São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Entidades vêem crescimento em queda neste ano

MARINA GAZZONI
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Embora considerem positivo o resultado do PIB do ano passado, entidades empresariais e centrais sindicais moderam o otimismo em relação a 2008 e esperam um crescimento um pouco menor. A crise econômica norte-americana é apontada como o principal entrave para a manutenção da taxa de crescimento de 5,4% de 2007.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Fecomercio (Federação do Comercio do Estado de São Paulo) esperam um crescimento de cerca de 5% em 2008.
"Nas condições atuais é perfeitamente possível um resultado semelhante ao de 2007, mas depende da intensidade da crise", disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Estudos Econômicos da Fiesp.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) projeta para este ano uma taxa de crescimento de 4,52%. "Em 2008, não teremos o mesmo ritmo de redução de juros verificado em 2007. Além disso, dificilmente o Brasil poderá se isolar completamente de uma crise nos Estados Unidos", disse Ana Higa, economista da entidade.
Do lado sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, afirmou que o crescimento em 2007 poderia ter sido maior se o governo acelerasse a redução na taxa de juros. "Acho que teremos um crescimento acima de 4% em 2008. Mas, se a política econômica estivesse voltada para a produção e não para o sistema financeiro, poderíamos esperar mais." Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o resultado do PIB demonstra que o país está em um ciclo de "crescimento sustentável". Ele ressalta, porém, que falta uma política de distribuição de renda compatível.
Fiesp, CNI (Confederação Nacional da Indústria) e ACSP (Associação Comercial de São Paulo) insistem na necessidade de diminuição dos impostos. "As entidades precisam se unir para eliminar a burocracia e os encargos que oneram os setores produtivos", disse o presidente da ACSP, Alencar Burti.
Já o consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio Gomes de Almeida, também aponta o peso excessivo do mercado interno na economia como um problema que pode esbarrar em limites de crescimento nos próximos dois anos.


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