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BNDES diz que priorizará infra-estrutura e o PAC
Governo quer garantir recursos ao programa, apesar de cortes orçamentários
Coutinho sinaliza que banco pode vender ações de sua carteira para elevar oferta de crédito; infra-estrutura tem demanda de R$ 40 bi
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo estabeleceu que os
investimentos em infra-estrutura serão prioridade do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) neste ano, no caso de
faltar recursos no orçamento
do banco para atender a toda a
demanda por crédito. O presidente da instituição, Luciano
Coutinho, elencou em segundo
lugar na lista de prioridades os
investimentos (financiamento
de máquinas e equipamentos),
seguidos pelos projetos de inovação tecnológica.
Apesar da dificuldade para
conseguir mais recursos, Coutinho afirmou que não vai faltar
dinheiro para investimentos
neste ano. Lembrou que o banco tem uma farta carteira de
ações, o que sinaliza que pode
vender alguns ativos para conseguir mais dinheiro.
"Temos discutido dentro do
banco e com o Ministério da
Fazenda. Estamos tomando como prioridade infra-estrutura
e, dentro disso, o PAC [Programa de Aceleração de Crescimento] é prioritário para a
oferta de recursos do banco",
afirmou ele.
Só a demanda por financiamentos em infra-estrutura para 2008 soma R$ 40 bilhões. O
valor representa 80% dos R$
52,5 bilhões que o banco tem
disponível no orçamento deste
ano até agora. Significa, portanto, que sobrariam só 20% dos
recursos para indústria, agricultura e empresas de serviços
e comércio. A demanda total
por financiamentos em todas
as áreas é de R$ 80 bilhões.
No início do ano, o Tesouro
Nacional autorizou um empréstimo de R$ 12,5 bilhões ao
BNDES, mas não definiu as
condições, como taxas de juros.
O dinheiro ainda não chegou ao
caixa do banco de fomento. A
expectativa é que isso aconteça
até abril, se não houver um impedimento legal.
Logo depois da autorização
do empréstimo, o DEM entrou
com recurso no Supremo para
suspender a medida, com a justificativa de que os juros devem
ser definidos pelo Congresso, e
não pelo governo. Coutinho negou que os recursos do Tesouro
representem uma forma de
subsídio para o banco.
"É [um empréstimo] feito pela melhor taxa. Vamos receber
um empréstimo pelo custo
marginal de captação do Tesouro. Claro que vou pedir a
melhor taxa, mas não é subsídio", disse.
O presidente do BNDES esteve reunido ontem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar mais uma vez
uma solução para os R$ 15 bilhões que ainda faltarão para
completar o orçamento do banco, mesmo depois que o Tesouro liberar o empréstimo.
"Estamos providenciando
mais recursos ao BNDES, que
está em um momento muito
bom porque os investimentos
no país estão acelerados", disse
Mantega, ao final da reunião.
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