São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Para empresários, ritmo do final de 2007 continua

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A economia brasileira começa 2008 no mesmo ritmo do final do no passado, segundo economistas e representantes da indústria e do comércio ouvidos pela Folha. No último trimestre do ano passado, o país cresceu 6,2% na comparação com igual período do 2006.
Consulta feita pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) a dez empresários do país na semana passada e no início desta semana mostra que a performance da economia "está em linha com a do final de 2007", segundo Julio Gomes de Almeida, consultor econômico do Iedi.
Crédito farto e mais barato, prazos de financiamento mais extensos e expansão da massa salarial mantêm o fôlego da economia. "Os empresários estão otimistas. Existe sempre uma preocupação com o desempenho da economia externa, mas até agora ninguém reviu planos de crescimento e de investimentos para este ano."
Um dos indicadores do ritmo da economia, a produção industrial, medida pelo IBGE, ficou praticamente estável em fevereiro em relação a janeiro -houve queda de 0,1% no período. Na comparação com fevereiro de 2007, porém, a produção industrial subiu 10,3%.
"Esse dado mostra que a economia permanece aquecida, apesar de haver algumas pequenas variações mês a mês", afirma Marcela Prada, economista da Tendências. Em fevereiro, o fluxo de veículos pesados nas estradas, considerado outro indicador da economia, cresceu 0,4% em relação a janeiro. O consumo de energia elétrica e a produção de veículos, outros dois termômetros econômicos, caíram 0,6% e 0,7%, no mesmo período.
O consumo das famílias mantém a economia aquecida, diz Paulo Mol, economista da CNI. "O faturamento da indústria subiu 10,5% em relação a janeiro do ano passado; as horas trabalhadas, 7%, e, a massa de salário, 7,5%, no período. Programas do governo, como o Bolsa Família, também estimulam a demanda interna."
"A sensação dos empresários neste início de ano é que a atividade econômica está semelhante à do ano passado", diz Paulo Francini, diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Os consumidores continuam adquirindo produtos que custam R$ 1,99 até eletrodomésticos e carros. "Não há reclamação de nenhum setor do comércio", afirma Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Em janeiro e fevereiro, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, subiram 7,9% em relação a igual período do ano passado. E as consultas ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, subiram 8,3%, no período.
Alfieri diz que a dúvida dos empresários é até quando o crédito pode sustentar a economia e até quando o consumidor vai poder se endividar.


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