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Para empresários, ritmo do final de 2007 continua
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira começa 2008 no mesmo ritmo do final do no passado, segundo
economistas e representantes
da indústria e do comércio ouvidos pela Folha. No último
trimestre do ano passado, o
país cresceu 6,2% na comparação com igual período do 2006.
Consulta feita pelo Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) a dez
empresários do país na semana
passada e no início desta semana mostra que a performance
da economia "está em linha
com a do final de 2007", segundo Julio Gomes de Almeida,
consultor econômico do Iedi.
Crédito farto e mais barato,
prazos de financiamento mais
extensos e expansão da massa
salarial mantêm o fôlego da
economia. "Os empresários estão otimistas. Existe sempre
uma preocupação com o desempenho da economia externa, mas até agora ninguém reviu planos de crescimento e de
investimentos para este ano."
Um dos indicadores do ritmo
da economia, a produção industrial, medida pelo IBGE, ficou praticamente estável em
fevereiro em relação a janeiro
-houve queda de 0,1% no período. Na comparação com fevereiro de 2007, porém, a produção industrial subiu 10,3%.
"Esse dado mostra que a economia permanece aquecida,
apesar de haver algumas pequenas variações mês a mês",
afirma Marcela Prada, economista da Tendências. Em fevereiro, o fluxo de veículos pesados nas estradas, considerado
outro indicador da economia,
cresceu 0,4% em relação a janeiro. O consumo de energia
elétrica e a produção de veículos, outros dois termômetros
econômicos, caíram 0,6% e
0,7%, no mesmo período.
O consumo das famílias
mantém a economia aquecida,
diz Paulo Mol, economista da
CNI. "O faturamento da indústria subiu 10,5% em relação a
janeiro do ano passado; as horas trabalhadas, 7%, e, a massa
de salário, 7,5%, no período.
Programas do governo, como o
Bolsa Família, também estimulam a demanda interna."
"A sensação dos empresários
neste início de ano é que a atividade econômica está semelhante à do ano passado", diz
Paulo Francini, diretor titular
do Departamento de Pesquisas
e Estudos Econômicos da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Os consumidores continuam
adquirindo produtos que custam R$ 1,99 até eletrodomésticos e carros. "Não há reclamação de nenhum setor do comércio", afirma Emílio Alfieri,
economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Em janeiro e fevereiro, as
consultas ao SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, subiram 7,9% em relação a igual período do ano passado. E as consultas ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, subiram 8,3%, no período.
Alfieri diz que a dúvida dos
empresários é até quando o
crédito pode sustentar a economia e até quando o consumidor vai poder se endividar.
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