgariam à noite sua avaliação do último trimestre de 98. Com medo de
queda nos papéis, os investidores
adotaram uma postura de cautela e
as ações de empresas do ramo tiveram baixa no volume de negócios.
Mas o principal motivo para a
queda, segundo analistas, foram os
sinais de instabilidade emitidos
pelo Brasil.
"Num cenário extremamente
nervoso, você tem uma queda de
7% na Bolsa brasileira, governadores ameaçando moratória e um
ministro ameaçado de demissão.
São sinais evidentes de que há crise, e o mercado reage a ela", disse
Henry Millmore, economista-sênior da Barclays Capital.
Segundo ele, o pregão ontem recebeu notícias desencontradas sobre o Brasil. Até mesmo a de que o
ministro Pedro Malan (Fazenda)
estaria demissionário e o real sofreria uma maxidesvalorização.
O analista de mercados emergentes da Brown Brothers (agência
de seguros), Ron Hill, reafirmou o
discurso: "O Brasil representa metade da América Latina. O que
acontece lá, acontecerá a todos os
seus vizinhos".
Para estancar a queda na Bolsa,
até o secretário do Tesouro norte-americano, Robert Rubin, reafirmou sua confiança no Brasil. "Os
investidores apostam na capacidade de o presidente Fernando Henrique contornar a situação", disse
Peter Coolidge, investidor-sênior
da Brian, Murray & Co.
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