São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Dólar cai, e petróleo volta a atingir seu maior valor

Aumento ocorre apesar de elevação nos estoques

DA REDAÇÃO

O preço do barril de petróleo voltou a bater recorde ontem, ajudado pela nova desvalorização do dólar em relação ao euro e a outras moedas. O aumento da cotação ocorreu apesar de os estoques americanos terem aumentado na última semana -o que, geralmente, reduz os preços da commodity.
Com o euro chegando à cotação recorde de US$ 1,5570, os mercados parecem ter prestado mais atenção na perda de força da divisa norte-americana -que é a moeda na qual são cotadas as matérias-primas mundialmente- do que no aumento dos estoques da commodity nos EUA.
Ontem, a cotação do petróleo chegou a superar pela primeira vez a marca dos US$ 110 e terminou o pregão valendo US$ 109,92 na Bolsa Mercantil de Nova York, um aumento de 1,08% em relação ao dia anterior. Em Londres, o produto também chegou ao seu maior valor histórico, depois de subir 0,97% e encerrar o dia cotado a US$ 106,27.
Outro fator que explica o aumento dos preços do petróleo, segundo analistas, é que muitos investidores estão comprando petróleo como uma aposta financeira, e não pela necessidade do produto. Com as Bolsas nos EUA atuando em território negativo nos três primeiros meses deste ano, eles estão apostando na alta do petróleo como forma de investimento.
"Tanto faz chamar esse aumento de compra especulativa ou de proteção contra a fragilidade do dólar, eles não têm nada a ver com os fundamentos do mercado de petróleo [de oferta e procura]", segundo nota de analistas do Standard Bank. "A primavera no hemisfério Norte está prestes a começar -um período em que geralmente caem a demanda e o preço do petróleo."
A AIE (Agência Internacional de Energia) reduziu anteontem a sua previsão de demanda por petróleo neste ano devido à desaceleração da economia dos países ricos, mas disse que os preços não deverão recuar dos atuais níveis recordes. Um dos motivos é a contínua demanda de alguns países em desenvolvimento, principalmente a China.

FMI
O vice-diretor-gerente do FMI, John Lipsky, disse ontem que "há poucas dúvidas de que aumentaram os riscos de recrudescimento da crise" e que as autoridades monetárias mundiais precisam preparar planos de contingência em caso de a desaceleração econômica dos EUA se tornar "séria".
Segundo o número dois do Fundo Monetário Internacional, as autoridades precisam "pensar no impensável" e estudar como irão reagir se as incertezas aumentarem. "A necessidade de um preparo mais sistemático para riscos em potencial tem sido demonstrada amplamente nos últimos meses."


Com agências internacionais


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