São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Índice

MS incentiva abate de gado em área de aftosa

Meta é reduzir circulação do vírus; carne vai para consumo

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Em acordo com o Ministério da Agricultura, o governo de Mato Grosso do Sul decidiu incentivar, via isenção de impostos, o abate de gado em frigoríficos nos municípios do Estado onde ainda circula o vírus da febre aftosa. Os incentivos devem custar R$ 18 milhões ao governo estadual durante seis meses.
Nesse período, a proposta é reduzir o rebanho de 160 mil cabeças e, em conseqüência, a circulação do vírus em Eldorado, Mundo Novo e Japorã, municípios interditados pelo Ministério da Agricultura.
A interdição ocorreu quando foi registrado o primeiro foco da doença, em outubro de 2005. Atualmente, não há animais doentes na região, mas ocorre circulação do vírus, conforme nota técnica da Agricultura da semana passada.
"Temos um rebanho de 160 mil cabeças na região. Se abatermos metade, está bom. Ninguém agüenta mais isso. Estamos há 13 meses com isso [municípios interditados]", afirmou o superintendente da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Orlando Baez. Segundo Baez, a estratégia de abate em frigoríficos para prevenir a aftosa é inédita no país.
A carne, após ser processada, será destinada ao consumo, diferentemente do sacrifício sanitário de animais. Nesse último método, 35 mil bovinos foram mortos e enterrados desde o surgimento do foco.
O gado dos municípios só poderá ser abatido em três frigoríficos da região. A carne será desossada e resfriada e poderá ser comercializada em todo o país.
O governador André Puccinelli (PMDB) deve baixar hoje decreto que isenta de ICMS o produtor rural disposto a entregar o gado para abate.
A assessoria de Puccinelli informou que o governo poderá obrigar, por meio de fiscalização, produtores a abater o gado, caso eles não aceitem a medida. O governo ainda não divulgou a relação de propriedades que serão alvos do abate nem a quantidade de animais.
A prioridade serão as que tiveram exames reagentes para o vírus em testes feitos de outubro de 2006 a janeiro deste ano.
Entre 11.449 amostras, coletadas em 444 propriedades dos três municípios interditados, 2,7% de bovinos foram reagentes, indicando a circulação do vírus da aftosa.


Texto Anterior: Melhora traz alívio para indústrias do setor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.