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Dólar cai, e petróleo volta a atingir seu maior valor
Aumento ocorre apesar de elevação nos estoques
DA REDAÇÃO
O preço do barril de petróleo
voltou a bater recorde ontem,
ajudado pela nova desvalorização do dólar em relação ao euro
e a outras moedas. O aumento
da cotação ocorreu apesar de os
estoques americanos terem aumentado na última semana -o
que, geralmente, reduz os preços da commodity.
Com o euro chegando à cotação recorde de US$ 1,5570, os
mercados parecem ter prestado mais atenção na perda de
força da divisa norte-americana -que é a moeda na qual são
cotadas as matérias-primas
mundialmente- do que no aumento dos estoques da commodity nos EUA.
Ontem, a cotação do petróleo
chegou a superar pela primeira
vez a marca dos US$ 110 e terminou o pregão valendo
US$ 109,92 na Bolsa Mercantil
de Nova York, um aumento de
1,08% em relação ao dia anterior. Em Londres, o produto
também chegou ao seu maior
valor histórico, depois de subir
0,97% e encerrar o dia cotado a
US$ 106,27.
Outro fator que explica o aumento dos preços do petróleo,
segundo analistas, é que muitos
investidores estão comprando
petróleo como uma aposta financeira, e não pela necessidade do produto. Com as Bolsas
nos EUA atuando em território
negativo nos três primeiros
meses deste ano, eles estão
apostando na alta do petróleo
como forma de investimento.
"Tanto faz chamar esse aumento de compra especulativa
ou de proteção contra a fragilidade do dólar, eles não têm nada a ver com os fundamentos
do mercado de petróleo [de
oferta e procura]", segundo nota de analistas do Standard
Bank. "A primavera no hemisfério Norte está prestes a começar -um período em que geralmente caem a demanda e o preço do petróleo."
A AIE (Agência Internacional de Energia) reduziu anteontem a sua previsão de demanda por petróleo neste ano
devido à desaceleração da economia dos países ricos, mas disse que os preços não deverão
recuar dos atuais níveis recordes. Um dos motivos é a contínua demanda de alguns países
em desenvolvimento, principalmente a China.
FMI
O vice-diretor-gerente do
FMI, John Lipsky, disse ontem
que "há poucas dúvidas de que
aumentaram os riscos de recrudescimento da crise" e que
as autoridades monetárias
mundiais precisam preparar
planos de contingência em caso
de a desaceleração econômica
dos EUA se tornar "séria".
Segundo o número dois do
Fundo Monetário Internacional, as autoridades precisam
"pensar no impensável" e estudar como irão reagir se as incertezas aumentarem. "A necessidade de um preparo mais sistemático para riscos em potencial tem sido demonstrada amplamente nos últimos meses."
Com agências internacionais
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