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MERCADO ABERTO
Lula desagrada empresários
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não agradou aos empresários durante encontro ocorrido na sexta-feira com cerca de 20 presidentes de federações da indústria em Recife, na abertura da Olimpíada do Conhecimento.
O que mais deixou os empresários descontentes foi o fato de Lula ter deixado claro que o governo não tem intenção de repassar para os Estados a compensação tributária do crédito do ICMS à exportação prevista na Lei Kandir.
Desde outubro do ano passado, os Estados deixaram de autorizar o ressarcimento de novos créditos de ICMS obtidos por empresas exportadoras.
A medida foi adotada com o objetivo de pressionar a União a repassar aos governos estaduais cerca de R$ 900 milhões a título de compensação pela desoneração das exportações. A Lei Kandir concede a isenção do ICMS para os exportadores, mas prevê que parte das perdas de arrecadação dos Estados seja compensada pela União.
Como as empresas não estão tendo direito a receber de volta o ICMS pago no país na produção dos bens exportados, elas começam a rever seus planos de investimento, além de estarem pressionando as federações industriais para que a União volte a fazer a compensação tributária aos Estados.
Há estudos que mostram que os custos das empresas podem aumentar em até 10% com esse não ressarcimento do ICMS.
Na reunião de sexta-feira, Lula jogou uma ducha de água fria na expectativa dos líderes industriais de verem esse problema solucionado. Lula disse que os Estados também devem a União, e, portanto, não fazia sentido o governo federal repassar esses recursos para os governos estaduais. O desânimo foi geral. A maioria dos presentes saiu frustrada do encontro.
Os empresários não gostaram também das respostas dadas por Lula quando se falou sobre juros, câmbio e gasto público. Sobe juros, Lula disse que a taxa vai baixar, mas não mostrou a mesma ênfase de outras vezes.
Os líderes industriais também não sentiram muita disposição de Lula de reverter a atual situação de sobrevalorização cambial, e tampouco de apertar os botões para ampliar a redução dos gatos públicos. Lula disse que havia muita pressão para o aumento do gasto público.
Outra decepção dos empresários foi quando se falou sobre a proposta defendida pela Fazenda de ampliar a redução das tarifas de importação. Lula disse que o efeito da medida pode ser positivo para o câmbio, já que o aumento das importações provocaria inevitavelmente uma maior saída de recursos, o que contribuiria para uma desvalorização do real.
O encontro de Lula com os empresários foi realizado logo depois, da abertura da Olimpíada do Conhecimento, numa sala pequena e improvisada no Centro de Convenções de Recife, debaixo de um calor de 40C.
Muitos empresários, por exemplo, ficaram em pé durante a conversa. Um detalhe curioso foi que não falou-se de política nesse encontro.
MARKETING EM ALTA
Na esteira da expansão do ramo de marketing promocional
no país, a Mix Comunicação Integrada, agência do grupo Giovanni, FCB, registrou aumento
de 150% no faturamento no ano
passado. Entre as razões, a conquista de nove clientes, como
Natura, Pirelli e Alpargatas. Para
2006, a expectativa é a de uma alta de 25% no faturamento.
SAÚDE POPULAR
Em um ano em que apostou,
por exemplo, em planos voltados para camadas mais populares (classes C e D) e pequenas e
médias empresas, a Unimed
paulistana superou pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão em
faturamento. A receita foi de R$
1,155 bilhão, alta de 24,67% ante
2004. O número de clientes subiu
10,5%, para 974 mil pessoas.
PRÊMIO
A Fundação Santillana, empresa editorial que atua na Europa e
nas Américas, lança hoje, em São
Paulo, o Prêmio Vivaleitura
2006. O lançamento ocorre no
Fórum Plano Nacional do Livro
e Leitura Vivaleitura. Os vencedores receberão um prêmio de
R$ 25 mil. No Brasil, o grupo
Santillana está presente por meio
das editoras Moderna e Objetiva.
PAPEL DAS EMPRESAS
Executivos ao redor do
mundo encampam a noção
de que o papel das corporações vai além de só atender às
obrigações com os acionistas.
É o que revela pesquisa da
consultoria McKinsey sobre a
relação negócios/sociedade.
Outra conclusão é que o setor
de saúde é, com folga, aquele
visto como o que mais contribui para o bem público, seguido do farmacêutico, tão
criticado pela sociedade.
MISSÃO
O novo presidente da Carlson Wagonlit Travel -braço
de turismo de negócios do
grupo Accor- no Brasil, Alberto Ferreira, tem um desafio
pela frente. Sua missão é aumentar a receita da empresa,
que se manteve estável no ano
passado, apesar do crescimento do volume de negócios. A
idéia agora é, além do foco nas
empresas maiores, trabalhar
com as companhias de menor
porte, com pacotes fechados,
desenvolvidos especialmente
para elas. "Queremos fazer
um realinhamento do nosso
mercado", explica Ferreira,
ex-diretor-geral da Vivo. No
último ano, a CWT movimentou US$ 330 milhões (cerca de
R$ 780 milhões) no país, o que
representou 66% de toda a
América Latina -US$ 500
milhões. A previsão de crescimento da empresa, que tem
120 postos de serviço no Brasil, é de 5,5% neste ano.
RAIO-X DAS PEQUENAS
São registradas no Brasil atualmente 470 mil novas empresas
formais por ano. Do total, 99%
são de micro e pequeno porte.
Ao todo, são 5,1 milhões de empresas formais em atividade, das
quais 4,7 milhões são microempresas. As pequenas empresas
chegam a 326 mil. Os resultados
constam de levantamento do Fórum Permanente de Micro e Pequenas Empresas sobre acesso
ao crédito ao segmento. Os dados serão apresentados na conferência internacional da OCDE,
organizada pelo Ministério do
Desenvolvimento, que será no
fim do mês, em Brasília.
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