São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

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Comando tucano pressiona por visibilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador José Serra lança seu pacote num momento em que o PSDB se queixa da exposição da ministra da Casa Civil e sua potencial adversária na disputa pela Presidência em 2010, Dilma Rousseff (PT).
Hoje, o comando do PSDB insiste para que Serra e até mesmo o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), busquem maior visibilidade nacional, inclusive com viagens pelo país.
"Não podemos assistir sentados ao show da Dilma", afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), para quem a ministra "tem inaugurado até pedra fundamental de casa de força".
Sob pressão, Serra rechaçou, no entanto, qualquer "conotação política" ao anúncio -para o qual os participantes, como confidenciou Alencar Burti (presidente da Associação Comercial de São Paulo), foram convidados com apenas 36 horas de antecedência. "Estamos cumprindo a nossa parte. Não para aparecer. Mas porque é nossa obrigação", discursou Serra, afirmando que não havia ali "motivação secreta, conspiratória ou nada parecido".
Diante de uma plateia de empresários, parlamentares e secretários, Serra evitou críticas mais contundentes à condução da política econômica do Planalto. Mas duvidou da eficácia dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. "Somos absolutamente a favor da transferência de renda. Mas não resolve. O que a família precisa ter é renda do trabalho", afirmou Serra.
Propondo a flexibilização -ainda que temporária- da lei de licitações, Serra provocou gargalhadas ao lembrar a compra de camisinhas no Ministério da Saúde. Questionado por que não optara por preservativos de fabricação chinesa, mais baratas do que os escolhidos, Serra pediu para conhecer o produto: "Trouxeram a camisinha chinesa. Foi aberta e ninguém aguentava cheiro", disse Serra. "O cheiro era de galinha fervida."
O ritmo imposto por Serra para o anúncio das medidas -que eram objeto de discussão das secretarias- surpreendeu a própria equipe de governo.
A solenidade aconteceu logo depois de o governo federal anunciar medidas para agilização das obras do PAC.
Não é a primeira vez que Serra lança medidas pouco depois de anúncios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em novembro, Serra -que, inspirado no modelo federal, mudou o critério de concessão de rodovias estaduais à iniciativa privado- lançou linha de crédito para montadoras no mesmo valor anunciado uma semana antes pelo governo federal. Foi assim também com seu programa de incentivo fiscal.


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