|
Texto Anterior | Índice
MS incentiva abate de gado em área de aftosa
Meta é reduzir circulação do vírus; carne vai para consumo
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Em acordo com o Ministério
da Agricultura, o governo de
Mato Grosso do Sul decidiu incentivar, via isenção de impostos, o abate de gado em frigoríficos nos municípios do Estado
onde ainda circula o vírus da febre aftosa. Os incentivos devem
custar R$ 18 milhões ao governo estadual durante seis meses.
Nesse período, a proposta é
reduzir o rebanho de 160 mil
cabeças e, em conseqüência, a
circulação do vírus em Eldorado, Mundo Novo e Japorã, municípios interditados pelo Ministério da Agricultura.
A interdição ocorreu quando
foi registrado o primeiro foco
da doença, em outubro de
2005. Atualmente, não há animais doentes na região, mas
ocorre circulação do vírus, conforme nota técnica da Agricultura da semana passada.
"Temos um rebanho de 160
mil cabeças na região. Se abatermos metade, está bom. Ninguém agüenta mais isso. Estamos há 13 meses com isso [municípios interditados]", afirmou o superintendente da
Agricultura de Mato Grosso do
Sul, Orlando Baez. Segundo
Baez, a estratégia de abate em
frigoríficos para prevenir a aftosa é inédita no país.
A carne, após ser processada,
será destinada ao consumo, diferentemente do sacrifício sanitário de animais. Nesse último método, 35 mil bovinos foram mortos e enterrados desde
o surgimento do foco.
O gado dos municípios só poderá ser abatido em três frigoríficos da região. A carne será desossada e resfriada e poderá ser
comercializada em todo o país.
O governador André Puccinelli (PMDB) deve baixar hoje
decreto que isenta de ICMS o
produtor rural disposto a entregar o gado para abate.
A assessoria de Puccinelli informou que o governo poderá
obrigar, por meio de fiscalização, produtores a abater o gado,
caso eles não aceitem a medida.
O governo ainda não divulgou a
relação de propriedades que serão alvos do abate nem a quantidade de animais.
A prioridade serão as que tiveram exames reagentes para o
vírus em testes feitos de outubro de 2006 a janeiro deste ano.
Entre 11.449 amostras, coletadas em 444 propriedades dos
três municípios interditados,
2,7% de bovinos foram reagentes, indicando a circulação do
vírus da aftosa.
Texto Anterior: Melhora traz alívio para indústrias do setor Índice
|