São Paulo, sábado, 13 de março de 2010

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Contabilidade era "decoração", diz executivo

DO "NEW YORK TIMES"

Os repos, ou "acordos de recompra", são prática comum em Wall Street e representam empréstimos de curto prazo que, em determinados momentos, podem oferecer financiamento crucial. O Lehman Brothers, no entanto, usava métodos agressivos de contabilidade em suas transações "Repo 105", o que permitia que transferisse ativos de baixo desempenho para fora de suas contas e, assim, atingisse metas trimestrais.
Em uma série de mensagens de e-mail mencionadas pela auditoria, um executivo do Lehman escreve, sobre as operações "Repo 105", que "elas são basicamente decoração".
A auditoria afirma que "demandas sustentáveis" poderiam ser apresentadas contra alguns antigos executivos do Lehman Brothers e contra a Ernst & Young, o que significa que existem indícios suficientes para justificar que um julgamento conceda indenização aos queixosos. E acrescentou que o conselho do Lehman Brothers não estava ciente da engenharia contábil.
Pelo seu cálculo, o Lehman Brothers conseguiu "despejar" US$ 39 bilhões de seu balanço no final do quarto trimestre de 2007, US$ 49 bilhões no primeiro trimestre de 2008 e US$ 50 bilhões no segundo trimestre desse ano.
Em meados de 2008, um vice-presidente sênior do banco, Matthew Lee, escreveu ao comando da empresa e à Ernst & Young para denunciar "impropriedades contábeis". Mas nem os executivos do Lehman nem a Ernst & Young alertaram o conselho do banco.


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