São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Equador suspende pagamento da dívida

Pela 2ª vez desde dezembro, governo Correa afirma que não honrará títulos da dívida, que considera ilegal e ilegítima

Governo deve propor ampliação do vencimento do débito, juros menores e corte no valor nominal dos títulos, afirmam analistas

DA REDAÇÃO

O governo equatoriano disse que não pagará a parcela de US$ 135 milhões referentes ao bônus Global 2030 que vencem no domingo, entrando pela segunda vez em "default". O governo de Rafael Correa considera a dívida ilegal e ilegítima.
Em dezembro do ano passado, os equatorianos já tinham suspendido os pagamentos dos juros de US$ 30,6 milhões dos bônus Global 2012 usando os mesmos argumentos.
A ministra das Finanças, María Elsa Viteria, afirmou, em comunicado, que o governo está "concluindo, com seus assessores financeiros e legais, uma proposta de solução" para os investidores que adquiriram os títulos da dívida externa equatoriana. Ao todo, os bônus Global 2012 e 2030 somam US$ 3,2 bilhões (cerca de 7% do PIB do país) de uma dívida externa que, em dezembro de 2008, estava em US$ 10,9 bilhões.
Ao contrário do ocorrido no ano passado, o governo equatoriano optou por uma linguagem menos agressiva, soltando um comunicado técnico em que promete uma solução. Para Ramiro Crespo, analista da Analytica Securities, com isso, o governo de Correa quer manter os investidores na expectativa, torcendo para que eles não se organizem e entrem na Justiça contra o país.
Mas, com a grave crise que vive a economia global, a proposta do governo equatoriano, segundo analistas, não deve fugir de uma troca dos papéis por outros com ampliação da data de vencimento, juros menores e um forte corte no valor nominal. "As coisas ficaram complicadas para a sua economia e esse é um fator limite para o Equador", disse Enrique Alvarez, estrategista da IDEAglobal.

Com agências internacionais


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