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Entidades vêem crescimento em queda neste ano
MARINA GAZZONI
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora considerem positivo
o resultado do PIB do ano passado, entidades empresariais e
centrais sindicais moderam o
otimismo em relação a 2008 e
esperam um crescimento um
pouco menor. A crise econômica norte-americana é apontada
como o principal entrave para a
manutenção da taxa de crescimento de 5,4% de 2007.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Fecomercio (Federação
do Comercio do Estado de São
Paulo) esperam um crescimento de cerca de 5% em 2008.
"Nas condições atuais é perfeitamente possível um resultado semelhante ao de 2007,
mas depende da intensidade da
crise", disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Estudos Econômicos da Fiesp.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) projeta para
este ano uma taxa de crescimento de 4,52%. "Em 2008,
não teremos o mesmo ritmo de
redução de juros verificado em
2007. Além disso, dificilmente
o Brasil poderá se isolar completamente de uma crise nos
Estados Unidos", disse Ana Higa, economista da entidade.
Do lado sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, afirmou que o crescimento em
2007 poderia ter sido maior se
o governo acelerasse a redução
na taxa de juros. "Acho que teremos um crescimento acima
de 4% em 2008. Mas, se a política econômica estivesse voltada
para a produção e não para o
sistema financeiro, poderíamos esperar mais." Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o resultado do PIB demonstra que o país está em um
ciclo de "crescimento sustentável". Ele ressalta, porém, que
falta uma política de distribuição de renda compatível.
Fiesp, CNI (Confederação
Nacional da Indústria) e ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo) insistem na necessidade
de diminuição dos impostos.
"As entidades precisam se unir
para eliminar a burocracia e os
encargos que oneram os setores produtivos", disse o presidente da ACSP, Alencar Burti.
Já o consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio
Gomes de Almeida, também
aponta o peso excessivo do
mercado interno na economia
como um problema que pode
esbarrar em limites de crescimento nos próximos dois anos.
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