São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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PREÇOS
Indústrias e comerciantes negociam tamanho dos aumentos devido à máxi, disputa que deve durar uns 60 dias
Alta mensal nos supermercados é de 3%

MAURO ZAFALON
da Redação

Um mês após a desvalorização do real, os efeitos da alta do dólar são fortes nos produtos importados e nos que têm componentes importados. Os aumentos não acabaram ainda e os consumidores vão ter de se acostumar a encarar preços novos nas próximas semanas.
Indústrias e supermercados vivem uma verdadeira queda-de-braço, que deve perdurar por mais 60 dias, pelo menos. No fim, essa disputa não terá nem vencidos nem vencedores.
A opinião é do presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Omar Assaf. Ou seja, ambas as partes vão ter que ceder um pouco. A situação confortável anterior, onde as negociações era fáceis, acabou, diz ele.
Pesquisa do Datafolha mostra que, em média, supermercados e hipermercados reajustaram seus preços em 3% nos últimos 30 dias. O Datafolha pesquisa cem itens nos setores de alimentos, produtos de higiene e de limpeza. A pesquisa abrange 18 supermercados e 18 hipermercados de São Paulo.
Dois dos produtos que mais se destacaram nesse período foram café e carne bovina. O café já subiu 19%, e as indústrias querem reajuste de 25%. Os supermercados brigam por um percentual pouco acima do que já foi repassado.
Quanto à carne bovina, que teve aumento de até 18%, Assaf diz que chegou no limite e agora só vai cair. A farinha de trigo, um dos principais itens a sofrer o efeito da desvalorização, devido à importação do trigo, já subiu 15%. As indústrias querem mais. Chegaram a pedir repasse de 40% para os supermercados, que continuam negociando os aumentos do produto.
O pãozinho já subiu 12,5% e este deve ser o patamar máximo de alta, acredita o presidente da Apas. O macarrão, que subiu só 4% segundo o Datafolha, deve receber mais pressão. A indústria pede 20% de alta no produto, mas os supermercados não devem aceitar esses percentual, diz Assaf. Outro produto de destaque é o óleo de soja. Os consumidores já estão pagando 10% a mais. As indústrias querem repasse de 35%, mas os supermercados não aceitam esse patamar.


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