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PIB / ANÁLISE
Para analistas, impacto da crise é restrito
Fato de a economia brasileira estar sustentada pelo consumo interno deve reduzir efeitos da desaceleração nos EUA
Temor é que desaquecimento global leve a queda no preço das commodities; economista
cobra mais investimento e elevação da produtividade
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a economia dependente
de 60% do consumo interno, a
crise nos EUA terá impacto restrito no resultado do PIB em
2008. O maior temor é que um
desaquecimento global leve a
uma queda no preço das commodities exportadas pelo país.
Segundo economistas, o impacto depende da extensão da
crise. A boa notícia é que, até o
momento, as commodities
mantêm seus preços no alto.
Para o ex-ministro Mailson
da Nóbrega, o Brasil não ficará
imune à crise, mas os efeitos serão restritos e chegarão atrasados. "Os EUA já se encontram a
caminho da recessão. Os parceiros comerciais norte-americanos sentirão isso. A China
sentirá, e a Europa deverá crescer menos. Ou seja, parceiros
norte-americanos são nossos
parceiros e nós sentiremos no
próximo semestre. Felizmente,
temos muitos investimentos
realizados e os efeitos serão
sentidos com atraso", disse.
"Nosso crescimento depende
bastante de fatores domésticos
-renda, emprego e crédito.
Mesmo com um cenário externo adverso, temos condições de
manter o crescimento", disse
Juan Jensen, do Ibmec-SP.
Para Alexandre Schwartsman, do ABN Real, acelerar o
crescimento daqui em diante
vai depender de aumentar ainda mais o nível de investimento
e de ganhos de produtividade.
"O investimento depende
também de reduzir os gastos do
governo. Já o ganho de produtividade é mais micro do que macroeconômico", disse.
Na avaliação do editor-chefe
da revista inglesa "The Economist", John Micklethwait, a
crise nos EUA poderá afetar indiretamente o Brasil. Ele afirma que o Brasil deveria fazer
reformas estruturais para tornar a taxa de investimento mais
alta. Em uma pesquisa feita
com 146 países sobre a taxa de
investimento em relação ao
PIB, o Brasil aparece em 128º
lugar. "Hoje, o Brasil está muito
mais descolado da economia
dos EUA. Mas não acredito em
total descolamento", disse.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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