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Comando tucano pressiona por visibilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra lança seu pacote num momento
em que o PSDB se queixa da exposição da ministra da Casa Civil e sua potencial adversária na
disputa pela Presidência em
2010, Dilma Rousseff (PT).
Hoje, o comando do PSDB
insiste para que Serra e até
mesmo o governador de Minas,
Aécio Neves (PSDB), busquem
maior visibilidade nacional, inclusive com viagens pelo país.
"Não podemos assistir sentados ao show da Dilma", afirmou
o presidente nacional do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE),
para quem a ministra "tem
inaugurado até pedra fundamental de casa de força".
Sob pressão, Serra rechaçou,
no entanto, qualquer "conotação política" ao anúncio -para
o qual os participantes, como
confidenciou Alencar Burti
(presidente da Associação Comercial de São Paulo), foram
convidados com apenas 36 horas de antecedência. "Estamos
cumprindo a nossa parte. Não
para aparecer. Mas porque é
nossa obrigação", discursou
Serra, afirmando que não havia
ali "motivação secreta, conspiratória ou nada parecido".
Diante de uma plateia de empresários, parlamentares e secretários, Serra evitou críticas
mais contundentes à condução
da política econômica do Planalto. Mas duvidou da eficácia
dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. "Somos absolutamente a
favor da transferência de renda. Mas não resolve. O que a família precisa ter é renda do trabalho", afirmou Serra.
Propondo a flexibilização
-ainda que temporária- da lei
de licitações, Serra provocou
gargalhadas ao lembrar a compra de camisinhas no Ministério da Saúde. Questionado por
que não optara por preservativos de fabricação chinesa, mais
baratas do que os escolhidos,
Serra pediu para conhecer o
produto: "Trouxeram a camisinha chinesa. Foi aberta e ninguém aguentava cheiro", disse
Serra. "O cheiro era de galinha
fervida."
O ritmo imposto por Serra
para o anúncio das medidas
-que eram objeto de discussão
das secretarias- surpreendeu
a própria equipe de governo.
A solenidade aconteceu logo
depois de o governo federal
anunciar medidas para agilização das obras do PAC.
Não é a primeira vez que Serra lança medidas pouco depois
de anúncios do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva. Em novembro, Serra -que, inspirado
no modelo federal, mudou o
critério de concessão de rodovias estaduais à iniciativa privado- lançou linha de crédito para montadoras no mesmo valor
anunciado uma semana antes
pelo governo federal. Foi assim
também com seu programa de
incentivo fiscal.
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