|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PIB / 2008
Expansão seguirá "equilibrada", diz Mantega
Para ministro, economia deve sentir os efeitos da crise financeira mundial, mas tem condições de avançar 5% neste ano
Meirelles, do BC, afirma que a estabilidade econômica criou condições para o aumento do investimento e para a recuperação da renda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na avaliação do ministro da
Fazenda, Guido Mantega, a
economia vai crescer em 2008
menos que os 5,4% registrados
no ano passado. O ministro
acredita que a crise financeira
internacional terá repercussão
no Brasil e, com isso, projeta
aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de 5% neste ano.
"Crescer 5% em 2008 me parece bastante razoável. Não sabemos as repercussões da crise
internacional. Temos que ser
prudentes, mesmo que até hoje
a crise não tenha afetado a economia brasileira. Esta é uma
crise séria, de grandes proporções", disse Mantega.
Apesar da cautela, ele comemorou o dado do PIB. Mantega
ressaltou que o crescimento
não foi seguido de descontrole
da inflação porque o investimento e a oferta cresceram
junto com a demanda. Foi o que
ele chamou de crescimento
"equilibrado", que deve permanecer no longo prazo.
Mantega explicou que a economia cresce hoje a 6% ao ano
-no quarto trimestre, o aumento do PIB foi de 6,2% em
comparação com o mesmo período do ano anterior. Por isso,
o crescimento de 5% representaria uma desaceleração em relação ao crescimento atual.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, atribuiu a expansão de 5,4% do PIB
à estabilidade de preços e salientou que o desempenho demonstra que a política de juros
foi bem-sucedida. "O resultado
deixa claro que o caminho para
o crescimento é a estabilidade
econômica e de preços. É ela
que cria condições para o aumento do investimento, ampliando a capacidade de crescimento da economia e gerando
alta do emprego e da renda."
Para Meirelles, um fato relevante é que a expansão do PIB é
caracterizada pela ampliação
do investimento e pelo dinamismo em diversos setores e
regiões do país. Segundo ele, a
manutenção do poder de compra da moeda é a maior contribuição que a política de juros
pode dar ao crescimento.
Pela manhã, em entrevista
no Planalto, o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) disse
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva recebeu o resultado do PIB com uma "euforia comedida". "Ele [presidente] até
brincou comigo e disse: "Eu
acho que nós temos de passar
uma impressão de euforia comedida. Nós estamos satisfeitos, mas achamos que pode melhorar"." O ministro disse que o
governo "não vai fazer mágica".
"Não vamos fazer nenhuma alteração na política econômica
como um todo, drástica. Vamos
continuar trabalhando sério."
Texto Anterior: Mais em 2008: Impostômetro chega a R$ 200 bi hoje à noite Próximo Texto: Para empresários, ritmo do final de 2007 continua Índice
|