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Especialistas vêem pouco efeito prático para a taxa de câmbio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Muito barulho para pouco
efeito prático. Assim foram
avaliadas pelos especialistas financeiros as medidas anunciadas ontem pelo governo para
tentar conter a valorização do
real diante do dólar.
A decisão de liberar os empresários em trazer para o país
os dólares obtidos com suas
vendas no exterior quando e se
quiserem e o fim do IOF nos
contratos de câmbio para exportação foram consideradas
positivas. No entanto, a estimativa é que em nada contribuirão
para mudar a trajetória atual da
taxa de câmbio.
"As medidas têm claramente
um caráter muito mais político
do que econômico", diz o economista Roberto Padovani, do
banco WestLB. "O discurso não
tem sido de preocupação com a
apreciação do real. O governo,
no entanto, é suscetível à pressão de grupos e está tentando
se mostrar sensível".
Para o ex-diretor da área internacional do Banco Central
Alexandre Schwartsman, a única medida que poderia ser avaliada como uma tentativa, de
fato, de fazer o real se desvalorizar é a taxação das aplicações
em renda fixa. Ainda assim,
avalia, o efeito será nulo. Para
ele, a desvalorização do dólar "é
um fenômeno mundial".
O consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio Almeida, diz que "qualquer coisa
que não seja a redução da Selic
tem pouco efeito para conter a
valorização do real".
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, concorda. "A diferença entre as taxas de juros do Brasil e de outros países, como os Estados
Unidos, ainda vai produzir um
quadro que aponta para a apreciação do câmbio."
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