São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Especialistas vêem pouco efeito prático para a taxa de câmbio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muito barulho para pouco efeito prático. Assim foram avaliadas pelos especialistas financeiros as medidas anunciadas ontem pelo governo para tentar conter a valorização do real diante do dólar.
A decisão de liberar os empresários em trazer para o país os dólares obtidos com suas vendas no exterior quando e se quiserem e o fim do IOF nos contratos de câmbio para exportação foram consideradas positivas. No entanto, a estimativa é que em nada contribuirão para mudar a trajetória atual da taxa de câmbio.
"As medidas têm claramente um caráter muito mais político do que econômico", diz o economista Roberto Padovani, do banco WestLB. "O discurso não tem sido de preocupação com a apreciação do real. O governo, no entanto, é suscetível à pressão de grupos e está tentando se mostrar sensível".
Para o ex-diretor da área internacional do Banco Central Alexandre Schwartsman, a única medida que poderia ser avaliada como uma tentativa, de fato, de fazer o real se desvalorizar é a taxação das aplicações em renda fixa. Ainda assim, avalia, o efeito será nulo. Para ele, a desvalorização do dólar "é um fenômeno mundial".
O consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio Almeida, diz que "qualquer coisa que não seja a redução da Selic tem pouco efeito para conter a valorização do real".
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, concorda. "A diferença entre as taxas de juros do Brasil e de outros países, como os Estados Unidos, ainda vai produzir um quadro que aponta para a apreciação do câmbio."


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