São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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PIB / 2008

Expansão seguirá "equilibrada", diz Mantega

Para ministro, economia deve sentir os efeitos da crise financeira mundial, mas tem condições de avançar 5% neste ano

Meirelles, do BC, afirma que a estabilidade econômica criou condições para o aumento do investimento e para a recuperação da renda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a economia vai crescer em 2008 menos que os 5,4% registrados no ano passado. O ministro acredita que a crise financeira internacional terá repercussão no Brasil e, com isso, projeta aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de 5% neste ano.
"Crescer 5% em 2008 me parece bastante razoável. Não sabemos as repercussões da crise internacional. Temos que ser prudentes, mesmo que até hoje a crise não tenha afetado a economia brasileira. Esta é uma crise séria, de grandes proporções", disse Mantega.
Apesar da cautela, ele comemorou o dado do PIB. Mantega ressaltou que o crescimento não foi seguido de descontrole da inflação porque o investimento e a oferta cresceram junto com a demanda. Foi o que ele chamou de crescimento "equilibrado", que deve permanecer no longo prazo.
Mantega explicou que a economia cresce hoje a 6% ao ano -no quarto trimestre, o aumento do PIB foi de 6,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Por isso, o crescimento de 5% representaria uma desaceleração em relação ao crescimento atual.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, atribuiu a expansão de 5,4% do PIB à estabilidade de preços e salientou que o desempenho demonstra que a política de juros foi bem-sucedida. "O resultado deixa claro que o caminho para o crescimento é a estabilidade econômica e de preços. É ela que cria condições para o aumento do investimento, ampliando a capacidade de crescimento da economia e gerando alta do emprego e da renda."
Para Meirelles, um fato relevante é que a expansão do PIB é caracterizada pela ampliação do investimento e pelo dinamismo em diversos setores e regiões do país. Segundo ele, a manutenção do poder de compra da moeda é a maior contribuição que a política de juros pode dar ao crescimento.
Pela manhã, em entrevista no Planalto, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o resultado do PIB com uma "euforia comedida". "Ele [presidente] até brincou comigo e disse: "Eu acho que nós temos de passar uma impressão de euforia comedida. Nós estamos satisfeitos, mas achamos que pode melhorar"." O ministro disse que o governo "não vai fazer mágica". "Não vamos fazer nenhuma alteração na política econômica como um todo, drástica. Vamos continuar trabalhando sério."


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