São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

PIB alto de 2007 já garante crescimento de 2,5% para 2008

O resultado do PIB divulgado ontem pelo IBGE indica que o país poderá crescer neste ano mais do que se previa.
Segundo Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, nos próximos dias ele irá fazer uma revisão do cenário para este ano e a probabilidade maior é a de fazer um ajuste para cima na projeção, atualmente em 4,5%. Isso por conta de um carregamento estatístico de 2007 para 2008 mais elevado do que se esperava, de 2,5%.
Vale lembrar que esse carregamento é apenas dois pontos percentuais inferior à mediana das projeções de mercado de 4,5% para este ano.
De acordo com análise de Octavio de Barros, a demanda doméstica não deve apresentar uma contribuição para o crescimento de 2008 superior à de 2007, que foi de 6,9 pontos percentuais dos 5,4% do PIB.
Por outro lado, são grandes as incertezas em relação à contribuição do setor externo, que, em 2007, foi negativa em 1,4 ponto percentual. A tendência é de ser ainda mais negativa em 2008 por conta da combinação de crescimento doméstico robusto com desaceleração do crescimento mundial.
Octavio de Barros chama a atenção para os desdobramentos das turbulências internacionais. Isso se, por acaso, ocorrer uma depreciação do real como conseqüência de uma eventual forte queda dos preços das commodities. Nesse caso, o BC teria de subir os juros.
Já as perspectivas para os investimentos em 2008 continuam muito favoráveis, tanto para o consumo aparente de máquinas e equipamentos como para a construção civil.
"Favorecendo ambos, temos maior crescimento econômico", diz Octavio de Barros.
Ao mesmo tempo, o economista diz que acha que, apesar dos vários riscos existentes, a inflação deve continuar sob controle. Não se pode, no entanto, minimizar os impactos da expansão de crédito produtivo, inclusive do BNDES, e a maior confiança empresarial.

Jornais crescem, e ANJ reformula prêmio de criação publicitária

Danilo Verpa/Folha Imagem
Nelson Sirotsky, presidente da ANJ, no lançamento do prêmio de criação publicitária da associação, em São Paulo

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) lançou ontem o 7º Prêmio ANJ de Criação Publicitária e anunciou mudanças na premiação. A partir de agora, os publicitários concorrerão em sete categorias, uma delas específica para anúncios veiculados em sites de jornais.
Segundo a entidade, a reformulação foi feita para adequar o prêmio à modernização dos jornais impressos. Walter de Mattos Junior, vice-presidente da ANJ, diz que os jornais estão mais abertos a formatos inovadores de publicidade e mais flexíveis a projetos especiais.
"Os jornais passaram de uma atitude de intimidação, que durou até alguns anos atrás, para a atitude de abraçar as novas mídias e fazer delas a plataforma de construção de seu futuro", diz Mattos. Para o representante da associação, os negócios combinados entre o veículo impresso e sua versão on-line deram novo impulso ao mercado.
No ano passado, a receita publicitária dos jornais foi de R$ 3,1 bilhões, aumento de 15,2% em relação a 2006. A participação no mercado foi de 16,3% em 2007 contra 15,5% no ano anterior, de acordo com os dados do Intermeios. Segundo a ANJ, a participação já chega a 20%.
O presidente da ANJ, Nelson Pacheco Sirotsky, afirma que as expectativas para o setor em 2008 são positivas. A circulação dos jornais cresce há três anos seguidos, segundo estimativa da ANJ baseada em informações do IVC (Instituto Verificador de Circulação). No ano passado, a circulação avançou 11,8% e ultrapassou 8 milhões de exemplares ao dia.
Hugo Rodrigues, diretor de criação da agência Salles Chemistri e ganhador da última edição do prêmio da ANJ, avalia que, depois que as novas mídias ganharam espaço no mercado, os jornais impressos reagiram à concorrência. "Nos últimos anos, o jornal cresceu com mais velocidade do que antes [da expansão] da internet."
Para o diretor-executivo da ANJ, Antonio Athayde, o mercado publicitário agora dá mais atenção aos anúncios em jornais. "Queremos valorizar a publicidade no veículo e juntar a credibilidade do jornal com a criatividade dos publicitários."
O prêmio da ANJ será entregue em novembro. O profissional que vencer a versão nacional terá seu trabalho inscrito no festival de Cannes 2009.

ÀS COMPRAS: MICRO E PEQUENAS DE SP TÊM JANEIRO MELHOR NO COMÉRCIO
As micro e pequenas empresas paulistas tiveram, no comércio, o melhor janeiro dos últimos cinco anos, segundo a pesquisa "Indicadores Sebrae-SP", que será divulgada hoje. O setor teve alta de 9,7% na receita. Em comparação com janeiro de 2007, o primeiro mês de 2008 teve alta de 6,2% no faturamento total, que ficou em R$ 21,4 bilhões. A pesquisa entrevista mensalmente 2.700 micro e pequenos empresários da indústria, comércio e serviços no Estado.

PONTA DO LÁPIS
Os presidentes da PricewaterhouseCoopers, Fernando Alves, da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, e da Anatel, Ronaldo Sardenberg, lançam na próxima semana, em Brasília, o livro "A Brasil Telecom na Ponta do Lápis" (coordenação editorial ABC). O livro aborda a implementação dos requerimentos da resolução 396 da Anatel.

BAHIA
Condoleezza Rice, secretária de Estado dos Estados Unidos, desembarca em Salvador nesta semana. Rice será recebida na sexta-feira por Marcelo Corrêa, presidente do grupo Neoenergia, e visitará o Pelourinho, onde vai conhecer os projetos sociais que a empresa faz em parceria com a Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional).

MOTOR LIGADO
A indústria automobilística brasileira registra hoje 500 mil veículos vendidos no país em 2008. A marca foi alcançada 19 dias antes da registrada em 2007, que foi contabilizada no dia 1º de abril. O crescimento do setor até agora está acima dos 30% ante o mesmo período ano passado. Nesse ritmo, mais um ano de recorde.

SOBE-E-DESCE
O grupo Schincariol aumentou a participação no mercado nacional para 11,4%, avanço de 0,3 ponto percentual em fevereiro ante janeiro, diz a Nielsen. A AmBev caiu de 68,2% em janeiro para 68,1% em fevereiro. A Femsa perdeu 0,2%.

ROBÔ
Chegou ao Brasil o robô "da Vinci Surgical System", que atua na realização de cirurgias. O equipamento, que foi trazido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com investimentos de R$ 5 milhões, possui quatro braços robóticos que reproduzem movimentos do cirurgião.

INVESTIMENTO
A Agrenco inaugura amanhã um complexo industrial no Alto Araguaia (MT). O investimento é de US$ 200 milhões. O complexo permite flexibilidade para a produção de diversos tipos de farelos, oléos vegetais, biodiesel, além de energia elétrica. A empresa abre mais duas plantas até maio.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI

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