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PREÇOS
Indústrias e comerciantes negociam tamanho dos aumentos devido à máxi, disputa que deve durar uns 60 dias
Alta mensal nos supermercados é de 3%
MAURO ZAFALON
da Redação
Um mês após
a desvalorização
do real, os efeitos da alta do
dólar são fortes
nos produtos
importados e
nos que têm
componentes importados. Os aumentos não acabaram ainda e os
consumidores vão ter de se acostumar a encarar preços novos nas
próximas semanas.
Indústrias e supermercados vivem uma verdadeira queda-de-braço, que deve perdurar por mais
60 dias, pelo menos. No fim, essa
disputa não terá nem vencidos
nem vencedores.
A opinião é do presidente da
Apas (Associação Paulista de Supermercados), Omar Assaf. Ou seja, ambas as partes vão ter que ceder um pouco. A situação confortável anterior, onde as negociações
era fáceis, acabou, diz ele.
Pesquisa do Datafolha mostra
que, em média, supermercados e
hipermercados reajustaram seus
preços em 3% nos últimos 30 dias.
O Datafolha pesquisa cem itens
nos setores de alimentos, produtos
de higiene e de limpeza. A pesquisa
abrange 18 supermercados e 18 hipermercados de São Paulo.
Dois dos produtos que mais se
destacaram nesse período foram
café e carne bovina. O café já subiu
19%, e as indústrias querem reajuste de 25%. Os supermercados
brigam por um percentual pouco
acima do que já foi repassado.
Quanto à carne bovina, que teve
aumento de até 18%, Assaf diz que
chegou no limite e agora só vai
cair. A farinha de trigo, um dos
principais itens a sofrer o efeito da
desvalorização, devido à importação do trigo, já subiu 15%. As indústrias querem mais. Chegaram a
pedir repasse de 40% para os supermercados, que continuam negociando os aumentos do produto.
O pãozinho já subiu 12,5% e este
deve ser o patamar máximo de alta, acredita o presidente da Apas. O
macarrão, que subiu só 4% segundo o Datafolha, deve receber mais
pressão. A indústria pede 20% de
alta no produto, mas os supermercados não devem aceitar esses percentual, diz Assaf. Outro produto
de destaque é o óleo de soja. Os
consumidores já estão pagando
10% a mais. As indústrias querem
repasse de 35%, mas os supermercados não aceitam esse patamar.
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